Karol
Ok! A missão era simples! Bater na porta, entregar a roupa e voltar pro quarto. Vamos lá Karol! Você consegue!
Peguei as roupas que havia separado e saí no corredor indo até a porta do banheiro. Bati de leve e o chamei. Ninguém respondeu. Bati novamente e chamei mais alto, porém nada aconteceu. Comecei a ficar nervosa, e pensar se algo tinha acontecido, sei lá... vai que ele caiu e bateu a cabeça. Esse ultimo pensamento me fez estremecer e eu percebi que iria ter que arriscar e abrir a porta.
- Por favor esteja bem, por favor esteja bem... - Fiquei repetindo como se isso fosse me ajudar a ficar mais calma.
Abri a porta devagar e pela graça de Deus ele estava vivo. Tinha a cabeça apoiada na mão e o cotovelo escorado no assento da privada, e pra sorte da minha sanidade estava com a toalha enrolada na cintura. Pelo jeito havia vomitado até a alma. Chamei pelo nome dele novamente e finalmente ele me olhou ainda desnorteado.
- Desculpe ter entrado... eu trouxe alguma roupas pra você - Coloquei tudo em cima da bancada de mármore da pia - São do meu irmão, mas vão te servir e se precisar tem escova de dentes reserva no ármario de cima... Eu vou fazer um chá pra você, pode ir na cozinha quando terminar de se vestir!
Ele apenas assentiu e voltou sua atenção para a privada. Eu nunca o tinha visto assim, e com toda a certeza ele não esta nada bem.
Saí do banheiro e fechei a porta dando privacidade para ele. Fui pra cozinha e preparei um chá de ervas. O melhor para ressaca seria café, mas ele estava vomitando demais para isso. Era melhor deixar o café pro dia seguinte.
Deixei a xícara em cima do balcão da minha cozinha e fui até o quarto que pertencia à minha mãe quando ela viajava comigo. Troquei toda a roupa de cama empoeirada, por outras limpas.
Ao voltar pra cozinha Ruggero já estava lá com as roupas do meu irmão que realmente ficaram largas nele e já havia bebido o chá. Estava apenas debruçado em cima da bancada e cochilava.
- Vem... - Me aproximei dele e o puxei pela mão.
Ruggero parecia um zumbi, com os olhos parados em algo distantes e um rosto sem expressão. Não tinha reação nenhuma a nada. Tudo, extamente tudo mesmo que havia feito até agora era puro reflexo. Por mais que eu estivesse ainda muito magoada, ver ele naquele estado me deixava triste.
Levei ele até o quarto que havia preparado e o sentei na cama
- Você pode dormir aqui, esse era o quarto da minha mãe mas como ela não viajou comigo ele ta desocupado - Esperei alguma resposta mas ele parecia pensar em algo - Bom... eu já vou indo... se precisar de alguma coisa pode me chamar.
Me virei para sair mas Ruggero me puxou pela cintura e me fez sentar em seu colo. Enquanto uma das mãos permaneceu segurando minha cintura, a outra subiu até minha nuca, me causando arrepios e me aproximou mais de seu rosto.
- Faz cinco anos que eu tenho vontade de fazer isso... - Percebi que seus olhos haviam mudado de expressão. Suas púpilas estavam dilatadas e a a boca entreaberta esperando por algo. Só então pude entender o que realmente ele estava pensando minutos atrás.
Sem nem me dar tempo de reação, ele colou nossos lábios. Sua lingua pediu passagem e eu permiti. Adentrei meus dedos nos cabelos dele e acariciei como há muito também ansiava. Nos beijávamos com todo o desejo reprimido durante todos aqueles anos.
Quando senti a mão dele descer pelo meu pescoço e parar em meus seios, tive um raio de lucidez e me afastei.
- Não! Isso ta errado!
Levantei e saí correndo batendo a porta atrás de mim sem nem olhar para trás. Tenho certeza que eu iria me arrepender de não ter permanecido em seus braços. Mas se eu tivesse permanecido alí meu arrependimento de ter ficado com ele bêbado seria maior ainda.
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Quando o destino quer - Ruggarol
FanfictionO quanto o destino é capaz de intervir em nossas vidas para colocar o verdadeiro o amor em nosso caminho? Quantas vezes precisamos cruzar com essa pessoa para nos darmos conta de que temos que ficar juntos? Karol e Ruggero atuaram e cantaram juntos...