The truth

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CAMILA POV;

Contei tudo à Dinah. Lhe contei que Ariana era culpada, lhe contei da minha fuga traiçoeira através das árvores escuras que envolviam que eu tropeçasse e vomitasse em quase tudo devido ao meu estado desorientada. Eu lhe disse que foi assustador demais estar frente a frente com uma assassina. Não foi como nos livros ou nos filmes, onde estavam confrontados com a morte e podiam manter a postura durante minutos, e depois já estavam em frente a policiais. Não foi como se você estivesse bem e quando fosse embora o medo ia também. 

Primeiro foi chocante. Nós tínhamos sido amigas e eu pensava que ela era amigável. Eu tinha rido das suas piadas, segurado a sua mão, e até tinha a beijado. Mas nada disso foi real. Eu poderia muito bem ter sonhado. Porque essas mãos tinham também sido usadas por uma assassina, e esses lábios tinham dito palavras ameaçadoras à frente das suas vítimas. Mas não era sequer o choque dela ser o oposto do que eu pensava, era mais o medo. Disparava quando ela me tinha presa contra a parede, e o seu aperto de mão esquerda deixou hematomas na minha mão. Mas eu estava tão distraída com o medo que nem notei.

Sangue corria nas minhas veias e a pulsação era ouvida nos meus ouvidos. Ela teve a oportunidade de acabar com a minha vida ali mesmo. Ela podia ter me violentado ou matado, ou ambos. Ela podia ter feito o que quisesse de mim e eu não conseguiria me defender. Em segundos, o que era suposto ser um bom copo de chocolate quente com uma boa amiga se tornou num confronto perigoso com uma assassina. Arrepios correram o meu corpo chegando a ir à espinha. Mas felizmente eu consegui pensar o suficiente para me libertar. O momento em que escapei de sua casa foi encarado com grande alívio, com um vislumbre de esperança se formando na minha mente. E depois apenas corri.

O meu primeiro instinto tinha sido correr para Lauren. Correr para ela e pressionar a minha cabeça no seu ombro enquanto os seus braços fortes me agarravam, e sua mão larga percorria as minhas costas e a sua voz me dizia que iria ficar tudo bem. Ela me manteria a salva de Ariana como fez com Norman à umas semanas atrés. Mas eu não podia fazer isso. Eu não podia me precipitar enquanto não tivesse um pano macio e não obtivesse uma chave sem motivos, eu não podia correr para a cela da Lauren e lhe contar tudo. Porque eu não sabia quanto estaria envolvida a Sra. Jude nas atividades de Ariana. Dinah me disse que ela já suspeitava de mim e de Lauren, e mesmo que não soubesse dos assassinatos de Ariana, não seria uma boa ideia.

Por isso mesmo eu vim direto para sua casa, um lugar onde Ariana não sabia onde ficava. Ela mal conhecia a Dinah e não iria proceder aqui a sua pesquisa assassina. Eu continuava exausta e nervosa até o final da minha história, pensando no horror dos acontecimentos anteriores. Eu tinha corrido durante montes de tempo, nunca me atrevendo a parar ou a olhar para trás. A única coisa que me dava forças era a adrenalina e com isso eu mal conseguia manter os olhos abertos. 

Mas eu continuei conscinete tempo suficiente para contar a minha história a Dinah. Eu ainda não tinha compreendido bem que Ariana foi sempre a asassina. O pensamento estava lentamente começando a se afundar apesar de estar misturado com medo e nervos. Mas infelizmente, esta nova descoberta da verdade não conseguia fechar o capítulo de Ariana na minha história, e eu não podia simplesmente virar a página. Porque ela continuava trabalhando em Weckleniffe. E eu também.

– Nós temos que dizer à polícia! – Dinah exclamou. – Não podemos deixar essa filha da puta ir embora com isso!

Ela tinha um bom ponto de vista, mas eu já tinha pensado nisto vezes e vezes sem conta.

– Dinah, os guardas são nomeados pelos chefes da polícia. Ela é basicamente uma policial oficial. Além disso, nós não temos provas. – Eu disse.

– Então o que nós devemos fazer!? Deixá-la apenas escapar!? – Ela gritou, aumentando o tom.

– Não, não foi isso que eu disse. Olha, eu a quero presa tanto quanto você, mas eu quero fazer isso direito. Se nós formos agora à polícia sem provas eles não vão acreditar em nós, e depois, se mostrarmos provas e tentarmos ir lá novamente eles nem sequer vão nos ouvir. Mas se nós esperarmos até termos provas sólidas eles irão ficar convencidos. Nós não podemos dar razão a eles para não acreditarem em nós. Eu não quero perder isso e deixar ela se safar. – Expliquei.

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