nessas horas

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Acho que essa música retrata muito do que é, e foi o relacionamento dos nossos personagens principais, e nada melhor do que colocar ela para ambientar esse capítulo.

[Narração temporária: Jack Gilinsky]

Confesso que foi difícil passar as últimas semanas, entre meios sorriso e desculpas esfarrapadas para escapar da verdade que até hoje não superei. Nós primeiros dias foi tudo muito difícil mas acho que estou me acostumando com o vazio e agora ele não parece ser tão ruim. Hoje era um dia atípico, como todos os outros décimos dias dos meses minha família se junta para fazer um longo almoço com o intuito de unir a todos e fazer do almoço uma atividade divertida.

Nos sentamos a mesa para iniciar a refeição, mas antes minha tia Liz quis falar algumas palavras que no fim eram apenas ela exaltando o quão perfeito o filho, o casamento, o cachorro e a sua casa eram. Iniciamos a refeição e de maneira meio organizada tentamos perguntar da vida de todos com finalidade de estar por dentro das conquistas e sonhos de todos.

— Jack, quando a sua namorada vai chegar? Viemos todos querendo vê-la.— a irmã da minha avó dizia enquanto olhava para todos que concordavam com a cabeça. — minha irmã fala tão bem dela que eu fiquei doida para conhecer.

— sinto muito vó Amélia, mas eu e Madison terminamos a alguns dias — abaixei a cabeça para evitar os olhares surpresos, mas ainda foi possível ouvir tia Liz dizendo que esperava uma duração maior de meu relacionamento.

— mas por quê? — meu tio quis saber. — vocês pareciam felizes.

— E éramos. Porém... — limpei a garganta em uma falha tentativa de desatar o nó que havia se formado. — tínhamos sonhos diferentes, não queríamos abandoná-los e por isso resolvemos que era melhor cada um seguir seu próprio caminho.

— Uma pena, ela parecia ser uma ótima menina.

— Ela é, Madison é amiga de Corine, provavelmente a conhecerão em breve. — olhei para minha prima que como um anjo entendeu meu recado e mudou o foco na conversa para ela.

Aproveitei para me retirar da mesa, meu emocional já estava abalado, descobri que não tinha superado tanto quando imaginava e aquilo só fez a ferida doer mais do que antes. Decidi pela primeira vez depois daquele fatídico dia olhar meu celular, fiquei um tempo afastado dele para tentar entender o que faria da minha vida depois daquela bomba, porém a atual circunstância me fez dar uma olhada nele apenas por curiosidade.

Haviam muitas notificações do Instagram, as pessoas começaram a postar coisas que nem loucos esses dias, o snap Também estava cheio de mensagens privadas que nunca iria saber o conteúdo. Quando finalmente criei coragem para visualizar as mensagens de texto, fiquei aliviado por ver que muitas das mensagens vinham de seus colegas de classe, amigos do time de basquete, familiares e uma que chamou atenção não só por estar quase no fim delas mas também por ser de alguém que todo esse tempo tentei evitar.

“Ola, eu sei que me pediu para não olhar mais na sua cara você e eu juro que ainda estou cumprindo. A verdade é que está difícil para mim ultimamente e não consigo me lembrar da última vez que disse que te amava.”

“desculpa, isso é estúpido, claro que não vai querer me responder.”

“não precisa me responder, eu estava bêbada ontem, haha”

Contra minha vontade, fui levado diretamente para aquele dia, era uma quinta feira, o dia estava chuvoso e tinha muito trabalho para fazer, cheguei muito mais tarde que o habitual em casa e a menina ficou enfurecida comigo por não ter a avisado, discutimos feio e cada um foi para o seu lado do sofá. Uma hora depois a menina se aproximou lentamente e se deitou em meu colo, disse que sentia muito por ter brigado comigo, mas perdeu a cabeça quando não me viu chegar em casa, jurou que tinha medo de me perder e seu rosto inchado mostrava que também havia chorado por isso. Eu a beijei, lentamente e disse que sempre estaria tudo bem, que independente do dia eu sempre voltaria para casa, para o seu abraço e que a amava muito, ela correspondeu e disse que jamais amaria alguém como me amou. De fato Madison era meu porto seguro.

Respondi a mensagem exatamente com essas palavras, eu sei que era idiotice mandar isso mas de alguma forma eu não queria sofrer sozinho, e em meio a lágrimas todas as ações aparecem ser boas. Larguei o celular e me joguei na cama acompanhando o movimento do ventilador de teto enquanto deixava que as lágrimas seguissem seu curso livremente.

— Está tudo bem? — Corine disse assim que entrou no quarto — se não quiser conversar me avisa.

— Não quero, mas pode ficar — continuei a encarar o objeto, na fútil esperança de que ele pudesse me acalmar.

— Ta bom, eu sei que isso é difícil para você — a rosada levou sua destra até meu cabelo acariciando o mesmo ainda em silêncio.

— Sinto a falta dela, mesmo depois de tudo — suspirei fechando os olhos em seguida. — eu devo ser um idiota mesmo.

— ou um apaixonado, é difícil esquecer um amor tão forte como o de vocês.

— eu não acredito ainda que foi real o que aconteceu.

— E talvez não seja, primo, essa história está estranha desde o começo, talvez tenha sido uma armação. — pela primeira vez a encarei, mas não durou muito.

— os fatos estão em todo o lugar, não tem como negar. — minha cabeça começou a doer sinalizando que meu choro voltaria logo mais.

Me levantei sem dar satisfação, precisava de um pouco de ar, desci as escadas sem me despedir de ninguém, o medo que verem meu estado era maior que qualquer coisa. Andei bastante até uma praça onde me deitei no banco sentindo o vendo gélido em meu rosto. Pensando sobre tudo o que vivi, senti e pensei nesse ano, planejando o que fazer daqui para frente, escolhas que só eu poderia tomar, que beneficiariam somente a mim.

“Obrigada.” foi a mensagem que recebi quando meu celular vibrou, sem tempo para pensar em uma resposta quando outra veio alguns minutos depois.

“Eu ainda te amo.”

Viagem do amor (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora