One shot, one kill

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Camila POV;

Eu via tudo preto. Não havia luz, estava tudo escuro. No ar, pairava um silêncio que me engolia como um cobertor grosso numa noite quente de verão. Eu queria sair daquela sala e obter um pouco de ar fresco e procurar por Lauren. Mas não podia, porque não sabia onde ela estava. Era melhor esperar por ela aqui, do que ser pega por alguém e arruinar tudo.

Por isso, fiquei ali em pé esperando. Parecia que tinha passado horas desde que tinha agarrado na arma do quadril do guarda inconsciente e corri para esta maldita sala. 

Eu não tinha certeza se Lauren estava bem, mas tinha ouvido os guardas falando e arrastando-a. Neste momento, eu não sabia onde ela podia estar. Eu não tinha certeza de como ela iria voltar para mim. Eu não tinha certeza de como me sentia sobre ela matar uma pessoa, não importa quem.

Mas eu tinha certeza que confiava nela. Se ela havia prometido que íamos fugir, então nós íamos. Porque eu nunca conheci ninguém com tanta paixão, inteligência e determinação como ela.

Eu continuava preocupada e isto quebrava meu otimismo. Cada pequeno som me fazia saltar. As minhas mãos estavam molhadas e eu sentia náuseas. Não importava a esperança que sentia, eu me sentia um lixo. Se alguém entrasse nesta sala, eu voltava para minha cela e seria castigada pela Sra. Jude. E eu e Lauren ficaríamos presas para sempre. E Lily e Dinah perderiam seus empregos. Seria uma grande catástrofe.

Imagens da Lauren sob um chicote, gritando sob correntes elétricas apareciam na minha mente. Ela está bem? Ela está segura? Com quem está? O que estão fazendo com ela? Como ela vai voltar para mim? E se não voltar?

Eu queria que ela entrasse por aquela porta para podermos sair de Weckleniffe e minha mente se aliviar. Eu esperei e esperei aquilo que pareceu uma eternidade, mas nada mudou. A sala ainda estava cheia da minha ansiedade e da minha respiração irregular.

Mas, finalmente, após provavelmente horas, eu ouvi a maçaneta. Prendi a respiração e rezei para que fosse Lauren.

A porta se abriu. Apenas por um breve momento, o suficiente para ela entrar.

Eu estava prestes a dizer o seu nome e suspirar de alívio. Ela estava aqui. Ela estava bem.

Mas eu parei apenas um segundo antes. Porque essa pessoa, vista pelas luzes vermelhas numa fração de segundos, não era Lauren. O meu coração parou. Tudo o que eu podia ver era uma pessoa maior e mais corpulenta. E não havia sinal de cabelos longos.

Prendi a respiração novamente e me encolhi contra a parede, segurando a arma no meu peito. A pessoa sem nome entrou e fechou a porta trás de si.

O meu coração batia tão violentamente naquele lugar silencioso que eu tinha certeza que a pessoa conseguia ouvir. Era outro paciente, eu sabia disso. Tinha entrado nessa sala para fugir dos guardas, tal como eu fiz. Eu não sabia de que ala era, eu não sabia o quão perigoso era.

A escuridão voltou quando a pessoa fechou a porta. Mas desta vez, eu não estava sozinha naquela sala.

Ela ainda não tinha me visto. Tudo o que estava passando na minha mente era um monte de palavrões que normalmente só eram usados por Lauren, em pânico, preocupação e medo. Não havia nada que eu pudesse fazer a não ser ficar calada e esperar que a pessoa saísse. A ouvi respirar com dificuldade, como se tivesse corrido bastante.

Eu estava agradecida por isso, porque assim não se ouvia o barulho do meu coração. E com isso a pessoa não perceberia que havia uma outra garota na sala, e talvez não me machucasse. Talvez ela só quisesse fugir, estava escondida por alguns minutos e iria embora.

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⏰ Última atualização: Jul 10, 2016 ⏰

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