Capítulo 44 - Major Cruz

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Zamask conversava animadamente com o major Cruz na sala, sobre os ajustes para uma reunião na noite seguinte com o rei e o novo conselho. Zaira e Zelda não estavam em parte alguma.

Assim que ele me viu se levantou e quando me aproximei me beijou de leve nos lábios. Júlia disse que precisava falar com Alice e saiu por outro corredor.

— Está mais descansada? – me perguntou tão logo nos sentamos.

— Gostaria, mas ainda não é minha realidade. – sorri.

— Estamos ajustando os horários para uma reunião entre Zaki e o major Cruz para amanhã.

— Muito bom! Zelda e Zaira não estão aqui por quê?

— Foram ao estande de tiros com Squeezer e Robert. Não faço ideia do que os quatro têm em mente. – ele explicou.

— Zamask me contava sobre os últimos acontecimentos, Srta. Phoebe. Desculpe, mas para quem odiava vampiros, penso que aceitou muito facilmente se casar com um. – o Major fez a observação que já esperava ter que responder. Sabia que esta era uma explicação que poderia melhorar minha imagem entre a cadeia de comando humana ou destruí-la de vez.

— Concordo. – olhei para ele e Zamask se surpreendeu me olhando – Mas, desde que os procurei acompanhada de três vampiros, com um plano e intenções de salvar nosso mundo, não estou preocupada com meus princípios e convicções Major. Poderia perder tempo, que não temos, me indignando e fazendo com que minhas convicções feministas fossem levadas em consideração, mas optei por aceitar o que me era oferecido em troca de melhores chances de manter nosso mundo vivo.

"Não vou negar, me apaixonar por um vampiro, foi tão chocante para mim, quanto deve ter sido para vocês, pela situação em que me conheceram inicialmente, portanto, em outra realidade, onde tivesse tempo para me preocupar com coisas menores como convicções sexistas e paradigmas ultrapassados, poderia discutir o machismo e falta de necessidade dessa exigência. Mas, não estamos vivendo essa realidade, não temos esse tempo. Portanto, deixar meu feminismo de lado e aceitar me casar com o vampiro que amo, dificilmente poderia ser considerado um preço alto a pagar pelo que teremos em troca. Não concorda?"

— Certamente! – ele concordou, de repente preocupado que pudesse ter me ofendido, ao perceber que analisei politicamente o que minha aceitação poderia representar para nossa atual situação e não simplesmente aceitei, como se esse fosse o sonho da minha vida.

— Foi o que pensei. Não faz diferença estar casada com Zamask ou não para termos o mesmo relacionamento que já temos, ou para que eu tenha ideias muito definidas quanto ao tratamento que mulheres e indefesos devem ter. Admito que tenho sorte, porque primeiro a exigência diz respeito a ele, já o amo, portanto, não é de forma alguma um fardo. Depois porque sua forma de pensar não difere tanto assim da minha. Se analisarmos por este ângulo específico, estou lucrando de todos os lados da questão. – dei de ombros e vi pela visão periférica o sorriso de Zamask a meu lado.

— Admito que não pensei que houvesse analisado a questão política envolvida. – o major revelou.

— Na verdade foi a primeira coisa que pensei. Zaki quer nosso enlace para assegurar que vocês não ataquem os vampiros tão logo a guerra termine. Ele sabe que terá muitas baixas, portanto estarão ainda mais indefesos do que os humanos, sendo assim conta com meu bom relacionamento com vocês para manter a paz. E eu sabia que aceitar o pedido, os deixaria nervosos e preocupados. Afinal nos conhecemos de uma forma abrupta. Depois voltei para vocês com três representantes do inimigo, pedindo sua ajuda para aniquilar um segundo inimigo, quando aquiesceram me juntei ao seu primeiro inimigo, me casei com um e permaneci em sua cidade confortável.

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