Kiss me

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Esperei com receio a resposta de Lauren, apenas esperando, rezando para ela não se alterar. Ela iria parecer mais perigosa se o fizesse. Eu acreditava de alguma forma que alguém tão equilibrada e confiante poderia ficar no seu lugar. Muitos não pensavam que ela tivesse tanto amor por outra pessoa, parecendo que todos pensavam que ela era uma assassina. Mas mais uma vez, Lauren foi subestimada.

Um choque percorreu o meu corpo quando ela se alterou, levantando-se brutamente enquanto quase virava a mesa ao contrário. A sua grande força era evidente enquanto a mesa ia balançando para um lado e para o outro, cartas caindo pelo chão.

– Merda! Onde ela está?! – Lauren gritou, com a sua voz rouca explodindo em rouquidão e fúria. 

Ela virou a sua cabeça para procurar a assassina mas não a encontrou. Com o que ela fez, dezenas de olhos assustados viraram-se para ela.

– Lauren, se acalma. – Eu pedi, mas a minha voz era tão pequena que eu duvidei que ela ouvisse. 

Os pacientes estavam surpreendidos e um guarda vinha na nossa direção. Lauren estava criando uma cena. Parte do seu limpo registro em Weckleniffe estava começando a se desmoronar. Se ela encontrasse Ariana, iria lhe dar murro atrás de murro, e depois iria ser chicoteada como castigo. Ou então iria ser amarrada, forçada a experimentar a terapia de choques, enquanto uma dolorosa dor percorria o seu corpo.

Só o pensamento dela sendo castigada fazia eu me encolher. Eu não podia deixar isso acontecer. A sua fúria causaria consequências e a sua fome de vingança seria a única coisa na sua mente. Eu teria que ser a única a pará-la.

– Lauren! – Exigi, puxando o seu braço para trás com toda a força que os meus braços magros conseguiam ter.

O meu objetivo era puxá-la para me encarar, mas os meus esforços estavam tendo pouco sucesso. Ambas as minhas mãos se levantaram para o seu rosto enquanto eu a puxava, obrigando-a a olhar para mim. Os seus olhos estavam grandes, as suas pupilas extensas e delineadas no brilho da esmeralda. A sua respiração continuava pesada mas ela não deu mais nenhum passo.

– Me escuta! – Exigi severamente, olhando-a nos olhos.

Todos estavam olhando, eu sabia que estavam, mas não me importei. A minha única preocupação agora era manter a Lauren longe de problemas. 

– Ela não está aqui. – Eu disse, com a minha voz baixa para ser apenas ouvida por nós duas. – Ariana nem sequer está aqui. Partir para a violência não vai te ajudar. Por favor, Lauren, eles vão te castigar se você fizer alguma coisa. Eu não posso lidar com o pensamento de você sendo machucada.

O seu maxilar continuava cerrado e a ruga entre as suas sobracelhas evidentes, mas ao menos ela estava ouvindo.

– Eu não posso suportar a ideia de você sendo machucada. – Ela quase sussurrou. – Eu tenho que encontrá-la Camila, eu tenho que fazer isso.

Os seus olhos começaram lentamente a ficar sem aquela raiva, brilhando para um olhar de desespero absoluto.

Antes de eu conseguir responder, Lauren estava sendo puxada de mim, as suas bochechas se afastaram dos meus dedos. Brad e Connor tinham sido a causa do afastamento, cada um agarrando num dos seus braços.

– Acho que devemos levá-la de volta para a cela. – Brad disse.

– Me larga caralho. – Lauren cuspiu, a sua fúria estava de volta.

Ela se contorceu suspirando mas os seus esforços foram inúteis para os afastar.

– Lauren, está tudo bem. – Eu disse, balançando a minha cabeça como se lhe dissesse para ir.

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