Capítulo 35 - Alice

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— PW, posso falar com você? – Alice interrompeu meus pensamentos, entrando no escritório quando terminava de fechar os circuitos do traje, uma noite antes da conferência.

— Claro! O que precisa?

— Como soube que estava apaixonada por Zamask? – ela enrubesceu.

Olhei para Alice franzindo as sobrancelhas, aspirei o ar e senti a ansiedade dela, o constrangimento e o medo. Exalei e me recostei na cadeira em que estava sentada, esperei que ela fechasse a porta e se sentasse na outra de frente para mim.

— Na verdade não sei como responder a isso. Acho que foi gradativo, afinal passei mais de duas semanas presa com ele em uma mina abandonada, não tínhamos muitas roupas extras e precisávamos tomar banhos e lavar as roupas, então acho que o fato de vê-lo todos os dias com muita pele exposta e sem ficar tentando me seduzir tenha contribuído. Mas realmente não sei Alice, sou boa com tecnologia, mas não sou muito boa com sentimentos. Por que quer saber?

Senti o cheiro do seu constrangimento e medo aumentarem e ela começou a se remexer inquieta na cadeira sem saber o que dizer. Achei melhor perguntar mais diretamente.

— Por quem está se sentindo atraída? – cruzei os braços, calma.

— Kallox. – ela sussurrou escondendo o rosto entre as mãos.

— Não precisa se envergonhar é absolutamente normal. O alimentou, ontem pela segunda vez, sentiu a dopamina do sistema dele dentro de suas veias e tem passado bastante tempo trabalhando com ele...

— Não tenho só trabalhado com ele PW. – ela confessou ficando mais vermelha.

— Conte-me.

— Depois que terminamos os trajes, a construção dos outros ficou mais a cabo do restante dos humanos. O tenente pediu mais construtores ao comando e quase triplicou o número de mecânicos e técnicos na base. Agora existem três galpões como o que ficamos inicialmente, produzindo as armas laser, os trajes e Zamask autorizou a construção de algumas naves blindadas como a que Gollar nos trouxe. Então Kallox, Zamask, eu, Tecno e Magic agora apenas supervisionamos o processo... – ela despejou aos tropeços, tirando as mãos do rosto e se concentrando para prorrogar o desfecho ao máximo.

— Ok! Já sei de tudo isso, vá direto ao ponto.

— Tenho andado pelos arredores da base com Kallox, voltando para casa com ele conversando sobre o que vi na cidade humana e o que vemos dentro da base. Ele é sempre muito educado, atencioso e calmo comigo. Sempre tentando não me assustar, eu acho. Mas eu tenho sentido algo estranho... Não sei explicar, o perfume dele talvez... Não sei. – ela exalou olhando para o chão. Eu quase ri.

— Seu coração acelera, sua temperatura corporal sobe e você fica constrangida por pensar em provar os lábios dele. – fui falando para ela com um sorriso e ela assentiu abrindo a boca surpresa que eu soubesse.

— Como você sabe?

— Como acha que me sentia no início com MT? Isso passou depois, com a familiaridade. Mas ainda me descontrolo quando estamos a sós. Ainda quero os lábios dele nos meus o tempo todo, ainda quero me perder naqueles músculos... Enfim, não vou dizer que vai passar ou diminuir, porque não vai.

— Mas Phoebe, o que eu faço? Eu sei que ele pode sentir o cheiro e isso me deixa ainda mais constrangida. Não sei como agir mais perto dele. Júlia vem se enroscando com o tenente Robert, mas ele não é vampiro, não pode sentir o cheiro do que ela está sentindo, então não sei... – ela estava aflita

Eu queria rir e bater em Kallox. Como ele percebeu e não disse nada a ela? E como assim Júlia estava se envolvendo com Rob e eu não vi? Decidi que depois que passasse pela audiência com o rei vampiro prestaria mais atenção nas meninas.

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