Halloween

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A sensação sinistra era persistente no ar de outubro, a temperatura era cada vez menor e chegava a ser de tempo de inverno. Eu tinha estado enrolada no meu edredom enquanto lia e desejei desesperadamente voltar para a cama. Mas já tinha prometido a Ariana que a iria acompanhar até à feira hoje à noite, e tive de ficar pronta.

Era o Festival de Halloween que se realizava todos os anos por esse mês. As atividades consistiam em concursos de fantasia, esculturas de abóboras, passeios de carnaval, florestas assombradas, e coisas desse tipo. Eu costumo encontrar uma alegria encantadora nestas festividades, já que outubro era o meu mês favorito. Neste mês, além do evento do meu aniversário e do evendo do Dia das Bruxas, os repingos de cor em todas as árvores e o tempo de camisolas perfeitas juntamente com o cheiro de fogueiras noturnas feitas, tornavam esta época maravilhosa.

Mas este ano, o Dia das Bruxas era muito menos importante, porque a minha vida parecia ter mais terror do que qualquer casa assombrada. Mas isto pode servir como uma boa pausa, por isso, decidi dar uma oportunidade. Podia ser divertido.

Tentei pensar sobre todos os aspectos positivos que poderiam vir desta noite, na esperança de reunir alguma emoção. Mas, em vez disso, a minha mente estava novamente cheia de diferentes pensamentos. Pensamentos sobre Lauren.

A minha mente guardava todos os seus atraentes atributos, que pareciam crescer mais e mais a cada minuto que passava com ela. E só de pensar na sua reação à barra de chocolate que lhe dei, o meu coração derretia com o seu sorriso fantástico e a sua risada contagiante. Ela tinha um poder sobre mim e eu não podia tirá-lo para fora do seu alcançe. Eu sabia o que ela estava fazendo comigo, e senti que a Lauren também o sabia. Podia ter sido por acaso, ou talvez intencional. Mas havia algo lá.

Eu a desejava e isso era evidente desde o início. As suas perfeitas mãos, os seus lábios carnudos, a sua figura divina, isto para não falar da sua voz sexy e rouca. Era impossível não a desejar. Especialmente quando ela fazia os seus comentários sexuais que acendiam rubor nas minhas bochechas, imensas vezes.

Mas isso não era tudo. Ela era inteligente, possivelmente até mais do que qualquer guarda ou enfermeiro. Ela nunca foi pegada de surpresa, parecento ter um saber clínico que lhe permitiu mais conhecimento do que era seguro para alguém como ela possuir. Ela estava também confiante, de tal forma que exigia atenção e submissão por parte dos outros com ela, sem ser arrogante.

Ao contrário do seu lado mais sombrio, aparentemente, havia um certo charme quando ela realizava o seu sorriso que despertava algo mais profundo como fantasias sexuais. Lauren podia ser tão adoravelmente encantadora, fazendo o meu afeto por ela crescer mais a cada segundo.

Mas um pensamento continua a manter um espinho na minha mente. Ela tinha feito alguma coisa para Ariana a temer ainda mais do que antes. Mesmo que eu tivesse tido a sorte de assistir a este seu lado mais leve, havia também outra parte que parecia ser mais dominante. O lado que chamou mais a atenção dela, era a sua escuridão, mais do que uma maldade que as pessoas temiam. Era este lado e esta inteligência que me levavam a acreditar que era capaz de ser a assassina. E não apenas a assassina que tinha sido enviada a esta instituição, mas sim, a assassina que esfolou pobres mulheres e que as fechou no porão de Weckleniffe.

Se não foi Ariana, então quem poderia ter sido? Connor? Brad? Até mesmo a Dinah? Lily?

Nenhuma destas pessoas parecia ser a correta, mas tudo era possível neste ponto. Lauren apenas realizava a essência do problema, e ela já tinha sido acusada por um júri e um juiz daquele crime uma vez. Mais uma vez, porém, nessa opinião ainda havia uma dúvida. Eu não sabia como, mas havia. Porque se eu realmente acreditava que Lauren era a culpada, por que é que fiquei? Por que eu iria me sentar todos os dias com ela de boa vontade, durante duas horas, se eu achava que ela era uma assassina fria e dura? Se eu tivesse a certeza que ela tinha esfolado três mulheres, eu teria continuado a jogar jogos de tabuleiro e cartas com ela, que eram esquecidos muitas vezes devido às nossas conversas? E eu tinha visto os olhares que os guardas me davam. Eles desaprovavam a minha aparente simpatia com Lauren, sabendo que era errado da minha parte estar gargalhando e me dando bem com alguém como ela. Mas apesar disso, eu continuava a voltar. Porque havia algo que me chamava de volta a ela.

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