9. Happy birthday, Frank

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Céus, desculpa pela demora (aliás, não sei escrever notas). Demorei a att a fic porque tava tão contente respondendo os comentários dos meus dois dedicados leitores e comentaristas que a internet acabou. Aliás, o cap tá enorme porque eu simplesmente não sabia como quebrar ele em dois sem ficar uma merda, então eh isto. Boa leitura e beijinhos da Zirta.

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Meu aniversário caía numa sexta feira em 97. Então, obviamente, teria que passá-lo com a família.

Eu faço aniversário no Halloween, o que me fez ser chamado de "maldito" em algumas ocasiões. E, ainda que meu aniversário não fosse o foco sempre, eu era bastante chamado de maldito. Acontece. De qualquer jeito, eu gostava daquilo tudo, dos doces e fantasias que envolviam o Halloween. Diziam que apenas crianças podiam pedir doces nesta data, mas eu talvez pudesse dizer aos vizinhos que eu era uma criança alta demais para a minha idade… valia a pena mentir por uns doces baratos e pelas fantasias, sim. No início, Mikey achava muito legal eu fazer aniversário no dia das bruxas, até eu convencê-lo de que era apenas mais uma data comum. Havia se passado um mês e meio desde minha briga com Pete, e eu só não conseguia me animar para meu aniversário.

Nesse tempo, eu e Jamia ficamos bem mais próximos. Ela era, juntamente com Mikey e Ray, o suporte básico para que eu não desabasse na primeira curva do destino. Gerard e Alicia vinham ajudando também, mas daquele jeito filho da puta que os veteranos e artistas faziam. Estavam planejando alguma coisa, e pareciam quase sempre estar sem tempo para passar as refeições na mesa, ou até mesmo para fazer as refeições. Pete havia se afastado de nós, indo finalmente para o seu lugar de direito junto dos outros jogadores de hóquei, mas eles tratavam Wentz como um ser inferior. E ele parecia bem com isso, o que era pior. Bob havia entrado para a equipe de voluntários da biblioteca, porque daquele jeito passava bem menos tempo encarando aquelas pessoas que achavam que ele era gay e eu deveria estar feliz com aquele desfecho, mas não estava. Havia perdido um amigo, tinha o coração partido, era conhecido por todo o colégio como o viadinho Iero e não conseguia me concentrar em todas as aulas. Bem, ao menos eu não me concentrava nas aulas que dividia com Jonas Smith.

Depois de perdermos nossa virgindade juntos e eu dormir de bruços durante dois dias por conta da ardência, a coisa toda havia ficado mais fácil. Ainda não gostávamos um do outro, mas brigávamos bem menos. Ele me ensinara a jogar xadrez, e nós aprendemos um com o outro sobre sexo. Era bem fácil, na verdade; apenas palavras e gemidos de aprovação, e coisas assim. Em um mês e meio, transando pelo menos três vezes na semana, sabíamos bem como excitar um ao outro. Eu sabia que ele gostava quando puxavam seu cabelo, ou falavam putaria, ou estimulavam seu períneo, ou mexiam em sua orelha de alguma maneira; e ele sabia que eu gostava de sentir e causar dor, ou xingar ele enquanto era fodido, ou de ver o outro excitado enquanto eu fazia algo. Nós sabíamos a hora em que um ou outro gostavam de transar, e como deveria começar, e onde deveria começar. Da primeira vez que ele acertou minha próstata, eu disse que era bom que ele continuasse por ali, até que ele aprendeu por onde ficava; e da primeira vez que eu o fodi, Jonas disse que era bom que eu ficasse por cima, porque ele queria me causar dor, e desde então eu não falhava em atendê-lo. A cada transa, contávamos algo sobre nossas preferências, e então mudávamos ou continuávamos do jeito que dava certo. Comunicação era importante no sexo, como descobrimos. E era engraçado pensar que, na cama, sabíamos do que o outro gostava, mas na vida comum não. Era apenas sexo. E não havia nada de errado com isso.

Com Gerard, a comunicação ia ficando mais fácil (ao menos quando ele estava presente). Ele havia pintado os cabelos de preto, e durante uma semana tentou deixar a barba crescer, mas Mikey comentou que ele ficava péssimo e ele passou a fazer a barba de novo. Conversamos sobre teatro, e ele tentou me explicar por que a arte era tão importante, mas eu não consegui entender muito bem. Michael contou que eu tocava guitarra, e Gerard contou que cantava alguma coisa, então a música nos manteve um tantinho mais próximos, também. O engraçado era pensar que eu já o odiei tanto, e depois ficamos praticamente amigos. Com Gerard eu sentia a mesma coisa que sentia com Jamia, ou Mikey ou Ray: que eu podia ser eu mesmo perto dele. Que eu podia xingar, e cantar alto as músicas que gostava, que podia falar mal de algumas pessoas ou até abraçá-lo de vez em quando, porque eu gostava tanto de abraços e evitava abraçar as pessoas porque sempre era estranho. E ele tinha algo de estranho comigo, porque parecia não confiar em mim cem por cento. Sempre que eu chegava perto enquanto Gerard desenhava, ele escondia o desenho (Mikey me disse que isso era comum dele, mas não levei fé); e se ele e o irmão estavam conversando e eu aparecia, eles mudavam de assunto. Não entendia o porquê daquilo, mas talvez ele só tivesse problemas em confiar, também. Eu demorava a confiar nas pessoas, também.

The Radio Guy Hates The ActorOnde histórias criam vida. Descubra agora