Capítulo 3

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Karol.

Levantar a cabeça e ver Ruggero Pasquarelli parado alí na porta foi estranho. Fazia tanto tempo que não nos falávamos. Eu até o encontrei algumas vezes em alguns eventos, mas apenas fingiamos que não tinhamos nos visto. Afinal ele estava sempre acompanhado da noiva (sim ele pediu Candelária em casamentoem uma live 😑 ) e ela tinha um ciúme absurdo de mim, então sempre evitava ao máximo arrumar confusão. Mas ver ele aqui, no meu show sem ela, com certeza era a coisa mais estranha que poderia acontecer.

- Então? Não vai responder? - perguntei novamente já que da primeira vez ele parecia não ter escutado - O que faz aqui?

- Ué... vim ver o show de uma amiga! - Ele falou enquanto se aproximava e sentava em uma cadeira ao meu lado.

Fui obrigada a rir da resposta dele.

- Desde quando somos amigos? - Perguntei e ele me olhou como se eu tivesse o atingido com uma espada.

- Sempre fomos amigos Karol! Acontece que acabamos nos afastando com o tempo, mas eu nunca deixei de querer o seu bem e que conseguisse realizar seus sonhos - Ruggero me falava olhando em meus olhos o que me causou um certo desconforto que há muito eu ja não sentia.

- Então... - falei desviando o olhar e arrumando minhas coisas na penteadeira - O que achou do show?

- Estava incrível! Principalmente quando você pegou na minha mão e não me notou - Ruggero soltou uma gargalhada.

- Então era você? - Olhei pra ele e não me surpreendeu nada o olhar confuso que ele me devolveu.

- Como assim era eu? - Ele perguntou - Você nem me olhou, como pode saber quando eu peguei a sua mão?

Nesse momento me dei conta do que tinha falado e senti meu rosto queimar. Me levantei e comecei a guarda algumas roupas tentando disfarçar enquanto pensava em uma resposta.

- Karol? - Ele insistiu - Não vai me responder?

- Aah Pasquarelli, eu sei porque foi a unica mão masculina que segurou a minha durante o show! - menti - Fora que a gente trabalhou juntos por tanto tempo que eu achei que era alguém familiar - Falei levemente envergonhada.

Ele se calou e pareceu acreditar no que eu havia falado e de repente um silêncio constrangedor dominou o ambiente, até que foi quebrado com o barulho da porta atrás de mim sendo aberta.

- Filha já esta pronta?... Ruggero? O que faz aqui? - Minha mãe se surpreendeu ao entrar e dar de cara com ele em meu camarím.

- Senhora briguenta! Que bom vê-la também! - Ruggero se levantou de onde estava e a abraçou - Eu vim ver o Show da Karol e decidi dar os parabéns a ela pelo sucesso!

- Ah sim - Minha mãe respondeu e eu senti um tom desconfiado em sua voz.

- Bom... eu já vou indo... foi bom te ver Kah! - Rugge me abraçou e eu senti meu corpo todo estremecer. O unico pensamento que pude ter naquele momento foi "Por favor de novo não".

Eu tinha 15 anos quando percebi que estava criando sentimentos por ele. Hoje tenho 20 e não poderia me permitir sentir isso novamente.

Nos despedimos e ele foi embora. Assim que ele saiu minha mãe me lançou um olhar que eu já sabia o significado.

- Não mamá! - Respondi voltando a arrumar minhas coisas - E eu não sei nem como ele entrou aqui. Eu não convidei!

- Só lembre-se de tudo o que aconteceu Karol! Não quero ver você sofrendo de novo! - Falou minha mãe - Agora arrume essas coisas logo que a van já esta nos esperando! Você ta sempre atrasada Karol!

Dei um sorriso para ela e concordei com a cabeça. Minha mãe nunca deixaria de ser a "Señorita Regañona".

Quando o destino quer - RuggarolOnde histórias criam vida. Descubra agora