Storm

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Lauren POV;

Que alívio estar de volta. Lar doce lar, certo? Apenas inalar o cheiro de vômito e mofo, sendo capaz de me sentar nesta cama que range e neste colchão empoeirado, sem nada para fazer. Adorei. Os meus pés arrastavam-se pelo chão de cimento duro quando eu fiz o meu caminho até ao colchão, sentando-me enquanto suspirava prolongadamente. Eu juro, se você colocasse uma pessoa perfeitamente normal dentro de uma dessas celas por uma semana, elas iriam enlouquecer também. Não há um real tratamento, nem boa comida, e os castigos terríveis envolviam uma série de chicotadas. Quer dizer, eu sabia que Weckleniffe seria mau, mas esta excedeu todas as minhas expectativas. A única parte do dia em que não quis me matar, foi quando estava falando com a Camila. Ela era a única pessoa sã e consciente, com quem eu podia discutir coisas normais. Eu tentei falar com Ariana uma vez, mas ela parecia nervosa perto de mim. Ela também parecia relutante em falar comigo e pensei que ela fosse uma aberração ao responder com frases de uma palavra.

Eu gostei da Camila. Ela não parecia ter medo de mim e se tinha, não demonstrava. Claro que ela era irritante, mas eu sou muito chata. Ela também me tratou como uma pessoa normal, em vez de falar comigo como se fosse doida, que é o que a maioria de nós somos para esses seres humanos “superiores” e “sãs”. Mas não eram muito diferentes, na verdade. A maneira que eu gostaria de pensar nisso é que estamos todos loucos.

Todos nós temos uma parte das nossas mentes, que está num lugar um pouco mais escuro e perturbado. Apesar disso, uns exploram essa área até um pouco mais longe do que os outros. De repente, eu estava a baloiçar para fora das minhas filosofias sábias, até que ouvi passos ecoando no salão. No início não pensei em nada, porque muita gente anda por estes corredores, podendo ser pacientes, visitantes ou funcionários. Mas assim que ouvi as vozes, comecei a ter interesse pelo assunto.

– Devemos dizer à Sra. Jude? – Esforcei-me para ouvir o sussurro temeroso. Uma mulher, acho.

– Não. Eu não vou, pelo menos. – Outra mulher.

– Rosemary temos que dizer a alguém! Um dos guardas talvez?

– Faça o que quiser Helen, mas eu não vou me envolver. O que vimos foi... – Eu quase a podia ver estremecer. – Foi absolutamente horrível, eu não quero refazê-lo. Eu não vou me envolver. Só quero esquecer o que vi.

Podia ouvir as vozes a aproximarem-se, enquanto eu agarrava as barras de metal da minha cela, inclinando-me para poder olhar para as mulheres anônimas.

– Além disso, nós nem sequer devíamos ter estado lá. Podíamos ter problemas. – A voz de Rosemary disse. Elas estavam tão perto agora.

– Então! Nós não podemos simplesmente não dizer a ninguém! – Disse Helen.

– Esquece isso! – Exclamou Rosemary duramente ordenando. – Alguém vai encontrá-los eventualmente. – Ela disse e ambas passaram pela minha cela tão rapidamente e sem olhar para mim, que eu nem pude identificar os seus rostos.

Eu não podia ajudar, mas me pergunto o que raios elas estavam falando. Havia alguma coisa acontecendo aqui em Weckleniffe, que eu sabia desde o início. Algo mau que eu simplesmente não conseguia decifrar o quê. E agora estas duas funcionárias que estavam com medo de algo que tinham visto nesta instituição só confirmaram as minhas suspeitas. Além disso, esta foi a única emoção que tive e dias, por isso eu não podia deixar de abrir a boca.

– Hey! – Sussurrei alto e elas me ignoraram. 

Eu devia ter desconfiado que para elas, os pacientes estão sempre a gritar coisas doidas. Eu precisava obter a sua atenção.

– Rosemary, Helen! – Elas viraram-se.

Uma delas era bastante velha, provavelmente Rosemary, e a outra era uma jovem. Ambas tinham uniformes de funcionárias, e cablos escuros torcidos em pães apertados.

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