O encontro

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— está tudo bem mad, vai ficar tudo otimo — disse a mim mesma enquanto ando pelo corredor de embarque do aeroporto,  fitando seu fim — Falta pouco tempo para você ir ao encontro do amor da sua vida, mesmo que ele não saiba disso ainda.

Minha ansiedade transborda, por vezes tentava alivia-la roendo as unhas de meus dedos, mas fracassei em todas as vezes e bom... De qualquer forma ja não haviam mais unhas para serem ruidas a algum tempo. Uma vez dentro do avião era nítido a má idéia que tinha sido fazer esta viagem, não sou cem por cento fluente em francês além de não conhecer ninguém além de Nathan, meu namorado, e claro não posso me esquecer que a faculdade não era nada perto de onde o mesmo morava, pensar nisso me cansa tanto que acabo dormindo sem perceber acordando somente na famosa Paris.

{Salto temporal}

      Respirei fundo antes de dar três batidas na porta da casa de Nate, não vejo a hora de abraça-lo, faz meses que não nos vemos, eu nem sei se ele finalmente deixou o que ele chama de barba crescer.

— Olá...? Quem é você? — Diz uma loira com olhos claros que acabará de abrir a porta para mim.

— ah, sinto muito pensei que fosse a casa do Nathan, desculpe o incomodo.

Dei as costas para ela, mas antes de dar um passo a frente ela me travou, entando em minha frente e olhou para mim sorrindo.

— Está na casa certa! Nathan é meu namorado, ele deu uma saída,  quer entrar e espera-lo?

A partir desse momento o meu mundo veio abaixo, eu não ouvia mais nada, não pensava em nada só conseguia olhar fixamente para a mulher a minha frente com os olhos cada vez mais vermelhos e marejados. Murmuro algo que não sei ao certo pois estava focando apenas em ter força o suficiente para me mover embora minhas pernas estivessem bambas.

—Tudo esta perdido! Fui traída, não tenho onde morar a não ser o campus, não tenho amigos, não tenho muito dinheiro, o que será que eu vou fazer?

Penso alto me sentando na beira de uma calçada, olhando tudo com um ar seco e sem vida, nada estava fazendo muito sentido mesmo.

—Ei! Sai dai garota maluca! Ja vi uns quatro carros quase passando por cima de seus pés — disse a voz masculina que nem se quer acompanhei para ver seu rosto, me puxando para levantar e sair dali — tá pensando no que? acha que a vida é um morango?

— Na verdade nada, não estou pensando em nada satisfeito? E não eu não preciso da sua ajuda porque eu sequer estava em perigo.

— Nossa, nem um obrigado a gente recebe por não deixar uma maluca morrer no trânsito.
O moreno riu irônico cruzando seus braços um tanto quanto fortes.

—Uau muito obrigada salvador da pátria,  não quer voltar no tempo também e me impedir de vir para cá? Assim eu não ficaria sabendo que fui chifrada e continuaria feliz! —Finalmente o encarei, já que antes apenas olhava para baixo enquanto conversavamos, meu nariz estava vermelho por conta do choro, meu rosto um pouco inchado mas ainda sim tentei impor toda seriedade que conseguia no momento — Claro, você não pode fazer isso não é mesmo?  Então só sai da minha frente e me deixa em paz.

Após isso, ficamos os dois em silêncio, apenas nos encarando, confesso que não havia resposta para essa enorme grosseria que havia feito, mas seu olhar de compaixão acho que mais pena do que isso me fez ceder um pouco.

—Desculpa te tratar desta forma... obrigada por salvar o meu pé de ser atropelado mesmo sendo um pouco inútil sua ajuda.

—Vocês estrangeiros são sempre convencidos assim ou fazem isso só por esporte?

—Ei! Como sabe que não sou daqui!?

Franzi o cenho, será que ele me seguiu? Como ele sabe que eu não sou daqui, isso tudo me deixa um pouco irritada.

— Acalma esse coração princesa — o moreno sorri revirando os olhos pela grosseria, apesar de não ter o incomodado — Eu sei que você não é daqui pois seu Francês é ruim, e você não ser daqui é uma ótima desculpa pra eu te chamar pra tomar café um comigo, o que acha?

— você é muito cara de pau! me chama de maluca, fala mal do meu lindo francês e ainda acha que eu toparia sair com você?

Ri brevemente fungando um pouco por conta do choro pouco tempo atrás. 

—bom, não custa tentar, mas isso não adianta de nada se eu não tiver minha resposta.

— Terei que negar, há muitas coisas que ainda tenho que fazer, nem das minhas malas eu me livrei, então tchau.

Após dizer isto dou as costas para ele começando a andar na direção oposta, mas ele segurou meu braço me impedindo de prosseguir.

— não posso te deixar ir sem me dizer pelo menos o seu nome — sorriu ladino quando virei meu rosto para trás — à propósito meu nome é Jack

— Sabe que não nos veremos novamente né Jack?

— e é por isso que quero saber seu nome, e ai? Seu nome é...?

— Madison, meu nome é Madison.

Sorri e então ele largou meu braço, peguei minhas malas e caminhei até pegar um táxi que me leva numa viagem incessante até o campus da universidade.

Viagem do amor (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora