— Okay, temos que fazer isso dar certo — Corine respira fundo dando um gole em sua cerveja — como foi seu dia ontem?
— péssimo, reprovei na faculdade, Nathan quer ter um filho, se mudar para a Austrália e quer me comprar com presentes fajutos — suspirei brincando com o canudo do meu milkshake.
— Espera! Que porra esse cara está querendo? Amiga você não pode se mudar de novo e pior, não pode ter um filho com ele! — a mulher sacudiu a cabeça tentando esquecer a cena que imaginou.
— até que não é uma ideia ruim.
— Ter um filho! — a rosada arregalou os olhos me encarando.
— não! — sorri de canto sem encara-la — tava falando de ir para a Austrália...
— Você não pode mudar de país novamente, já tem casa, amigos e outra, la a gente Não pode impedir ele de te engravidar!
— fica tranquila, estou tomando pílula sem ele saber — fiz uma pausa encarando o garçom que pousava a porção de batatas. — a verdade é que não tem como ir pra faculdade todos os dias e ver Jack, é muito difícil pra mim não poder falar com ele, olhar em seu olhos e saber que ele nunca vai me perdoar pelo que fiz.
— Mas Madison você não sabe se realmente fez alguma coisa ou não — a rosada diz com indignação.
— Como você sabe que eu não fiz isso!? Tem vídeo! Áudio! Foto! E em minha defesa não tenho nem um depoimento! — respiro fundo tentando me acalmar — eu acho que vou pra Austrália, uma novo começo me fará bem.
— Nada te fará bem com o Nathan por perto! — Corine projeta seu corpo para frente da mesa em encarando — deixa eu provar que você não fez nada?
— Você não é detetive Corine, pare de me dar falsas esperanças. — desviei o olhar encarando a mesa.
— façamos assim, me dá até o dia da viagem pra provar que você não fez nada. Se eu conseguir você fica, senão você vai, combinado?
Ela me encarou deixando ainda mais difícil dar uma resposta, era óbvio que adoraria saber a verdade mas ao mesmo tempo tinha medo de conviver com a plena certeza de que eu o trai e sou tão suja quanto Nathan. Fechei os olhos por um momento relembrando o dia em que Jack me pediu em namoro, eu devia uma verdade a ele, uma versão minha mesmo que pesquisada por Corine, será meu primeiro e único recurso para tê-lo novamente em meus braços. “eu aceito” disse com voz firme e apertei sua mão sabendo que entrei em um caminho sem volta.
Depois da lanchonete fomos direto para o trabalho, que eu não aparecia fazia um tempo. Como imaginado não sentia mais o mesmo prazer de estar aqui que sentia antes, agora tudo parece maçante, desanimado, a todo penso em como vou fingir que está tudo bem se Jack aparecer e isso já não me fazia bem. Na hora do almoço decidi que as coisas não poderiam mais ficar do jeito que estavam, eu precisava fugir de tudo e de todos.
— Fiorella posso entrar? — disse fazendo uma pequena abertura na porta.
— Claro minha neta, entre — a senhora sorri esperando minha total entrada na sala. — então, o que te trás aqui?
— Eu... Eu quero pedir minha demissão — mordi o lábio apreensiva já me arrependendo de ter vindo.
— Como assim minha filha? Ouve alguma coisa? Alguém te tratou mal?
— Não! Acredite não é nada disso — passei a mão em meu cabelo andando de um lado para o outro da sala. — acho que vou seguir seu concelho, preciso saber o que eu quero para mim.
— mas assim de repente? E seus amigos, o meu neto, a minha neta — a mulher veio até mim segurando minhas duas mãos afim de me acalmar — olha tem certeza que não que férias? Acho um passo muito arriscado sair do emprego assim minha filha.
— não dá dona Fiorella, eu sempre fiz tudo na minha vida por alguém, nada foi por mim e aqui infelizmente é uma dessas coisas — meu olhos começam a ficar vermelhos — acredite eu amei cada segundo aqui, vocês fizeram eu me sentir em casa. Prometo que quando me reencontrar volto a trabalhar aqui.
— minha neta, está tudo bem se quiser ir, sempre terá espaço aqui para você — nessa hora não consegui segurar a emoção e comecei a chorar na frente da mais velha — seja forte por favor, eu não aguento com você chorando.
— Me desculpa, olha eu preciso que não conte a ninguém que pedi demissão, fale apenas que sai de férias, não vou aguentar se me pedirem para ficar. — respirei fundo tentando controlar minhas emoções.
— tudo bem. — a mulher foi até a gaveta e retirou uma folha de papel e um envelope — aqui está o seu pagamento do mês mais o décimo terceiro e a carta que havíamos falado. Entregue a carta para o dono e diga que eu mandei.
— obrigada, eu nem sei como te agradecer. — a abracei com toda a força tentando buscar conforto — sexta será meu último dia, será que pode me ensinar uma última vez.
— As nove da manhã em ponto, temos uma última refeição a fazer juntas. — a senhora sorriu e depois de lavar o rosto no banheiro sai da sala voltando a fazer meu trabalho.
De fato nunca imaginei que o final do ano seria tão difícil, não tive coragem de contar sobre a Austrália e talvez seja melhor assim. Despedidas nunca foram meu forte, talvez seja um sinal do universo para me deixar ir e eu vou agarrar essa oportunidade com tudo.
Não me matem! Esse capítulo acaba por aqui, quero que vocês me digam o que estão achando desse capítulo e o que acham que vai acontecer daqui pra frente. O que posso dizer é que o sofrimento continua então segurem o coração.
Também quero que me digam o que esperam para os 3k do livro, estava pensando em fazer um capítulo especial mas é claro que sujestões são muito mais que bem vidas.
Um beijo e até a próxima.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Viagem do amor (Revisão)
FanfictionMadison, uma garota recém formada na escola, consegue uma bolsa de estudos na França onde seu querido namorado não visto a meses pela mesma mora. Porém, ao chegar la se depara com seu namorado nos braços de outra garota, perdida e sozinha Mad tent...