Capítulo 13

2K 134 11
                                    

RUGGERO

- O que aconteceu com você? Foi atropelado por quem?

Agustin encostou o carro na frente do prédio que a Karol morava e não perdeu a oportunidade de me zoar no primeiro segundo que me viu.

- Engraçadinho - Respondi sentando ao seu lado no carro.

- É sério cara! Você ta horrível! O que aconteceu ontem a noite?
Espera... A Karol Sevilla não mora aqui nesse prédio? FOI ELA QUE FEZ ISSO COM VOCÊ?

-Hey, hey... Calma aí cara! Uma coisa de cada vez... primeiro vamos logo antes que alguém mais me veja aqui...

- Ok. - Ele concordou colocando o carro em movimento.

No caminho até em casa eu contei tudo o que tinha acontecido desde o início, na minha decisão de procurar a Karol no show, minha briga com Candelária, até aquele dia pela manhã.

- Você só pode estar ficando louco! Eu pensei que depois de tudo o que aconteceu na tour pela Europa você tinha tomado jeito!

- Aquela vez foi diferente...

- Diferente porque?

- Eu não podia ficar com ela, eu tinha a Cande... a gente tinha brigado mas ainda assim ela era minha namorada.

- E agora ela não é mais? - Agus perguntou e eu dei de ombros - Ser sua noiva só aumenta mais ainda o grau de compromisso que você tem com ela! Olha o que você ta fazendo! Ta tudo se repetindo! Quantas vezes mais isso vai acontecer?

- Eu não sei do que você ta falando - Ta, eu sabia do que ele estava falando, mas não podia admitir isso.

- VOCÊ! - ele gritou parando no sinal - É a mesma coisa de anos atrás! - Você briga com a Cande, vai pra Karol, ilude a garota e quando ela já esta apaixonada por você, diz que não pode ficar com ela ou pior... deixa a louca da sua namorada quase bater nela!

- Isso só aconteceu uma vez, e eu não iludi ninguém! - Tentei me justificar. Aquela conversa já estava me deixando irritado.

- Ah não? E o que você tem pra me falar sobre o Chile? Ou você pensa que ninguém reparou na proximidade de vocês?

- A gente sempre foi amigo, não tenho culpa se vocês tem uma imaginação fértil!

- Tabom Ruggero... vou fingir que acredito que não rolou nada entre vocês! O Fandom também ta fingindo que acredita viu?

- Aah não enche o saco Agustin!Não quero mais falar sobre isso!

- Ok! Não falo mais! Só depois não vem dizer que não avisei!

Agus continuou dirigindo, e o resto do percurso permanecemos em silencio. Ele me deixou em casa e nos despedimos. Mesmo sendo um bom amigo, Agustin sabia ser bem incoveniente quando queria. Subi até o andar do meu apartamento e o caminho pelo corredor pareceu curto, devido a "vontade" que eu estava em voltar pra casa.

Abri a porta que já estava destrancada, o que deu a entender que Candelária estava em casa. A confirmação veio quando entrei no nosso quarto e a encontrei sentada na cama lendo alguns papéis.

- Onde você estava? - Ela perguntou. Olhei em seus olhos e pude ver o quanto estava furiosa.

- Na casa do Agus - Menti tentando me controlar.

- MENTIRA! - Ela gritou - VOCÊ ESTAVA COM AQUELA VAGABUNDA!

- Se não acredita liga pra ele!

- DE QUE ADIANTA? AQUELE LÁ SEMPRE ESTA ACOBERTANDO AS COISAS QUE VOCÊ FAZ!

- Acredite no que quiser então!

- Então me fala, se você estava lá porque não atendeu o telefone?

- Eu bebi demais ontem, caí na rua, liguei pro Agustín me buscar pra evitar de ouvir seus gritos no meu ouvido e quando desliguei fui assaltado. Levaram meu celular, meu tênis e eu não faço a mínima idéia de onde ta o meu carro. Se quer acreditar acredita, se não quiser, paciência!

Dei as costas a ela e fui para o banheiro tomar banho. Obvio que eu não contei toda a verdade. Eu não aguento mais brigas e discussões, e se ela soubesse onde passei a noite e o que aconteceu, seria exatamente isso que aconteceria.

Eu não sei o que fazer, não sei a quem recorrer. Só sei que na situação que eu estou não da pra ficar. Eu tenho a Cande, mas o que estamos vivendo não é saudável, ela é muito ciumenta e ultimamente quase não temos tempo um para o outro, mas eu gosto dela e não quero estragar uma relação de anos por um capricho.
Por outro lado tem a Karol. Eu não sei o que sinto e tenho medo de tentarmos algo e no final perceber que tudo não passou de apenas uma atração. O problema é que eu não consigo parar de pensar nela e em tudo o que vivemos, no beijo de ontem a noite e a forma como cuidou de mim mesmo depois de todo o sofrimento que lhe causei.

Enfiei a cabeça embaixo do chuveiro e tentei relaxar e permitir que a água levasse todos esses pensamentos embora. Tudo que eu queria naquele momento era que minha vida não tivesse tomado esse rumo confuso e me permitisse um instante de paz.

Quando o destino quer - RuggarolOnde histórias criam vida. Descubra agora