22. The time before the last time

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Gente, eu sumi durante uns dois séculos e acordei com 1K de leituras????????? em choque. Cês são brabo, fanfiqueiros.

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Já que já mostrei como tudo ficou péssimo, agora vou tentar voltar um pouco para o tempo quando ainda estava bem (ou, pelo menos, bem o suficiente para fingirmos. Gerard e eu estávamos mal nos comunicando por telefone, meu pai estava me prendendo em casa e era cada vez pior (e mais perigoso) não estudar e ter que fazer pequenas fugas para entrar em contato com o pessoal. Antes de desligar qualquer ligação, Gerard e eu dizíamos "eu te amo", como se o amor que sentíssemos pudesse sustentar aquela relação arruinada pelas circunstâncias. Ele queria insistir naquilo, e eu não posso negar que queria também. Gerard foi meu primeiro amor, eu não queria ser obrigado a desistir dele.

A última vez que nos encontramos pessoalmente foi num domingo de calor. Ele disse no sábado para eu ir lá no domingo, pois seus pais estariam na igreja e poderíamos conversar em paz. Até mesmo Mikey arrumou uma desculpa para sair (hoje posso apostar que ele foi fazer sexo de reconciliação com Alicia naquele dia), e então estávamos sozinhos. Bati na porta de Gerard depois de pular a janela da minha casa, e ele atendeu com um sorriso.

– Oi, Franklin. – ele disse, como sempre. Eu o beijei, desesperado para manter aquele contato. Eu o amava. Eu queria continuar amando-o. Quando o beijo acabou, o sorriso dele se abriu ainda mais. – Opa! Bom dia.

– Bom dia. – disse, entrando na casa. A sala estava arrumada como sempre, mas eu não queria ligar para aquilo. Percebi que Gerard estava vestido como sempre quando estava em casa; bermuda cargo (e provavelmente tinham cigarros amassados em cada um daqueles bolsos), camiseta de banda (daquela vez era Iron Maiden) e descalço sobre o carpete. Ele parecia bem. Saudável. Mas levemente triste. Acho que nós dois sentíamos que iria acabar logo, e não concordávamos. Ele odiava meu pai. Eu não conseguia odiar também. – Tudo bem contigo? Você não parece bem.

– Nah, eu estou bem sim. – ele disse, andando até a cozinha. Fugindo. – Quer café? Eu fiz agora há pouco e…

– Quero sim.

Não havia nada de errado em fugir um pouco. Conversamos sobre a vida, ele me mostrou uns desenhos e falou do sonho de ir para Jiullard, como geralmente fazia. Bebemos café, queimamos uns cigarros, e pareceu por um instante que éramos apenas nós, matando aula no St. Jude e sendo felizes por estarmos juntos. Eu comentei isso com ele, e demos o mesmo sorriso triste.

– Eu queria que você ainda estivesse lá. – ele disse.

– Mas estamos aqui.

Eu escrevi uma carta para Gerard Way que nunca cheguei a enviar, pouco depois de vir para NY. Eu guardava o envelope até pouco tempo atrás.

Caro Gerard,
Sei que te amo, e nada mais justo que começar essa carta com essa informação. Você é o meu primeiro, e por enquanto é o único. Não importa o que os outros pensem, eu seu disso. E é duro ter que me separar de você assim.

Ele me beijou, do mesmo modo desesperado que eu havia feito antes. Nós sentíamos aquela vontade, aquela saudade um do outro que nos impedia de ser coerentes. Eu sentei em seu colo no sofá, e o beijo ficou muito mais intenso. Principalmente porque estávamos chegando perto de um estágio o qual não poderíamos voltar atrás. Era tão… quente. Entramos no quarto depois de uns tempos de beijo.

The Radio Guy Hates The ActorOnde histórias criam vida. Descubra agora