São oito da manhã de um domingo, não vou dizer que estou bem depois do que me aconteceu nesses últimos dois dias, mas estou seguindo. Me encontro dentro de um taxi vendo o terceiro apartamento do dia para alugar, e, para falar a verdade, estou bem cansada, se não fosse Loren vindo comigo, acho que já teria desistido.
Chegando no apartamento, vimos de cara um homem que parecia ser o dono do imóvel, ele nos auxiliou mostrando por onde deveríamos ir até chegar ao apartamento. O apartamento fica no nono andar, possui dois quartos, uma cozinha América, dois banheiros sendo um deles para a suíte e outro para toda a casa, e uma área de serviço um tanto quanto espaçosa.
— Nossa amiga, você tem que alugar esse apartamento, está muito barato para o tamanho dele — Loren pronuncia baixo perto de meu ouvido ainda admirando o tamanho do apartamento.
— não sei, parece muita coisa para uma pessoa só, eu nem sei se vou ter dinheiro para mobiliar o segundo quarto!
— deixa de ser boba, você pode mobilia-lo gradualmente. O que não dá é para continuar no campus gastando um absurdo com comida todos os dia e tendo que aguentar as idiotas do seu dormitório.
— isso é verdade — umideci meus lábios enquanto pensava seriamente.
— e então meninas, temos um acordo? — o dono do imóvel se aproxima de nós.
— temos sim — sorri apertando a mão do mesmo e dando um suspiro aliviada, o que mais queria naquele momento era dormir.
Saindo de lá fomos a um bar, eu não precisava mais ter que aturar as duas garotas com quem divido quarto e isso era algo de se comemorar. Começamos a beber e aproveitei um momento sem assunto para olhar pela primeira vez no dia meu celular. Entrei no Instagram, como sempre nada de mais, fotos de comida, animais, stories sem sentido, Jack com duas meninas, crianças fofas... Espera!? Jack com duas meninas? Voltei no ato até a foto e suspiro alto colocando o celular em cima da mesa.
— está tudo bem mad?
— Esta sim, so esperava mais de uma pessoa — dei um grande gole em minha bebida enquanto batia com os dedos no copo.
— desencana vai! Era óbvio que isso ia acontecer, você brigou com ele e a Corine, ela com certeza botou pilha para ele tirar foto assim, isso é a cara dela — faz uma cara de nojo engraçada antes de finalizar seu pensamento — percebi de cara isso assim que você me disse que brigaram, ela tentou me por contra você amiga, por isso não falo mais com ela também.
— não sei, isso não parece a cara dela...
— mais é, se não quiser acreditar é com você mesmo
— não, eu acredito, só não sei o que fazer.
— simples, aquele cara ali está te dando mole desde que chegamos e você nem percebeu, vai lá e fica com ele — Loren sorri maliciosa e olha diretamente para trás apontando com a cabeça para o tal cara.
— Não! Não mesmo! Nada disso, não vou fazer isso para você gravar e postar.
— para de ser chata Beer, Vai logo!
— a isso eu me recuso, nunca fiquei com ninguém por vingança, e não vai ser agora que eu vou fazer isso!
— está na cara que ele está fazendo isso com você! Ficando com várias para fingir que te esqueceu.
— talvez ele não me queira mais como disse na quadra — dou de ombros e abaixo a cabeça.
— sai dessa bad vai! Hoje tem olimpíadas na universidade e não vou perder a oportunidade de ver meu homem suado.
— seu homem? Não sabia que estava ficando com alguém.
— ninguém sabia, estou ficando com o Ângelo a algumas semanas, como líder de torcida eu não posso ficar encalhada né!
— ah, esqueci do regulamento de vocês — debocho revirando os olhos em seguida.
— enfim, vou pagar a conta e vamos direto para lá okay?
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Seriam três dias de Olímpia, tradição antes de começarem as aulas, já tinhamos visto a ginástica, o futebol americano e o lacrosse, faltava apenas o fatídico basquete, e infelizmente desse não poderia fugir já que a Loren estaria como líder de torcida nesse jogo e queria muito que eu fosse prestigia-la.
Ao meu lado estavam as meninas que conheci na festa de calouros, como sempre o assunto principal eram os meninos que nem em quadra estavam ainda, e quando me perguntavam alguma coisa apenas sorria e concordava com o que diziam.
A verdade é que não estava prestando atenção, só conseguia pensar em como sinto falta da Corine nessas horas, ela adora ficar rindo das meninas e se gabando por ser prima do Jack, já as meninas ficavam a bajulando apenas para que Jack as mandasse um beijo após uma cesta.
A verdade é que meu orgulho não me deixa pedir desculpas, eu estava magoada e ela tinha que me entender. De qualquer forma tudo acabou mesmo, e por mais que essa briga tenha acontecido ontem, para mim, é como se tivessem se passado meses.
O jogo começa, meu coração pulsa tão forte que em alguma hora tenho certeza de que sairá por minha boca, e isso porque ainda é o primeiro jogo. Jogadas para cá e para lá, dribles, lances arriscados mas nada de cesta. Isso me corroía por dentro.
Mark é o dono da bola, dribla dois e passa a bola para Tyler, ele parece procurar alguém e sem escolha lança para Mike, mas a jogada é interceptada pelo camisa 4 do time adversário que sai em disparada com a bola, passa para o número oito, segue para o número dois que enterra a bola com perfeição e faz toda a faculdade se calar.
Faltavam pouco mais de cinco minutos para a partida encerrar, o placar estava 78 a 76 para eles, e essa jogada era nossa última chance. Christian rouba a bola saindo com ela, respira fundo e lança para Frédéric que ameaça ir para um lado e vai para o outro deixando seu marcador para trás, ele tinha ganhado tempo, mas não o suficiente para fazer o ponto, como única solução ele lança para Jack, que estava bem na linha de três pontos sem qualquer marcação. O mesmo olha para arquibancada, respira fundo e arremessa. Faltou ar a todos que aqui estudavam, a bola girou no aro uma vez, duas, três para finalmente entrar e junto dela soa o apito, fim de jogo 79 a 78.
Pulos de alegria, risadas e músicas agora tomavam conta da arquibancada, os jogadores correm até Jack para abraça-lo, as líderes de torcida agitavam e jogavam seus pompons sem parar, menos Nina, a quarta mais importante, que corre quadra dentro vai até o emaranhado de meninos, puxa Jack e com as mãos em seu rosto rouba um beijo seu fazendo meu mundo cair. Loren me olha indignada com a situação e eu só sabia ficar estática, meu coração se desfez, toda aquela agitação antes vivida se transforma sem silêncio, eu morri por dentro e junto dela não vieram flores, e sim lágrimas e o caixão é levado por mim mesma que agora corre pelos corredos sem ideia do que realmente fazer, ou até mesmo sentir.
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Viagem do amor (Revisão)
FanfictionMadison, uma garota recém formada na escola, consegue uma bolsa de estudos na França onde seu querido namorado não visto a meses pela mesma mora. Porém, ao chegar la se depara com seu namorado nos braços de outra garota, perdida e sozinha Mad tent...