– Confinamento solitário? Está brincando comigo? – Gritei, muito mais alto do que pensava. A Dinah respondeu com um aceno de cabeça triste, bebendo do seu copo de Coca-Cola. – Isso não é justo! Quanto tempo é que ela vai ficar lá? – Perguntei ainda mais alto.
– Não é justo? – Repetiu a Dinah. – Camila, a Lauren beteu com o crânido do Norman contra uma parede de tijolos e ele está em coma!
– Sim, mas ela me salvou de ser violada! Ou pior sabe lá... – Defendi.
– Ok, antes de tudo reduz o tom de voz, está todo mundo olhando. Agora, por quê está defendendo tanto? Pelo menos ela não vai ser chicoteada ou eletrocutada. Ela vai ficar bem, é só durante uma semana.
Suspirei e bebi do meu chá quente. Eu acho que ela estava certa. Confinamento solitário era uma das opçõs de tortura mais agradáveis.
– Bem, ainda assim – Comecei. – O que Lauren fez foi incrível, independentemente de ela ser uma paciente perturbada ou não.
– Sim, sobre isso – Disse Dinah. – Ela não pode ser tão psicótica como pensávamos.
– O que quer dizer? – Perguntei, tendo interesse, e inclinando-me para mais perto.
A voz de Dinah caiu para um sussurro, não querendo obviamente, ser ouvida por mais ninguém na sala.
– Você sabia que a Lauren saiu da sua cela na noite passada para ir pro porão? – Ela perguntou.
– Para o porão? Por quê?
– Não tenho a certeza, mas nunca vai adivinhar o que ela encontrou. – Olhei para ela, à espera de mais explicações. – Ela encontrou três cadáveres.
– O quê? – Exclamei, gritando de novo.
– Sim, mas eles não estavam só mortos. Eles tinham sido esfolados e os corpos estavam muito frescos para ter sido vítimas anteriores de Lauren. Ou seja, alguém anda lá fora fazendo isso.
O meu queixo caiu, não acreditando no que acabei de ouvir.
– Ok, ok, então o que significa isso exatamente? – Perguntei, tentando fazer sentido.
– Isso significa, que alguém lá fora, que tem conexões com Weckleniffe, ainda está matando essas mulheres. Quem escondeu os corpos lá embaixo, poderia ter sido o assassino o tempo todo... a Lauren pode ser inocente.
– Exato. – Concordei eu. – Ou alguém aí poderia estar apenas seguindo os passos de Lauren e ela ainda poderia ser culpada. Nós não sabemos de nada.
Dinah assentiu.
– Exatamente, é isso que a Sra. Jude pensa. Ela ainda acha que ela é culpada.
Esta nova informação não muda nada. A Lauren ainda estava atrás das grades e eu não esperava que fosse de outra forma. Mas além do fato de haver um assassino à solta, nada tinha sido realmente afetado por este incidente. Pensei eu, até Dinah falar.
– Camila, eu acho que está faltando uma coisa importante.
– O quê? – Perguntei, temendo a sua resposta.
– Os corpos foram escondidos no porão de Weckleniffe. – Disse ela.
– Sim, e dai? – Perguntei eu, ainda sem entender a importância disso.
– Isso significa, que a pessoa que esconde os corpos, provavelmente o assassino, tem as chaves da instituição! – Dinah disse em voz alta. – E as únicas pessoas com as chaves são os empregados. Camila, o assassino é alguém com quem trabalhamos.
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Weckleniffe
RomanceUma nova paciente chega em Weckleniffe. Seu nome é Lauren Jauregui; Camila é uma enfermeira que trabalha na instituição. Lauren é diferente, ela é obscura, intimidante e inteligente com cada movimento seu. Havia muitos segredos escondidos por trá...