Capítulo 61 - Meu Resgate

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Abri os olhos, despertada por um grito. Não havia mais pano na minha boca, mas não conseguia enxergar direito o que acontecia. Podia ver um borrão branco e outro negro e pontos borrados de vermelho para todos os lados. Então se aproximaram e pude reconhecer.

Zamask segurava, apenas com uma mão, um Dylan aterrorizado e agonizante. O fez olhar para mim e notei que de seus pulsos pingava sangue. Não havia mais mãos ali. Olhei para seu rosto de novo e vi a boca aberta com o maxilar quebrado, por onde sangue escorria em profusão, franzi a sobrancelha tentando enxergar melhor.

Se minha visão estivesse certa, faltava a língua de Dylan dentro da boca. Então Zamask deliberadamente levantou Dylan ainda com a mão segurando sua nuca e com ele ainda virado para mim, colocou-se de lado para mim e de frente para o lado de Dylan.

Desceu a mão livre para o pênis de Dylan e o arrancou do corpo do mestiço, com as bolas e tudo, enquanto rosnava para Dylan e este gritava de dor e agonia. Acho que se eu estivesse em melhores condições teria vomitado, mas não conseguia nem me mexer sem sentir dores excruciantes por todos os lados.

Tentei me concentrar no rosnado familiar e reconfortante da besta dentro do meu marido e suspirei aliviada. Ele me encontrou e era isso que importava.

Senti uma agulha no pescoço. Havia alguém injetando algo em mim.

— Phoebe, estou injetando adrenalina em suas veias para que seu sistema seja capaz de acelerar e curá-la. – ouvi Iara. Tentei me mexer e ela me segurou – não tente. Está muito ferida. O espécime cortou você e a espancou. Não posso fazer uma avaliação melhor, enquanto Zamask não se recuperar e permitir que me aproxime de forma mais invasiva. Tem inchaços por todo o corpo. Apenas espere seu sistema se recuperar.

— O que... – comecei a falar, mas senti um dor incapacitante e desisti.

— Está com o maxilar quebrado. Não tente falar pelas próximas três horas. – ela me avisou. Então virou-se para os borrões que eu agora sabia quem eram – Zamask liquide de vez o espécime. Sei que sua honra de macho foi maculada, mas precisamos ir. Phoebe precisa de cuidados médicos imediatos ou vai morrer.

Ouvi Dylan gritar de forma horripilante e olhei para eles. Zamask arrancara a parte frontal de sua garganta, deixando apenas a metade de trás aberta e exposta com sangue agora esguichando. O grito de Dylan foi substituído por um barulho borbulhante, seus olhos reviraram nas órbitas e silêncio. Quebrado apenas por Zamask ainda rosnando enraivecido. Ele largou Dylan que caiu como um boneco quebrado.

Se aproximou de mim e ergui a mão, amarrada à outra, para seu rosto, ignorando a dor que mandava choques pelo meu corpo.

Ele cortou as cordas dos meus pulsos, dos tornozelos, encostou seu rosto na minha mão e fechou os olhos.

— Obrigada! – consegui fazer sair de minha boca em um sussurro e estava em seus braços.

Zamask me ergueu, sabe-se lá de que superfície me encontrava e me carregou para a nave que aguardava fora da porta reforçada, agora destroçada, pela qual saímos.

Entrou na nave e me manteve em seus braços ignorando Iara que o aconselhava a me colocar na maca tecnológica vampira que havia na nave, para que eu pudesse começar a ser tratada pelo sistema da maca.

Sem alternativa, Iara assumiu os controles da nave e nos levou para a base humana. Eu me concentrava em olhar os olhos dele, para conseguir ignorar as dores horrorosas por todo o corpo.

Zamask não desviou seus olhos dos meus por todo o percurso até a base. Com a abertura da rampa de saída, ele não esperou Iara, apenas me levou para o laboratório, onde Deallus e o Dr. Enzo aguardavam para me tratar.

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