O MUNDO que você não quer conhecer

Capítulo 38 - Minha Ignorância para Termos Humanos

— Caraca! Como fez isso? – Robert perguntou impressionado.

— Tenho aqui tudo de mais avançado que os vampiros criaram em sistemas de software e hardware, reconfigurei completamente os sistemas e interliguei todos em um único, criando assim um cérebro digital, capaz de interpretar informações audiovisuais, criptografadas, escritas, desenhadas, enfim... Inserindo-se as programações corretas os poderosos processadores praticamente pensam sozinhos. Esta é Iara. Criei pelo menos dez tipos de códigos e criptografias de segurança e prendi tudo ao meu perfil. Mesmo se alguém gravar a minha voz e usar um modulador não será capaz de dar ordens ao sistema, porque ela reconhece entonação, vícios de linguagem, nuances psicológicas, enfim, o sistema me reconhece mesmo sem uma câmera para confirmar minha imagem. – expliquei enquanto o escâner 3D esquadrinhava e jogava todas as informações sobre o bracelete no sistema central.

— E Pietro serve para? – Squeezer instigou.

— Sequestrar outros sistemas. Ele invade o servidor, o reconfigura e transfere todo o poder de comando para mim. Venho trabalhando no protocolo dele há semanas, foi assim que coloquei o holograma da minha mãe no campo de treinamento para explicar o que fez. Mas meus processadores e programas não eram suficientes para atingir o ápice do que o protocolo é capaz de fazer. Agora consegui. Esse era meu plano B. Se não conseguíssemos a aliança com os vampiros eu ia roubar duas naves deles. Já estava invadindo os sistemas, por isso desdenhei e me demorei no discurso e depois concordei com a demonstração prática. Precisava de tempo para Pietro agir. – Contei ainda olhando para as telas e reconfigurando os sistemas e designers do que queria criar.

— Você não existe! – Robert gargalhou.

— O que está fazendo agora? – Squeezer mudou de assunto, curiosa, olhando os desenhos e esquemas na tela 3D projetada na minha frente.

— Não vamos entrar em uma celebração de vampiros como vacas em um abatedouro, Squeezer. Nesses eventos não podemos transportar armas, mas podemos usar joias, portanto, teremos pulseiras elegantes e com sistemas de defesa ativos, também teremos comunicadores disfarçados de brincos que nos colocam em constante comunicação com Iara que será capaz de me avisar se algum de vocês estiver em apuros e pode mandar as armaduras para nós por comando remoto.

"Mas como defesa primária, vou usar os diamantes para maximizar o efeito de refração. Vampiros usam lasers, portanto diamantes podem ser usados para fragmentar o disparo e desviá-lo para longe de nossos corpos. Não são armas de verdade, mas não vão permitir que sejamos feridos enquanto aguardamos medidas de proteção que Iara vai nos indicar a cada passo".

— Teríamos que nos cobrir de diamantes para funcionar a refração. – brincou Robert.

— Não com um campo quântico pré-programado para manter a refração criada pelo diamante em torno do usuário. – Rebati.

— Não entendi absolutamente nada do que acabou de dizer. – ele expôs.

— Somos dois. – Squeezer concordou.

— Os Sektas desenvolveram um tipo de bolha protegida à prova de lasers, por isso os vampiros são ineficazes os combatendo. Essa bolha é um tipo de campo gravitacional sutil. – Bufei – Acontece que aplicando os conhecimentos terrestres, descobri que colocar um pequeno diamante no projetor da porra da bolha, me dá um efeito muito parecido, porém com economia de energia, imperceptível a olho nu mesmo vampiro e muito mais poderoso. A bolha deles não é capaz de deter um disparo de canhão laser, apenas de armas comuns e vai se desgastando porque os absorve. Mas com o diamante, nem um canhão pode travessar. Na verdade, um tiro de canhão direcionado a um usuário desta bolha, teoricamente, pode se dividir em centenas de disparos e atingir o próprio exército agressor. E como não vai absorver o tiro apenas redirecioná-lo a proteção não se desgasta.