Greatest fear

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Andei pelas ruas frias, não me sentindo com muita vontade disso. Estava frio e tinha neve, como de costume, mas algo na atmosfera estava me fazendo sentir deprimida e abatida. Talvez fosse apenas um daqueles dias. Apesar do meu estado de espírito ruim, eu sorri quando me lembrei da caminhada até casa com Ariana. Ela era legal, muito engraçada e até bonita, à sua maneira. Eu estava começando a gostar dela. Ela não era nada como a Lauren. Elas eram muito diferentes, na verdade.

Ariana era humilde e doce, enquanto que a Lauren era arrogante e rude. Ariana trabalhava e se importava bastante, e a Lauren provavelmente não queria saber. Enquanto eu ia gostando cada vez mais da Ariana, o meu ódio pela Lauren ia crescendo a cada segundo também. Era como se o meu carinho por Ariana fosse combatido pelo meu ódio pela Lauren. No que toca a psicopata, uma pontada de um sentimento anônimo tomou conta de mim. Fosse o que fosse, eu não gostava disso. Talvez tinha sido culpa ou ódio, eu não sei.

Só de pensar nela me dá dor de cabeça. Balancei a cabeça, tentando tirar a imagem dos seus cabelos bagunçados e lábios vermelhos da minha mente. Eu não iria perder o meu tempo pensando nisso. Enquanto eu me aproximava do edifício brando de Weckleniffe, notei um bom carro perto dos degraus de pedra. Wow, eu queria ter um carro. Estou guardando dinheiro e devo ter um em breve, isso iria facilitar o incomodo de ter que andar no clima severo todos os dias.

A porta da frente foi aberta e uma mulher bem vestida saiu, vestindo um casaco creme de abotoar. Os cabelos eram loiros com cachos feitos passando dos ombros, e o seu rosto fez parecer que ela tinha cerca de trinta e poucos anos. Perguntei a mim mesma o que é que uma mulher como ela fazia neste lugar. Ela subiu as escadas do edifício e só aí é que vi uma câmera na sua mão. Ela era uma repórter. Não sei porquê mas senti uma onda de aborrecimento por ela estar aqui. Eu sei que ela estava apenas fazendo o seu trabalho mas, a maioria dos repórteres eram muito intrometidos e se sentem superiores aos outros. Devido a tudo isso, senti uma antipatia geral para com eles. Entrei no edifício a poucos metros atrás dela, agradecida pelo ar quente do edifício.

Eu estava a caminho do escritório de enfermeiros mas uma cena aconteceu mesmo à minha frente. A repórter foi parada pela Sra. Jude, que parecia infeliz como de costume. Era como se ela e a repórter não identificada estivessem conversando, apesar de eu não conseguir decifrar suas palavras devido ao som de gritos loucos de algum outro lugar do corredor. E então, com um olhar irritado e mais algumas palavras da Sra. Jude, a repórter saiu do edifício. Que diabos foi aquilo? Ignorei o meu pensamento de perguntar a Sra. Jude o que tinha acabado de acontecer. Achei melhor não. Decidi então ir na direção do escritório, até ver uma figura bronzeada andando até mim.

– Dinah! – Exclamei.

– Ei Camila! Onde estava?

– Trabalhando. – Respondi, encolhendo os ombros.

– Bem, eles devem te manter bem ocupada mesmo. Eu não te vi em lado nenhum.

– Há dias que sim. – Ri.

Como a Dinah passa muito tempo com o seu trabalho de psicóloga na ala de aconselhamento e eu estou no lado oposto a monitorar a saúde física dos pacientes, eu não a vejo muitas vezes. Mas esta semana, a proximidade entre nós foi maior que o habitual, e eu mal a tinha visto. Olhei para o relógio no fundo da sala, me perguntando se tinha tempo para conversar. Eu tinha vindo mais cedo, por isso podia poupar alguns minutos.

– Então, o que tem feito nos últimos dias? – Perguntei.

– Não muito. – Disse ela, enquanto os seus olhos, que mostravam preocupação com alguma coisa, percorreram o espaço por um momento. – E você? – Ela perguntou.

Mordi o meu lábio inferior enquanto me perguntava se devia dizer alguma coisa sobre Lauren, apesar de não haver muito para dizer. Nós só tínhamos falado algumas vezes. De qualquer maneira, disse-lhe, e expliquei a conversa o melhor que pude. Decidi manter fora o detalhe da mão de Lauren ter andado até à minha coxa. A memória despertou um desejo ardente em mim e eu empurrei-o de imediato para fora do meu pensamento.

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