Capítulo 11

1 0 0
                                    


Sábado ele foi na livraria. Falou com o vendedor que disse que Cláudio ainda não havia chegado. Ele esperou por um bom tempo e nada. Resolveu ir embora.

Já tinha terminado de ler "O ALQUIMISTA" e, fascinado, interessou-se por Paulo Coelho. Pesquisou sobre seus livros e resolveu que leria cada um deles.

Pegou os seus e resolveu revê-los um por um. Folheava e relia as partes sublinhadas e as anotações.

Agora, com todo o ensinamento que tinha, ele via com outros olhos cada livro seu. Algumas partes faziam mais sentido que antes.

Ficou até terça-feira sem sair de casa, apenas lendo e fazendo novas anotações. Seu gosto pela leitura voltara e ele por vezes falava sozinho como se debatesse com alguém os assuntos mais complexos.

Seus pais preocupavam-se cada vez mais com ele. Estava estranho novamente, mas, pelo menos, mais calmo.

Já era terça-feira e ele voltou à livraria. Foi na hora do curso.

— Luciana está ali. É a menina de óculos. — falou o vendedor apontando para uma menina à frente.

— Muito obrigado.

Alberto a viu e sentiu seu corpo tremer. Luciana era uma menina de 1,62 metros de altura, cabelos pretos e lisos até a parte inferior das costas. Usava óculos de grau fraco de armação vermelha. O nariz, boca e orelhas eram pequenos, fazendo-a menor ainda. Sua pele era clara e contrastava com o vermelho da sua boca. Usava um arco nos cabelos, uma saia verde claro e uma camisa branca.

Alberto reparou em seu corpo: uma cintura fina e coxas grossas. Todo o restante era firme e bem desenhado pelas curvaturas que a roupa dava. Ele babou por um tempo e foi falar com ela.

— Oi, boa noite.

Luciana olhou—o sem entender, mas, com um sorriso que fez transparecer seus graciosos dentes brancos, respondeu:

— Oi, boa noite. — e esperou algo mais.

— Desculpe falar assim, mas sou Alberto. — a aula já iria começar e ele resolveu que assistiria, já que era gratuita — Gostaria de falar com você sobre um livro que comprou aqui.

A professora começou a falar e Luciana não ouviu o fim da frase, dividindo a atenção com a professora.

— Desculpe, não entendi. — e olhava às vezes para a professora como se quisesse prestar atenção na aula. Alberto percebeu o incômodo e resolveu se calar.

— Já eu te falo, vamos assistir. Desculpe.

Ela assentiu, já que a professora olhava os dois que estavam conversando.

A aula falava de alguns livros internacionais. Contava a história de alguns deles e seus autores.

Alberto não se interessou muito e não parava de olhar a menina que comprou seus livros. Parecia ter entre 18 e 20 anos. Um doce de menina.

Quando a aula deu uma pausa, já perto de acabar, Luciana veio falar com ele.

— Olá, desculpe a falta de atenção, sou Luciana. — estendeu a mão para apertar a de Alberto. Ele olhou em suas mãos e não viu aliança. Se animou e apertou sua mão macia.

— Alberto, prazer. — e emendou — Desculpe vir aqui e falar assim, gostaria de falar sobre uns livros que você comprou aqui há um tempinho.

— Hum, livros? O que tem? — ela pareceu desanimar. Esperava outra coisa.

— Sim. "A Profecia Celestina" e "Paulo e Estêvão".

Ela não entendia o que ele queria, mas na mesma hora lembrou dos livros. Livros que ela havia lido e ficado impressionada com tão bela leitura. Todo o ensinamento era tão belo que ela sentiu-se uma pessoa melhor apenas de ler. Lembrou também do nome da contracapa "Alberto Lopes" . "Será que seria ele?", pensou.

A HISTÓRIA DE UM OUTRO ALGUÉMOnde histórias criam vida. Descubra agora