Innocent

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Entrei no refeitório de Weckleniffe com os pensamentos mais confusos do que o habitual. A minha mente estava uma confusão entre Ariana e Lauren. Passar tempo com Ariana tinha sido perfeito e por isso mesmo, nos beijamos. Então, por que apareceu uma imagem dos lábios de Lauren na minha cabeça? Por que é que eu não posso estar com Ariana sem estar pensando nela constantemente? Todas estas questões estavam girando na minha cabeça, e eu não podiar sequer agarrar num pequeno pensamento do redemoinho. Uma batalha interna de pensamentos estavam ocupando lugares. Um lado meu queria estar bem e o outro parecia estar ao lado do diabo.

E de fato, a segunda opção estava me assustando muito. Mas Lauren realizava uma essência que turvava qualquer ponto de vista lógico e moral, uma vez que ela possuía e assumia todos os meus pensamentos. Ela era como uma infecção, se espalhava pela minha cabeça e se recusava a sair.

Falando no diabo, lá estava ela enquanto eu entrava no grande refeitório. Ela já estava sentada na nossa mesa, com o seu cabelo escuro num desorganizado monte jogados ao seu ombro esquerdo, deixando uma parte do cabelo cobrir metade do seu rosto mas eu conseguia ver seus lábios de cerejas que agarravam um cigarro.

– Chegou cedo. – Cumprimentei-a, sentando-me ao seu lado.

– Sim, nós saímos do nosso grupo de terapia de merda mais cedo que o habitual porque Janise teve um colapso e tentou estrangular um guarda. Foi muito divertido, embora. – Ela sorriu, soprando um anel de fumo para o ar.

– Estão todos bem? – Perguntei.

– Sim, infelizmente. É uma droga, eu gostaria de ver alguma ação por aqui.

Revirei os olhos mas não pude deixar de sorrir pelo seu humor cínico. Inconscientemente, olhei à volta par aver se alguns guardas habituais estavam desaparecidos devido ao incidente descrito por Lauren. Os guardas espalhados pelo refeitório pareciam estar bem. Incluindo Ariana, que cruzou olhares comigo. Ela me deu um adorável sorriso e eu retribui, acenando-lhe antes dos meus olhos voltarem para a Lauren. Encontrei-a olhando para nós duas, com uma expressão quase humorista de nojo no rosto.

– Você sabe, Camila, eu sei que não posso controlar com quem você passa o tempo, mas pode por favor não fazer olhinhos com a pessoa que eu desprezo na minha frente?

– Despreza? Isso parece uma palavra um pouco forte, não? – Lauren apenas encolheu os ombros, continuando irritada. – Você já sabe que Ariana é inocente. Se ela não assassinou ninguém por que odeia tanto ela?

– Apenas odeio. – Ela disse simplesmente, inclinando-se para trás na sua cadeira para remover o cigarro e expirar um sopro de fumo. – Enfim, vocês foram à feira ontem certo?

– Sim. – Lhe disse apreensiva, com medo da conversa que se seguia.

Eu senti, de repente, uma angustia quando me lembrei de ter beijado Ariana, mas mandei imediatamente esse sentimento embora. Eu podia beijar quem eu quisesse, não tinha nenhuma obrigação para com a Lauren.

– Como foi? – Ela perguntou, tentando soar casual.

– Bom. – Eu disse simplesmente.

– Camila, pode me contar. Eu estou só tentando conversar. – Ela disse, encolhendo os ombros novamente.

Ela estava tentando agir de maneira diferente para todo o caso, mas eu podia dizer que ela queria saber.

Assenti, percebendo que não iria fazer mal lhe contar os detalhes do nosso “encontro”. Eu talvez também devia lhe contar sobre o beijo. Eu temia a sua reação, mas por alguma razão, senti que ela deveria saber. E parte de mim queria que ela soubesse.

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