Capítulo 8

2K 139 39
                                    

Ruggero.

A conversa com a Karol não saiu como o esperado. Na verdade nem eu mesmo sei o que eu esperava. O que eu queria? Que ela esquecesse tudo o que aconteceu e voltasse a ser minha amiga? Eu sabia que isso não daria certo. Eu sou tão idiota, que eu não entendo como ela ainda continua falando comigo.

Saí da cafeteria e fui pra casa. Precisava colocar meus pensamentos em ordem. Cheguei na porta do apartamento e escutei vozes e ridadas vindos lá de dentro. Com toda a certeza o que eu menos precisava agora era de Candelária ou qualquer outra pessoa falando comigo.

Entrei e dei de cara com ela e a irmã, sentadas na sala conversando. Dei um breve cumprimento e fui pro quarto tomar um banho.

Deixei que a água morna caísse demoradamente em meus ombros na vã esperança que levasse embora também as lembranças que teimavam em voltar a todo momento.

Ao ver a Karol desabar daquela forma me fez voltar no tempo e me recordar de tudo o que passamos, desde a nossa amizade até aquele bendito dia em que ela se declarou pra mim. O dia em que me dei conta que também estava apaixonado por ela, mas que por burrice não me permiti aproveitar dessa oportunidade para me livrar de Candelária. As coisas aconteceram tão rápido que não tive tempo de reagir a favor de quem eu deveria. Eu não lutei por quem eu realmente queria. E por mais que tenhamos voltado a nos falar, nada mais foi como era antes. Era tarde demais, eu a tinha perdido.

Saí do banheiro e Candelária estava sentada na cama me olhando. Fingi indiferença e passei por ela indo até o closet para me vestir. Não estava com vontade de brigar, mas o olhar dela e a forma como ela se levantou e veio atrás de mim, denunciavam que era exatamente isso que ela estava prestes a fazer.

- Onde você estava? Te liguei varias vezes durante o almoço e você não atendeu - Senti na hora o tom de acusação que ela usava na voz.

- A Cou já foi embora? - Perguntei ignorando o questionamento dela.

- Foi buscar o Lolo na minha mãe... mas não foge do que eu te perguntei Ruggero! Onde estava?

- Por aí - Dei de ombros.

- Como "por aí"? - ela insistiu - tava por aí com quem que não podia me atender?

- Não to a fim de discutir! - respondi.

Terminei de me vestir e fui pra sala. Me sentei no sofá e liguei a tv. Mas ela não iria desistir tão fácil. Já na intenção de chamar minha atenção e me irritar ao mesmo tempo, Candelária parou na minha frente de braços cruzados. Não tendo mais alternativas, suspirei e respondi o que ela queria, já sabendo da tempestade que viria em seguida.

- Eu almocei com a Karol! Satisfeita?

- EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ FOI SE ENCONTRAR COM AQUELA VA...

- Não chama ela assim! - A interrompi.

- VAI DEFENDER ELA AGORA? - ela gritava irritada - EU SABIA QUE ALGUMA VOCÊ ESTAVA APRONTANDO! TA ME TRAINDO DE NOVO?

- VOCÊ TA FICANDO LOUCA! - me alterei e me levantei ficando de frente pra ela - SABE MUITO BEM QUE NUNCA TE TRAÍ!

- POIS ISSO É UMA COISA QUE NUNCA TIVE CERTEZA! E AGORA TENHO MAIS DUVIDAS AINDA! PRA VOCÊ TER PROCURADO ELA O SEXO DEVE TER SIDO MUITO BOM!

- SE É BOM EU NÃO SEI MAS COM CERTEZA TO A FIM DE DESCOBRIR! - Falei sem pensar.

Não tive nem tempo de raciocinar o que eu tinha acabado de falar. Senti meu rosto queimar e minha raiva crescer mais ainda. Uma das principais regras da nossa relação era que nenhum tipo de agressão seria aceita, e naquele exato momento essa regra tinha acabado de ser quebrada junto com o tapa que ela me deu.

O silêncio tomou conta do ambiente, deixando o clima pesado. Levei minha mão ao rosto ao mesmo tempo que ela cobria a boca demonstrando arrependimento pelo que havia feito. Sem falar nada, peguei meu telefone e minhas chaves no aparador da sala e saí. Pude apenas ouvir o grito dela me chamando enquanto eu batia a porta atrás de mim.

*Comentem o que estão achando da história. Eu acabo demorando pra postar pq acho que vcs n estão gostando 😞

Quando o destino quer - RuggarolOnde histórias criam vida. Descubra agora