trilha

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Acordei às cinco da manhã, essa foi a primeira vez que acordei mais cedo que todos, o avô de Jack queria que nós fizessemos uma trilha com ele e mais a noite fossemos a uma cabana e claro que nós concordamos. Tomamos café da manhã interagindo bastante, tirando Corine que ainda dormia sentada, para nossa sorte a trilha não ficava muito longe da nossa casa então em cerca de vinte minutos já estávamos prontos para começa-la.

— olha sinceramente o que eu não faço pelo meu feed sabe — Corine resmunga andando sobre as pedras. — se eu não tiver 1000 likes eu acho que surto.

— para de bobagem, pense nisso como uma ótima forma de se conectar com a natureza — Jack da de ombros para a rosada que revira os olhos insatisfeita.

— Por acaso eu tenho cara de Gabriela Pugliesi? A única natureza que eu quero ter contato é a linda argila verde industrializada que eu passo no meu rosto. — a menina sorri amarelo e todos dão risada.

— okay Amor, pode pensar o que quiser, mas o fato é que ainda estamos no início da trilha, e a praia é daqui a mais ou menos três quilômetros então... Sossega — Tyler é franco e a menina apenas fecha a cara e adianta o passo ficando ao lado de seu avô.

Seguimos a trilha por mais ou menos duas horas, andando devagar e desfrutando de tudo que a natureza nos tinha a oferecer, por isso assim que colocamos os pés na praia decidimos fazer um belo lanche antes de qualquer coisa. Uma vez de barriga cheia decidimos aproveitar a praia, Tyler teve que dar uma de fotógrafo para a Corine, o vovô Gilinsky aproveitava o ambiente para ler um bom livro, Jack havia sumido um pouco e eu tentava tomar coragem para entrar na água.

— Precisa de ajuda? — com um toque em meu ombro, Jack mostra sua presença e esboça um largo sorriso em seu rosto.

— não, eu só... estou com falta de coragem para entrar na água — digo encarando o mar com os olhos semi-cerrados por conta do sol.

— se você quiser eu posso entrar com você. Aqui quase não tem ondas além de a água ser quase sempre quente, pode ficar tranquila

— eu quero sim — sorrio para o menino finalmente reparando que atrás dele tem algo estranho. — o que é isso?

— equipamento de Stand up paddle, aluguei pra gente.

—mas eu não sei andar nisso, você vai ter que me ensinar — coloco as mãos na cintura imitando Corine e o moreno ri.

— essa era a idéia desde o início.

Entramos juntos na água, avançando para o fundo aos poucos, enquanto achávamos um lugar fundo o suficiente para ele poder me ensinar, o moreno contou-me um pouco sobre o esporte desde como surgiu até quando o mesmo descobriu e aprendeu a andar nele. Logo estava sentada na prancha segurando o remo, dei a ideia de ir sentada mesmo mas é claro que Jack não deixou, dizia que era mais divertido em pé porque a calmaria fazia você refletir melhor e também porquê seria muito legal fazer uma espécie de “briga de galo” em cima das pranchas e foi exatamente essa parte que me fez querer aprender a andar de forma correta.

— é muito importante que você mantenha postura, esse esporte tem seus equipamentos baseados principalmente no centro de equilíbrio do seu corpo — encaro Jack me atentando a tudo que ele diz. — se começar a ficar cansada me avise que irei te buscar, remar cansado é um dos maiores erros ao praticar Stand up paddle. Você entendeu tudo o que eu te falei?

Fiz sinal afirmativo com a cabeça e o moreno disse que poderia começar. Confesso que ficar em pé foi a parte mais difícil, nem sei quantas quedas aconteceram até que finalmente ficasse em pé, mesmo que ainda sem muito equilíbrio. Somente ao meu corpo se acostumar com a prancha que pude tentar me locomover, segurei firmemente o remo afundando a parte flanelada na água e a impulsionando para trás dando como resultado um deslize suave da prancha sobre a água. A brisa causada pelo mar levou junto dela o tempo, imersa em meus pensamentos nem me dei conta de minha distância que percorri e o cansaço eu parecia desconhecer.

O sol começava a ir de encontro ao horizonte quando resolvemos que era a hora de partir, saímos da praia por um atalho e, embora cansados todos partilhavamos de um mesmo sentimento. Saudade. Dias simples como esse não aconteciam a muito tempo, e por mais que nada de especial fizesse ele ser o que foi, sempre ficará na memória, as risadas, as brincadeiras, as conversas e até mesmo a comida, um conjunto de coisas que me faz lembrar de casa e de como hoje, eles viraram minha família.

Entramos no carro rumo a cabana, por estarmos muito cansados, Corine, Tyler e eu fomos dormindo, Jack revesava o volante com seu avô que por mais cansado que estivesse tentava sempre se manter ativo e animado. No meio do trajeto não consegi mais dormir e então passei a conversar com Franklin, avô de Jack, que me contou a história de como montou o restaurante, suas inspirações e sobre a faculdade de gastronomia que ele frequentou. Por mais que não pudesse ver, sabia que estava com um brilho nos olhos, desde que comecei a cozinhar com a avó de Jack toda vez que falam de culinária sinto-me entusiasmada, como se meu corpo entrasse em êxtase pronto para entrar na cozinha e fazer um belo prato.

Talvez seja isso, de repente a cozinha seja meu lugar, Quer dizer, desde que comecei a faculdade de administração ela nunca foi o que eu queria, muito menos o que eu imaginava, preciso encontrar alguma maneira de conciliar os dois ou vou ser infeliz por muito tempo. Com todos esses pensamentos decido voltar. A dormir, já que havia muito cominho pela frente ainda.

Chegamos a 2k!! Sério vocês são simplesmente incríveis, eu nem sei explicar a minha gratidão por ter vocês comigo

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Chegamos a 2k!! Sério vocês são simplesmente incríveis, eu nem sei explicar a minha gratidão por ter vocês comigo. Esse livro é de vocês e por isso eu dedico esse e todos os capítulos que virão a todos que estão comigo capítulo após capítulo. Obra por tudo gente!

Viagem do amor (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora