Aos meus leitores que esperavam flores: vão receber tiros k
– Mande entrar. – eu pedi. Tanto fazia mesmo.
– Eu acho melhor eu sair… – Gerard disse, se levantando da cama. Sua cara não parecia muito boa. Foi ali que eu percebi que ele nunca tinha visto os tão mal citados Sr. e Sra. Iero. Talvez ele estivesse certo em querer ir embora (quem não quereria?), mas eu não queria encarar essa sozinho. Então eu disse
– Fique, por favor. Senta aí.
– Eu não quero foder sua relação com seus pais. – ele hesitou.
– Impossível. Sempre foi fodida. Agora senta a sua bunda gorda na cama.
Gerard não sorriu, mas pareceu feliz em ser introduzido à minha família. Nós dois estávamos com medo, mas sentados na cama como se nossos pavores juntos valessem alguma coisa parecia fazer mais sentido. Isso até meu pai entrar, junto com uma Linda Iero submissa. Nada de novo. Ele entrou na frente dela, e sua barba não estava feita. Seu rosto trazia um bigode torto que me me fazia pensar se eu fiquei apenas um dia desmaiado. E minha mãe tinha olheiras. A perna de Gerard balançava nervosamente por sobre a cama.
– Junior. – Frank disse, sério e estático. Minha mãe andou para me abraçar, como sempre fazia. Seu ombro estava… torto? Inchado, um bocado. O ódio ao meu pai era tão comum.
– Junior. Você parece abatido. – ela pôs as mãos em meu rosto.
– Digo o mesmo. Aliás, esse é o Gerard Way, um amigo meu.
Meu pai olhou Gee de cima a baixo.
– Oi. – Gerard disse, tentando sorrir.
– Olá. – disse mamãe, sorrindo.
– Então é por isso… – murmurou Frank. Nem quis tentar entender suas conclusões acerca de Gerard.
– Nós ficamos sabendo que você teve uma crise de nervos anteontem. – minha mãe disse, para retomar o assunto principal. Eu era o assunto principal. – Mas não nos contaram o que houve para que isso acontecesse.
– Isto é, se aconteceu alguma coisa. – Frank completou. Ele me achava muito sensível.
Anteontem?! Porra, eu fiquei dormindo durante dois dias? Incrível.
– Eu… eu acho que tô ainda um pouco grogue e… – comecei. Minha cabeça já começava a doer, e eu queria dormir de novo. Mas agora em outra posição; não aguentava mais ficar de barriga pra cima.
– Um colega de quarto do Frank morreu. – Gerard disse. Ainda parecia um pesadelo muito louco até ele falar. – Ele se suicidou no auditório do colégio e, sabe, o Frank se importa com as pessoas. Ele ficou muito abalado por ter visto o corpo e tudo o mais.
Mamãe fez uma cara engraçada, e eu quase ri. Ela parecia muito surpresa por eu ter motivo para estar daquele jeito. Será que ela me achava fraco também, e só ficava quieta sobre isso?
Minha vontade de rir passou.
– Junior, eu vou te falar uma coisa. – Frank se aproximou e me olhou com aqueles olhos claros. – Eu entendo que quando alguém morre nós ficamos sensíveis, e é difícil de entender que a pessoa realmente se foi, mas… você não pode ficar aqui remoendo isso.
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The Radio Guy Hates The Actor
FanfictionTinha esse garoto que estudava no colégio católico que o meu, o Gerard Way. E eu não gostava dele. Até aí comum, eu não gosto de muita gente. Mas aconteceu uma coisa. E essa coisa gerou muitas outras coisas diferentes que explicam por que acontece o...