Capítulo 5 - Tragédia

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Éramos facilmente reconhecíveis por nossos olhos muito claros

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Éramos facilmente reconhecíveis por nossos olhos muito claros. E alguns por seus tons de cabelos incomuns. Mas este não era meu caso ou de John. Então ainda tinham os olhos, eu tinha uma ideia, mas nenhuma esperança de funcionar.

No exato momento em que o sol terminou de se pôr, pudemos ver os portões fortificados da cidade humana. Estávamos relativamente seguros dos vampiros.

A cidade dos vampiros ficava sobre os escombros de uma antiga cidade humana enorme e a cidade humana mais próxima, ficava sobre os escombros de outra. Depois que deixamos o prédio onde passamos a noite, corremos pouco mais de uma hora antes de deixar as ruínas daquela cidade para trás, então foram horas por estradas ruídas e mato, para então adentrarmos as ruínas de outra antiga cidade humana, que contava com alguns quarteirões de prédios ruídos e tomados por vegetação antes de existirem imensos muros de contenção, onde atualmente se localizava a parte da cidade habitada pelos humanos.

Corremos ainda por alguns minutos até estarmos a poucas ruas dos grandes portões, então entramos em uma enorme construção que, segundo minhas pesquisas históricas, fora um shopping.

Parte do telhado cedera, não restava muita coisa lá dentro, mas era fechado e tinha muitas passagens. Me dirigi para uma porta corta-fogo no fundo com John me seguindo em silêncio. Podia sentir seu medo, ele nunca estivera nem remotamente perto de humanos e as histórias do que faziam com mestiços eram assustadoras.

Desci as escadas atrás da porta me dirigindo a vários boxes trancados lá embaixo. Duvidava que ainda houvesse algo dentro daquelas salas, mas não tinha nenhuma ideia melhor, portanto usei um dos meus dispositivos e coloquei na fechadura do penúltimo box, antes do fim do corredor.

— O que isso faz? – John perguntou sussurrando em meu ouvido.

— Destranca a porta em silêncio.

— O que há aí?

— Não sei, talvez nada, mas essas portas são reforçadas e se ainda estão trancadas, pode ser um bom esconderijo por esta noite. – respondi, deixando a porta aberta para ele, andando pelo corredor e parando em frente a vários boxes, decidindo se valeria a pena inspecioná-los. Pois a essa altura, minhas pernas estavam bambas pelo cansaço, mas meu estômago reclamava audivelmente.

Decidi primeiro verificar nossa segurança e segui até o fim do corredor que terminava em grossas portas duplas de ferro, as testei, abertas. Percebi só então que não tinham fechaduras, apenas a maçaneta mesmo, as travas, acima e abaixo, estavam destruídas. Olhei o que havia depois dela e vi que era uma doca antiga com grandes aberturas, por onde outrora entravam transportes de carga, por onde agora era possível ver a noite do lado de fora. Do metal que deveria fechá-las, restavam apenas pedaços retorcidos e ruídos pela ferrugem e degradação do abandono prolongado.

Encontrei uma torneira no corredor, abri e consegui encher os cantis com água fresca. Lavei as mãos e meu rosto, o melhor que pude, então retornei. John vasculhava um monte de caixas dentro da sala que o dispositivo abriu. Entrei, tranquei a porta de novo e percebi que havia uma interligação para outra sala. Segui por ali, descobri um duto de ventilação, grande o bastante para fugirmos por ele, caso fosse necessário. Soltei a tampa e deixei fácil para reencaixar caso precisássemos daquela rota de fuga.

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