Revelations

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– Inocente. – Eu disse finalmente.

Assim que disse essas palavras, perebi que parte de mim sabia disso durante este tempo todo. Não encarei o seu olhar, em vez disso, olhei para os meus polegares girando. Eu não queria olhar para os seus olhos com medo da sua reação, com medo de estar errada.

– Acredita realmente nisso? – Ela perguntou, com a sua voz sussurrando. Assenti, sem mover o meu olhar do meu colo. – Camila, olha para mim. 

Lauren colocou os seus dedos debaixo do meu queixo, levantando-o lentamente para os meus olhos a encararem. Seus olhos estavam tão brilhantes e com uma beleza verde linda, segurando uma essência de tranquilidade.

– Tem razão. 

Aquelas duas palavras foram ditas por ela num suspiro sem fôlego, como se um tremendo peso fosse retirado dos seus ombros. Pude ver o seu alivio. Pude ver isso no seu crescente sorriso e nos seus olhos verdes e pude ouvi-la na sua voz grave. Ela estava dizendo a verdade.

Mas essa verdade, apesar de ser recebida com grande alivio, trouxe enúmeras questões. Por que Lauren estaria presa neste lugar horrível? O que aconteceu realmente àquelas mulheres? A Lauren sabia quem fez aquilo? A Sra. Jude sabia que ela era inocente?

A nova descoberta perturbou a minha mente com constantes curiosidades, me levando a perguntar tudo e mais alguma coisa sobre esta nova Lauren, esta inocente Lauren que tem estado aqui desde sempre mas eu estava cega demais para ver.

– Acho que me deve uma história.

LAUREN POV;

Um pequeno sorriso se formou no rosto de Camila, juntamente com seu pedido para eu lhe contar a verdade. Eu tinha que lhe contar o que aconteceu. Eu queria. Se alguém iria saber quem eu realmente era, iria ser ela.

– Ok. – Assenti, inalando um pedaço de ar, me preparando para a complexa história que eu ia lhe contar. Mandei o cigarro para o lixo que estava ao nosso lado, não querendo que as pausas para a nicotina fizessem isto demorar mais do que o necessário. – Bom, vou começar dizendo que não sou nenhuma santa ou coisa assim. Eu nunca fui uma boa criança, nem por um momento.

Camila assentiu, com alguns dos seus fios escuros caindo do seu coque e os seus olhos brilhando de fascinação.

– Na verdade esta, uh... esta não é a minha primeira vez em Weckleniffe. – Eu continuei.

– O quê? – Ela perguntou. – O que quer dizer?

– Eu já estive aqui. Como uma paciente mental na ala das crianças que costumava ter no segundo piso, eu acho. Eu tinha cerca de doze anos.

As sobrancelhas de Camila subiram em surpresa.

– O que você fez?

Mesmo sabendo que essa questão era inevitável, reciei que ela perguntasse. Mas eu estava cansada de manter tudo para mim, era a hora de contar os horrores do meu passado.

– Bom, o meu pai costumava tratar a mim e minha mãe como merda. Ele nos batia. Então uma noite eu o vi bater na minha mãe, asfixiando-a, e eu estava tão assustada Camila. Eu estava zangada também, e queria que ele sentisse uma dor pior do que a minha mãe sentia. Eu queria-o morto, queria-o morto mais do que tudo. Então, uma outra noite, ele tinha desmaiado no sofá devido ao álcool enquanto a minha mãe estava trabalhando até tarde. E eu peguei num líquido e nuns fósforos...

– Você não fez isso... – Ela suspirou, com a sua mão cobrindo a sua boca em choque.

– Eu fiz. – Assenti. – É horrível, eu sei. Mas ele sobreviveu, foram apenas algumas chamas. Eu disse aos bombeiros o que fiz e porque fiz e eles me enviaram para Weckleniffe e meu pai para a prisão. 

WeckleniffeOnde histórias criam vida. Descubra agora