It is the end

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 "It isn't easy for me to let it go
Cause I've swallowed every single word"

Sweet Nothing -Florence + The Machine


Amélie P.O.V

O momento sempre é estragado, claro.

Encarar meu pai pessoalmente gera uma sensação de estranheza. É como se eu o visse de fora do meu próprio corpo, observando tudo por uma perspectiva inusitada. O tempo parece parar, e ao analisar suas feições coléricas, a conclusão que chego é de que não conheço e talvez nunca tenha conhecido este homem cujo nome é Pierre, responsável por me colocar no mundo.

Pouco a pouco, do que são segundos de devaneio, retorno à mim mesma, colocando uma perna confortavelmente sobre a outra e pousando a mão esquerda em minha barriga, a direita na perna de Michael, serena.

- Não sabe que deve ser convidado para vir à casa das pessoas? - um tom monótono e entediado sai de mim. - Ou no mínimo desejado. 

- Como ousa. - a face de Pierre está retorcida em vermelho. - Depois de tudo que fizemos por você, da preocupação quando soubemos que tinha sumido! Nos agradece assim, nos ameaçando, ficando tão prepotente quanto esse... - gesticula furiosamente, estreito os olhos, esperando pacientemente sua conclusão. - Esse moleque de merda! 

Olho para Michael e para Pierre, calmamente, tentando formular uma frase que deixasse bem claro as coisas entre nós. 

- Querida, o que houve com seu cabelo? - minha mãe pede tímida, mordendo o lábio.

- Aidan cortou quando me raptou mamãe, não sabia? - fecho a cara, me levantando com um certo desconforto. - Mas é muita coragem a sua não é mesmo. - aponto de forma acusadora para Pierre. - Vir aqui, na minha casa para nos ofender depois de pagar ao seu capanga para me sequestrar e torturar. 

Respiro fundo, fechando os olhos e tentando não me estressar mais do que eu já estava.

- Tudo que você é não significa mais nada para mim. Pais amam e protegem seus filhos, eles são os responsáveis por garantir um laço eterno e inquebrável de confiança, pois um olha pelo outro. - ergo o olhar para ele novamente, claramente magoada. - Não é o nosso caso, eu fui só seu peão, você me usou de forma vil, usou Abernathy contra mim, me fez crer que ninguém nesse mundo seria capaz de ser bom o suficiente para mim.

Caminho até ele, pego sua mão e coloco em minha barriga. 

- Só pode ter sido divina a intervenção por mim, pois se Michael não fosse um homem bom e a família Shelby não tivesse me acolhido mil vezes mais em pouco tempo do que o senhor a vida toda, eu provavelmente já teria morrido. - molho os lábios levemente, encarando-o olho a olho. - Estou grávida, o meu filho vai ser amado e desejado, protegido, tudo que queria que tivessem feito por mim.

Minha mãe sai de trás de Pierre e vem até mim, visivelmente emocionada. 

- Meu neto... - diz baixinho, olhos brilhando.

Pego sua mão e a coloco sobre a barriga também, após alguns minutos, dou um passo pra trás. 

- Mas infelizmente só tem um jeito de tudo ficar bem. - de canto de olho, vejo Michael se levantar e vir até mim, passando o metal frio por minhas costas. - Eu realmente queria que isso não fosse necessário, mas você nunca vai parar. 

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