Capítulo 63 - Embuste Sekta

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Passei o restante da noite com Zamask me paparicando e não vou mentir dizendo que não gostei. Se não fosse a imobilidade e as dores horrorosas do meu sistema biológico voltando a funcionar. Teria sido uma noite ótima. Adormeci ainda com ele a meu lado acariciando meus cabelos.

Na noite seguinte usaram um laser cirúrgico e me tiraram de dentro daquele casulo medonho. A primeira coisa que fiz foi tentar correr para o banheiro. Zamask gargalhou, quando me pegou caindo para a frente na tentativa de ser independente pelo menos para isso.

— Ainda não está tão bem assim. – ele riu, me erguendo em seus braços e me levando para o banheiro.

Tive que jogar o sexto de lixo nele para me deixar usar o banheiro, sozinha, depois que me deixou no assento sanitário, e ele saiu rindo.

Me aliviei, me levantei e nem tentei ficar de pé sob o chuveiro. Apenas me aproximei e quando o box abriu, entrei já com um banquinho plástico da clínica, coloquei no box e me apoiei nele, enquanto a água descia sobre meu corpo. Lavei o traseiro e quando ia me sentar ouvi Zamask.

— Teria muito prazer em ajudá-la se não fosse tão teimosa.

— Claro! Lavar meu traseiro você queria. – revirei os olhos, me sentando e ele gargalhou.

Me ensaboei e passei o shampoo, que Iara me trouxe, nos cabelos, percebendo só agora que lavaram meu corpo depois da cirurgia, mas meu cabelo ainda estava com restos de sujeira daquele lugar...

Deixei a água do chuveiro lavar os restos do shampoo sem a minha ajuda. O pouco movimento até então já me deixara exausta e tonta. Nem protestei quando Zamask abriu o box e me tirou de lá, me enxugando com a toalha e me colocando um roupão e mais nada.

Ele me levou no colo de volta para o quarto e Iara estava lá.

— Ela está mais cansada do que deveria. – ele observou preocupado, mas me mantendo em seus braços.

— Estou com alimentação praticamente líquida e o organismo já absorveu tudo que ingeri até agora. Notou que não tenho mais sinais da cirurgia? – evidenciei.

— Exatamente. – Iara concordou.

— Podemos, por favor, ir para casa? – implorei.

— Sim. Mas ainda está de repouso por dois dias. – Iara informou.

— Como se eu fosse capaz de correr uma maratona. – bufei.

— Ok! Mal-humorada, vamos para casa. – Zamask finalmente disse o que eu queria ouvir, me levando para fora daquele quarto, pelos corredores até a nave civil dele que nos aguardava no hangar principal.

Iara mais uma vez guiou a nave para casa, enquanto ele nem tentou me colocar no banco, simplesmente sentou-se comigo atrás me mantendo no colo.

— Assim não vou querer melhorar tão rápido. – observei beijando seus lábios levemente, já que era a única forma de não doer.

— Não sei se gostaria disso. – ele disse voltando a me beijar bem devagar.

— Verdade! Ainda temos a desvantagem das dores. – ri.

— Isso não é engraçado. – ele discordou voltando a ficar sério.

— Por favor, preciso de distração. Então tudo para mim neste momento tem graça. Ok? – o beijei de novo.

Mas ele não falou mais por todo o percurso, apenas se concentrava em não me apertar muito e acariciar meu rosto e cabelos com as mãos. Quando cheguei em casa, não sabia o que era maior minha fome ou meu mau humor porque ele estava sério.

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