Happy birthday

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Olheiras tinham se desenhado sob meus olhos cansados, e o meu cabelo comprido estava amarrado em desordem sobre minha cabeça. Meus lábios tremiam juntamente com as mãos. Lágrimas ameaçavam cair sobre minhas bochechas rosadas. Minhas feições delicadas foram absorvidas por uma expressão de medo e tristeza. E então, as lágrimas escorreram finalmente em gotas finas quando me virei para o espelho, a minha imagem estava destorcida. O banheiro dos funcionários e empregados eram bem conservados, tal como foram outras áreas públicas da instituição. Eles fizeram um trabalho decente em dar a impressão que este edifício era tratado tão bem como os pacientes. Mas, por trás de portas fechadas, os horrores eram divulgados para aqueles corajosos o suficiente para os procurar.

E querendo ou não, eu tinha visto a verdade de Weckleniffe. Eu já tinha visto o que este lugar poderia fazer a uma pessoa e eu tinha visto o que ele tinha feito a Lauren. A Sra. Jude tinha dividido a sua pele com um chicote, e Ariana quase lhe levou duas pessoas que ela gostava. Eu devia ter ido imediatamente à polícia devido a Ariana, assim talvez ela e a Sra. Jude estivessem num posto da polícia sendo questionadas, em vez de infligirem dor em mais pessoas que não merecem. Eu acho que fui relutante devido ao medo. Medo de Ariana fazer um maior esforço para me matar do que tinha feito anteriormente, por descobrir que eu tinha ido à polícia. Ela iria se livrar de mim rapidamente, de modo a eu não poder contar mais o que tinha vivênciado. Mas eu já não queria mais saber. Ela precisava ser presa, em vez de ter tempo de apagar as pistas.

Amanhã. Gostaria de ir à polícia amanhã depois do trabalho; Hoje não conseguiria. E quanto à Sra. Jude, eu não sabia o que fazer com ela. Se ela estivesse envolvida nos crimes de Ariana, isso faria dela uma cúmplice. Mas se não estivesse, eu a queria presa mesmo assim. Nem tanto pelas próprias chicoteadas. Eu estava bem ciente que esta punição era usada em muitas instituições. Era o fato de ela ter feito isto a Lauren. Porque, de alguma forma, eu sabia que ela estava consciente da sua inocência. Ela sempre soube. Não era como se ela perdesse as coisas importantes. Mas era má como a sua filha. Cada movimento que fazia parecia ser executado de forma cínica e superior, como se quisesse prejudicar qualquer um menos ela. Era tão fria quanto os seus olhos gelados.

E agora que Lauren estava sofrendo sozinha com ela e Rosemary. Não importava o quanto eu tentei me focar no que fazer a seguir, a memória das costas sangrenas de Lauren e dos gritos roucos aparecia sempre em minha mente. E essa foi apenas a primeira imagem do que lhe estava sendo feito. Eu não deveria tê-la deixado levar a culpa pelo que aconteceu. Eu devia ter sido inteligente e não ter a beijado, e, talvez, não estaríamos agora nesta confusão. Mas eu a beijei, e ela agora estava sendo chicoteada, crescendo-lhe marcas nas costas. O pensamento fez mal ao meu estômago.

Este termo nunca tinha sido tão literal assim que eu entrei pela porta mais próxima, vomitando no banheiro. Eu conseguia me lembrar de estar numa posição semelhante à algumas semanas. Trabalhar aqui estava me destruindo, eu sabia que estava. Eu precisava ir embora. Mas antes, precisava libertar a Lauren. Seria injusto não a libertar, deixando-a sofrer aqui para sempre. Eu era a única que conhecia a sua história, e era, provavelmente, a única em Weckleniffe que acreditava. 

Puxei a descarga e fiquei na minha posição agachada, endireitando o meu uniforme. Agora que eu tinha tido a minha pequena avaria, a questão era o que fazer a seguir. Eu já tinha tentado bater nas portas do escritório da Sra. Jude após os guardas me tirarem de lá de dentro, mas isso não provava a minha compostura e sanidade mental, por isso, desisti. A outra opção seria apenas ir para o escritório de Lily e agir como de costume; como se nada tivesse acontecido. Quer dizer, eu achava que era a única coisa que eu podia fazer. Depois de lavar a boca e o meu rosto com água, amarrei o meu cabelo num rabo de cavalo e saí do banheiro.

A caminhada até o escritório da enfermeira era muito longo e, com o tempo, parecia se tornar em câmera lenta. Fui deixada apenas com os meus pensamentos. Claro, pensei maioritariamente na Lauren. Eu esperava que ela ficasse bem. Ela tinha sido tão corajosa em ter assumido a culpa pelo que aconteceu. Porém, na realidade, a culpa tinha sido minha. Eu deveria ter sido mais cuidadosa. Mas não fui, e agora aqui estava eu; arrastando os pés ao longo do chão frio, preocupada com Lauren que estava sendo chicoteada enquanto eu não podia fazer nada.

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