Capítulo 6 - O Exército Humano

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Foram precisos dois banhos e uma barra inteira de sabão, para tirar todo o óleo embolado com sujeira e sangue que recobria meu corpo e cabelos

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Foram precisos dois banhos e uma barra inteira de sabão, para tirar todo o óleo embolado com sujeira e sangue que recobria meu corpo e cabelos. Ao final recebi um conjunto de vestimentas de soldado, coturnos e um elástico para prender meus cabelos úmidos agora. As roupas e botas que tirei para tomar banho foram diretamente para um saco plástico e para o lixo, sem salvação. 

Dois soldados armados, entre eles reconheci Robert, que sorri para ele que retribuiu, me levaram ao refeitório, onde me deram um prato de comida que devorei tudo sem fazer ideia do que era, mas estava faminta, com um pão e duas canecas de água. Então me encaminharam para o psicólogo.

Ainda achavam que eu fosse humana por causa das lentes em meus olhos, mas eu sabia que não ia durar, precisava achar uma saída. Agora os projéteis alojados em meu braço doíam, incomodavam e não havia a menor possibilidade de tirá-los de lá sem me entregar.

Entrei na sala e notei que o psicólogo não estava sozinho. O soldado de meia idade estava com ele, Robert voltou a sair da sala e o outro soldado que me trouxe permaneceu na porta, com sua arma apontada para mim.

— Achamos coisas interessantes na sua bolsa, Phoebe. – O psicólogo evidenciou de forma neutra, enquanto eu olhava meus pertences espalhados pela mesa dele.

Meu disfarce acabara. Suspirei e me sentei na cadeira desocupada, sabia que agora isso era um interrogatório.

— Quem realmente é você? – o psicólogo me perguntou.

Coloquei uma mão em volta de cada olho, com os dedos da outra tirei as lentes de contato. As coloquei sobre a mesa e olhei para os dois com meus olhos azuis elétricos.

— Não é vampira. Viemos sob o sol! Então o quê? – o soldado indagou, mas mantendo distância de mim.

— Como assim? Vocês não sabem o que eu sou? – franzi as sobrancelhas.

— Não. Esperava que soubéssemos? – O soldado se surpreendeu.

— Claro que sim! Ouvi histórias assustadoras do que fazem com outros como eu. Mestiços, é o que somos. – Esclareci.

— Mestiços? Os vampiros estão criando uma nova raça? – o soldado interveio mais uma vez.

— Se por nova raça o senhor se refere a comida, então sim. Não passamos de gado, escravos, na melhor das hipóteses. – Falei.

— Mas como? Manipulação genética? – o psicólogo ergueu as sobrancelhas, aturdido.

— Bem mais simples do que isso doutor. Estupro. – Soltei de uma vez – ou sedução, no caso da mãe ser vampira – dei de ombros.

— Achei que isso não acontecia há séculos. – O psicólogo expressou.

— Não deveria acontecer, somente criminosos são colocados para fora das cidades. Não há mais tantas mulheres lá fora. – O soldado afirmou para o psicólogo.

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