Capítulo 62 - Frágil Aliança Humana

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Zamask levou horas para acordar e eu já estava impaciente naquela mesma posição sem poder me mexer. Não tinha ideia do que poderia dizer a ele, pelo que presenciou... Não era novidade para mim ser espancada daquela forma e estuprada, mas pelo menos das outras vezes não havia tranquilizante para cavalo com inseticida correndo por minhas veias. Pode ter sido pior porque senti toda a dor, mas por outro lado estava inteira, horas mais tarde.

O vi pelo espelho se aproximando da cama.

Oi. – disse a ele pela máquina.

Ele respirou alto, um exalar de puro alívio.

Queria agradecer e pedir que me desculpe. Tinha razão, não deveria ter...

— Shiiiuuu! Não precisa se desculpar. – ele passou a mão levemente pela lateral do meu rosto e lágrimas desceram de meus olhos – Não fez nada errado. Não havia como sabermos que havia tantos amigos daquele maldito bastardo na base de olho em você para ele.

O que aconteceu quando meu pai tirou você da sala de cirurgia? – me lembrei de perguntar para mudar de assunto, não estava pronta para falar sobre o ocorrido ainda.

Ele riu.

— O general sabe lidar com guerreiros ancestrais descontrolados. – ele sorriu agora para mim.

Você está protelando. – observei.

— Ele me nocauteou e me acorrentou para que você pudesse ser operada sem que eu matasse um dos médicos. – ele riu, acariciando meus cabelos.

Esse é o general! – bufei uma risada e imediatamente me arrependi, porque vi estrelas e foi quase impossível deter um grunhido de dor.

— Não posso mais contar piadas para você pelas próximas vinte e quatro horas. – ele sorriu e eu quase ri de novo.

Você está bem? – não resisti, eu precisava saber como ele se sentia.

— Isso depende de como você está. – ele disse se aproximando e beijando levemente minha testa.

Quase inteira. – tentei fazer piada.

— É horrível vê-la assim. – ele exalou.

Acredite, tirando o inseticida no tranquilizante, já estive pior.

— Phoebe...

Sei o que estou dizendo MT. Pedi um relatório a Iara e a interroguei para ter os detalhes. Sei exatamente meu estado, portanto, quero que tenha em mente que não vou desmoronar pelo que aconteceu. Até porque a pior parte de tudo eu nem vi, desmaiei depois do sexto soco. Tudo que sofri depois, só começou a doer quando acordei com você já lá. Por favor, não tenha piedade do que não senti de verdade, ok?

— Não tenho. Tenho apenas vontade de reviver aquele desgraçado só para matá-lo de novo e de novo e de novo. – grunhiu.

— Ok! Acho que posso ver minha filha agora. – meu pai trovejou, entrando no quarto.

Oi pai.

— Como se sente? – ele perguntou se aproximando pelo outro lado da cama, ficando de frente para Zamask.

Eu podia mentir e dizer bem.

Ele gargalhou.

— A quero de pé em vinte e quatro horas recruta. – ele me falou, passando a mão na minha testa e tirando meu cabelo do olho.

Sim senhor, general! – esbocei um sorriso que doeu pra caralho – A propósito, ninguém me contou onde estou ainda. – Observei, me dando conta de que não conhecia o ambiente, muito mais luxuoso, pelo espelho, do que deveria para a base humana.

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