verdades

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Minha vida pareceu começar a entrar nos eixos depois que voltei a falar com a Corine, voltei a sentir aquela paixão que tinha por trabalhar no restaurante, minhas notas na faculdade estavam melhorando, mesmo que com um pouco de demora, e os meus móveis finalmente chegaram, faltando apenas montar grande parte dele para que o meu apartamento fique cem porcento pronto.

Eram sete e meia e eu já tinha chego no trabalho, estava feliz e por isso decidi que seria uma boa idéia ajudar a mãe de Jack a abrir o restaurante. Coloquei meus fones com a música Mood da Eva no máximo, fiz um coque frouxo no cabelo e comecei a organizar as mesas e por um iPad em cada uma, para os clientes terem acesso ao cardápio de maneira rápida e prática.

Estava quase terminando quando sinto uma mão pousar sobre meu ombro, me viro para trás vendo a figura feminina que sorria para mim, Fiorella, avó de Jack, pega minha mão e em passos apresados me arrasta até a cozinha. A sigo mesmo sem saber o motivo, tiro os fones para ver se ela quer me dizer algo porém nada foi dito até chegatmos a bancada da cozinha.

- porque a senhora me trouxe aqui dona Fiorella? - indago tentando entender o que para ela parecia muito claro.

- vamos preparar um doce - a mais velha vai até a despensa pegar os ingredientes - vamos fazer um Crème Brûlée

- mas... eu nunca cozinhei nada assim, e... Porque não a Corine ou o Jack?

- Ah não, eles não servem - ela gargalha e sorrio amarelo ainda sem entender - bom, Jack nunca quis seguir os mesmos passos dos pais e Corine... Bom, vamos deixar ela se destrair um pouco com os prazeres mundanos.

- e eu sirvo?

- Sim menina, vejo algo em você que lembra a mim mesma quando mais jovem, vejo o carinho que tem por esse restaurante e sei que tem potencial.

- Para falar a verdade eu não sei se tenho potencial ou não para isso, ando com muitas dúvidas sobre tudo - desabafei suspirando pesado.

- minha mãe sempre dizia, não a nada na vida que não se resolva com comida.

As horas voaram enquanto fazíamos o doce, o que era uma pena, nunca me senti tão realizada quanto me senti ao usar o maçarico para caramelizar o açúcar. Talvez Fiorella estivesse realmente certa, de repente eu servo para aquilo, cozinhar me fez sentir o que esse ano letivo inteiro de administração não fez, eu estava feliz com o que tinha realizado e mais do que tudo, orgulhosa de mim mesma.

- Nossa! Isso está uma delícia - sorri com a mão em frente a boca que ainda estava com comida - eu preciso fazer isso mais vezes.

- se você quiser eu posso te ensinar outras receitas - disse com naturalidade, passando a sensação de que já esperava uma reação dessas. - me encontre aqui toda segunda às sete e faremos um prato diferente a cada dia!

- é sério mesmo? Porque olha eu não quero de forma alguma parecer oferecida ou ocupar você com uma coisa boba.

- Madison, pare de bobagem, segunda não abrimos, só estamos aqui hoje porquê é mudança de cardápio, você não vai me atrapalhar - a abraço de forma espontânea sorrindo em seguida - aliás, preciso de alguém para aprender minhas receitas de família antes de eu morrer, alguém que eu mesma tenha ensinado, e eu confio em você para isso.

Era início de tarde quando sai do restaurante, quis fazer uma surpresa para Loren, por isso passei numa cafeteria local e comprei muffins, duas fatias do bolo red velvet, rosquinhas e dois cappuccinos médios para que possamos tomar café juntas. Ao chegar lá, girei a maçaneta vendo que a porta estava fechada, revirei os olhos, abaixei-me, e levantei o tapete pegando a chave para só então entrar na casa. Deixei as coisas em cima da mesa da cozinha, a mesma estava em casa porém falava ao telefone e por isso não percebeu minha chegada, me sentei na cadeira da cozinha e esperei que ela se desse conta da minha presença alguma hora.

Viagem do amor (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora