We can create our own paradise

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Lauren POV;

O quarto estava silencioso. Era um silêncio apreensivo, o som do silêncio de espera, o ar aguardava movimento enquanto eu esperava por Camila. Além do seu peito subindo e descendo, o quarto continuava assim. Lily estava na parede distante, sem se mexer ou falar. Ela não queria esperar ao meu lado, estava com medo de mim.

Eu queria que Camila acordasse para quebrar o silêncio. Eu esperava e rezava para que ela o fizesse. Mas a minha esperança era grande onde a minha dúvida não era, porque eu podia senti-la despertar lentamente. Na sua mão em que eu segurava neste exato momento, enquanto estava sentada numa pequena cadeira de plástico ao lado da sua cama, os seus dedos se contraiam de vez em quando. Os seus olhos estavam sob as pálpebras e os seus lábios se moviam lentamente como se ela estivesse sonhando.

Talvez eu estivesse exagerando, observando-a com grande cuidado enquanto ela estava ali. Porque eu sabia que ela não tinha bebido ou comido muito nestes dias, e a Lily me informou que essa foi a razão dela ter desmaiado. Eu não tinha percebido que ela não estava comendo no almoço, embora eu não a visse no café-da-manhã e no jantar. Então não haviam muitas maneiras de dizer se ela tinha comido. Aparentemente, não.

Eu tinha sido muito egoísta tentando resolver meus pensamentos confusos e nem perguntei como ela estava. Isto também deve ter sido difícil para ela, eu devia ter perguntado como ela tinha estado, eu devia ter prestado mais atenção. Haviam um monte de coisas que eu devia e não devia ter feito.

E devido à minha falta de cuidado tinha um terrível pressentimento de que quando Camila acordasse não iria me querer com ela. Ela iria se encolher de volta contra os lençóis e estremecer para longe do meu toque. Eu não a culpava. O meu desabafo foi desnecessário e não devia ter acontecido. Mas não era eu que estava no controle. Bem, era eu, eu não iria descartar a culpa mas eu não queria aquilo. Algo estranho estava entrando nos meus pensamentos, algo alheio à minha mente que tinha o caminho facilitado. Uma onda de energia, impulso e toda a loucura que eu tinha mantido dentro de mim não podia ser sustentada no meio do meu estado nublado. Então sim, a culpa foi minha, mas eu não estava no controle de mim mesma.

Mas ver a Camila com seu rosto assustado, ver o seu corpo no chão chorando de medo à minha custa, infligiu uma dor pior do que as chicoteadas ou a terapia de choques. A dor mental era mais profunda do que a dor psíquica por um longo tiro. Porque o meu corpo era forte e eu podia mandar a dor embora, mas a minha mente não.

Mas ao menos as minhas ações tinha tido bons resultados. Com o choque do que eu tinha feito eu tinha voltado. Começou com uma simples sensação, uma preocupação entrelaçada com uma culpa pesada. E depois se espalhou como comida na água. Eu me lembrei da importância de Camila na minha vida e me lembrei porque estava realmente em Weckleniffe. Um fantasma do meu antigo eu tinha me relembrado juntamente com o grave medo de quase machucar Camila. De repente me trouxe de volta todas as sensações que eu tinha tido com ela e com os outros. Me lembrei da emoção de sofrimento, ódio, paixão e amor.

O choque me puxou da minha mente como areia movediça, e a imagem ficou clara finalmente. Eu me senti eu mesma novamente; apenas com mais culpa.

A porta se abriu, mas eu não olhei.

– Olá Ally. – Disse a Lily.

– Olá. – A segunda mulher, Ally, tinha a voz pequena e sussurrou como se estivesse apreensiva para falar.

Eu tinha conhecido-a à uns minutos atrás por isso não precisei me virar para descobrir a pessoa atrás das palavras. Ela era bastante jovem e bonita, parecendo ter vinte ou trinta anos. Tinha cabelo loiro liso e uma pele bronzeada. Era a nova assistente da Lily que tinha vindo no lugar de Camila, mas não se comparava com a beleza deitada à minha frente.

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