New friend and new revelations

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  – Eu quero conversar. 

Nós trocamos olhares discretamente. Olhares duvidosos mas um pouco animados. A Lauren estava contente, eu podia ver isso na ligeira retoma dos seus lábios cheios.

– Sobre ele... – A Cordelia continuou quando nenhuma de nós respondeu.

– Sobre quem? – Perguntou Lauren.

Os olhos arregalados de Cordelia olharam para o rosto de Lauren quando falou.

– Sobre aquela pessoa que sabe o meu nome...– A sua pequena voz oscilou levemente. Lauren assentiu para que ela continuasse. Ela continuou.– Ele usa um daqueles uniformes.– Disse ela, apontando na direção de um guarda que estava encostado à parede.– Ele é um deles. Ou talvez ele seja todos eles.

– O que quer dizer?– A voz suave da Lauren falou. Ambas sabíamos que a conversa podia acabar por uma coisinha mínima, por isso, ela falava com cuidado.

– Às vezes ele tem olhos azuis e cabelo claro. Mas nem sempre. Às vezes os seus olhos estão verdes, e o seu cabelo mais branco.

Eu estava confusa, tentando fazer suas palavras loucas terem algum sentido. Mas a Lauren não estava confusa, e se estava, não demonstrava.

– Como que ele sabe seu nome? – Ela questionou.

– Ele visita à minha cela as vezes. – A mulher problemática olhou para o seu colo e não encarou os nossos rostos enquanto sussurrava. Sussurrava tão baixo que eu mal podia ouvir a sua pequena voz.

Os olhos de Lauren olharam para os meus num segundo, o nosso olhar estava aterrorizado neste momento, inquieto.

– Quando seus olhos estão azuis ele me toca. – Cordelia continuou.– Ele espera até que ninguém esteja por perto e tranca a porta. Eu fico assustada. Eu lhe digo sempre que estou assustada e que não o quero, mas ele não me ouve. Quando os seus olhos estão verdes, ele é mais assustador, ele faz eu lhe tocar. Quando eu digo que não ele me ameaça. Quando os seus olhos estão verdes ele é pior. Mas nas duas vezes ele sabe o meu nome, ele sempre diz o meu nome. Ele diz isso para tentar me acalmar como meu pai fazia. Mas não resulta.

– Caramba...– Lauren murmurou.   

E depois eu percebi; ela estava falando de dois homens diferentes. Ela estava perdida, era uma prisioneira confusa, e haviam dois guardas aqui que a usavam como uma escrava sexual. Cordelia era realmente bonita, especialmente comparada com as outras mulheres daqui. E ela era extremamente vulnerável; o alvo perfeito.

– Com que frequência isso acontece? – Perguntei. 

– Poucas vezes. As vezes apenas uma vez na semana. Mas ele sempre vem, e diz meu nome.

A Lauren suspirou e levou a mão para seu cabelo.

– Você sabe quem é? Sabe se é algum desses que estão aqui? – Ela apontou ao longo dos guardas no refeitório, sem dúvida suspeitando que Ariana estivesse por trás disso.

– Não aponte! – Disse Cordelia. – Ele irá saber que estamos falando dele se apontar. – E depois mais calma acrescentou. – Eu não o vejo aqui.

Ariana estava diretamente na sua visão, e a sua expressão não sofreu alterações quando ela a viu. Além do mais, Ariana tinha olhos castanhos. Então talvez não fosse ela, e ela não fosse a única guarda nojenta daqui.

– Pode me fazer um favor Cordelia? Se a vir ou descobrir o seu nome, me diga, ok? – Lauren pediu.

Cordelia olhou de um lado para o outro como se estivesse se decidindo se deveria ou não confiar em nós.

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