me perdi de mim

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Mais uma música que eu particularmente adoro e foi uma das minhas inspirações para esse e outros capítulos então espero que gostem.

[narração temporária: Jack Gilinsky]

Hoje meus amigos tiraram o dia para sair comigo, disseram que estou muito apático e que essa seria uma ótima maneira de esquecer dos problemas, bom, não posso negar que eles estão certos, ando me isolando e não coloquei meu nome na lista de atletas do ano que vem o que só fez eles se preocuparem mais ainda. O que eles não entendem é que eu preciso de um tempo só meu para decidir quem sou eu agora antes de encarar o mundo de frente novamente. Tyler estava todo animado, Corine sem motivo aparente deu um vale night para ele que queria aproveitar para beber o máximo possível, — não que com ela o mesmo não enchesse a cara — sempre que alguém que namorava ganhava uma noite livre todos os solteiros levavam ele a uma enorme festa para beber, zoar e falar sobre coisas idiotas de homem e assim seria feito hoje.

Meu dia foi diferente dos outros, meu chefe também notou a minha diferença de comportamento e decidiu que seria melhor eu tirar férias até que tudo volte a ser como sempre foi, e eu não pensei duas vezes em aceitar. Com a tarde livre decidi que seria um ótimo passatempo ir ao restaurante dos meus avós conversar um pouco e ajudar no que puder. Era renovação de cardápio naquele dia, ou como gosto de chamar: o melhor dia do ano. Todas as vezes que trocamos o cardápio minha vó nos faz provar todos os pratos até que eles fiquem perfeitos e, para quem está morrendo de fome esse dia é o céu. Ficou decidido que o cardápio teria o tema de natal e ano novo e entre os muitos pratos apresentados os meus preferidos eram com certeza o mousse de limão e champanhe, o peru temperado com vinho e claro o bacalhau com batatas, eu morreria por mais um prato daquele.

Com a conversa e comilança o tempo passou voando, e quando me dei conta ja estava na hora de me arrumar para ir na boate que os meu amigos falaram tanto. Tomei um banho rapido assim que cheguei em casa, quando sai do banheiro fui até meu guarda-roupa tirando uma camisa preta da Adidas e uma calça moletom da mesma cor para combinar, para os pés optei por um tênis branco cano alto e não quis me preocupar muito quanto ao cabelo, não tinha a menor intenção de impressionar alguém.

A boate era enorme, na minha cabeça só me perguntava como nunca tinha percebido sua existência, ela era toda preta e tinha um letreiro roxo bem chamativo, a frente da porta uma enorme fila que era organizada por dois seguranças nada felizes por estarem trabalhando a essa hora da noite. Frédéric Por sorte conhecia o dono da boate e por esse motivo não esperamos nem um minuto lá fora. Ao entrarmos acabamos ficando em lados opostos do grande salão pois cada um veio com uma intenção e o único que ainda se perguntava o porquê de ter vindo era eu.

Com o passar das horas arrumei o que fazer, me sentei perto de Tyler que virava sua sétima dose de tequila e tentei acompanhá-lo na bebida mesmo que em frequência diferente, com ele pude conversar de coisas idiotas como Superbowl do ano que vem, Champions league e outros assuntos que foram ficando cada vez mais simples a medida que ele ia ficando mais bêbado, mas não importa o que eu faça, uma hora esse assunto aparece novamente.

— Qual é cara, seja sincero comigo, o que tá acontecendo com você? — Tyler me encarou  enquanto bebia um pouco do seu whisky.

— Nada, quer dizer, apenas mais do mesmo.

— Qual é Jack, até quando vai ficar nesse sofrimento? O negócio já aconteceu, a Madison já está com outro e eu acho que você deveria seguir em frente de uma vez por todas!

— Essa é a droga da questão, eu não consigo! Todos os dias é difícil para cacete acordar e lembrar da merda que aconteceu naquela festa. Ai eu vou tomar café da manhã e penso: será que eu não fui suficiente? Por que uma hora na festa estávamos bem e depois ela fez isso? Eu não aguento mais essas perguntas porem nada vai fazer elas desaparecerem. — bufei olhando para baixo.

— Fica com outra pessoa! Faz artesanato, yoga, desconta a raiva no basquete, sei lá, eu só quero meu melhor amigo de volta.

— Eu também não consigo ficar com outra pessoa, resumindo tudo, meus pensamentos giram em torno de seguir a vida ou... — precisei de um grande gole em minha bebida para poder dizer o que sentia — ou perdoar.

— Não, em hipótese nenhuma você vai fazer isso Jack! Eu adoro a Madison mas as pessoas tendem a fazer novamente com quem perdoa e você sabe disso — Tyler parecia alterado e eu não o culpo, aquela não era a minha melhor idéia.

— Eu sei... Foi só um pensamento que Tem aparecido frequentemente.

— Cara, esquece isso agora! — o loiro olhou para o lado — Mike está me chamando, vou te dar um tempo pra ver o tamanho da loucura que você anda pensando e mais tarde a gente conversa.

Ele saiu e comecei a beber sozinho pensando se realmente seria uma boa ideia perdoar, o fato de ela estar bêbada me faz pensar se em algum momento Madison quis fazer isso quando ainda estava comigo, mas ao mesmo tempo ela não se lembrar me dá uma pequena esperança de que ela podesse ser induzida a algo porém isso também é quase impossível. Em meio a copos e devaneios acabei me desligando um pouco da realidade, notando apenas quando a cadeira ao meu lado antes vazia foi ocupada por uma mulher loira que pediu uma bebida azul e se virou para o lado contrário ao meu observando alguma coisa atentamente.

— Impressionante não é mesmo? — A mulher se virou revelando seu rosto tão familiar.

Continua...

Viagem do amor (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora