Just the beginning

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O tempo fresco de Londres me fez tremer, andando para dentro do prédio com a mão segurando os lados do meu casaco para apertar as roupas e dar um pouco de calor. Subi as escadas que eram elegantes o bastante para o seu serviço e que faziam o edifício parecer mais elegante do que realmente era. As ruas estavam praticamente vazias, o tempo frio fazia as pessoas ficarem em casa.

Uma corrente de ar quente me bateu na cara quando abri a porta da instituição. Fiquei imediatamente mais quente, que alívio. A mudança da temperatura não mudou a minha vontade de ir trabalhar hoje. Assim que entrei no corredor vi Lauren Jauregui no fundo do mesmo, com dois guardas segurando os seus braços.

Assim que os seus hipnotizantes olhos verdes viram a minha figura, um pequeno sorriso apareceu nos seus lábios. Quando nos aproximamos ela me piscou o olho, como acontece com os adolescentes, não uma criminosa desequilibrada.

Lambeu os seus sedutores lábios.

– Olá Camila. – Disse. O som da sua voz rouca me surpreendeu.

–  Olá. – Murmurei com um sorriso forçado, me sentindo um pouco desconfortável.

Abanei a cabeça para tentar me livrar dos pensamentos daquela garota de vez. Tinha trabalho para fazer e ela não iria me distrair.

Apressadamente fui para o escritório das enfermeiras e lá encontrei Lily que me saudou com o seu sorriso amigável. Estava sentada atrás da sua secretária, com alguns papéis. Com pacientes sempre chegando, saindo e até mesmo morrendo, a papelada que ela tinha que preencher nunca mais acabava.

– Olá Lily. – Saudei-a.

– Oh Camila, estou tão contente por estar aqui! Pode ir buscar a Lyla e me trazer mais pensos da dispensa, ver o pé do Buck e depois voltar aqui rapidamente para me ajudar com a Marise?

– Tudo nessa ordem? – Perguntei, pegada de surpresa com o pedido dela, sem mencionar que ainda estava dormindo por ainda serem oito horas.

– Sim, desculpe querida, estamos muito atarefadas esta manhã.

– Não faz mal, considere-o feito. 

– Muito obrigada. – Disse Lily, parecendo aliviada por ter ajuda extra.

Embarquei então na minha longa viagem de obter materiais e ver os pacientes. Fui até à dispensa e fui até lá atrás de tirar o que eu esperava serem os pensos certos. Passei por uma variedade de correntes e chicotes até chegar aos fornecimentos médicos, o que me fez estremecer.

Era doentio, o que era feito aos pacientes. Eram constantemente chicoteados para obedecerem às ordens, às vezes, era inclusive enjaulados como animais. Lobotomia também era feita, que é basicamente onde um médium martela um picador de gelo por trás dos olhos, para tentar atingir um certo nervo que é suposto acalmar e relaxar os pacientes. A maior parte dos seus esforços para tentar dar-lhes alguma sanidade era útil, então agora era feito nos pacientes mais loucos; como castigo em vez de cirurgia.

Ah, e como poderíamos esquecer da terapia de choques. Mandar correntes elétricas pelo corpo das pessoas para os sedar, ouvir gemidos insuportáveis dos pacientes, é uma prática que os médicos fazem. A meu ver, eles deviam ser tratados e curados da sua astúcia em vez de os empurrarem ainda mais para a loucura. Os nossos castigos ficaram um pouco mais suportáveis do que nos anos 30 e 40.

Abanei o pensamento dos pacientes acorrentados, peguei no que precisava e saí dali. Depois de entregar os materiais à Lily, fui ver o Buck que não parava de sussurrar algo sobre demônios e o apocalipse. Consegui arrastar uma Lyla berrante e sedei-a, ajudando a Marise, que partiu a mão ao esmurrar uma parede de tijolo. Depois de uma hora de gritos e ossos sendo expostos, fiquei aliviada quando Lily me deixou ir para o almoço. Não o meu almoço, mas sim supervisionar outra vez, mas era melhor do que eu estava fazendo momentos antes.

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