Capítulo 19

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Raphael estava mais próximo de Luiza e Ricardo. Luiza achava bom, mas começara a suspeitar de segundas intenções quando ele a chamou para ir ao cinema.

— Vamos Luiza, você está precisando sair sem os meninos uma vez sequer. Sua mãe ficará com eles, já está tudo acertado.

Ela sabia que era verdade. Depois de que morri ela jamais saiu para se divertir sem os meninos.

— Não vai dar, Raphael. Não me sinto à vontade.

— Eu deixo você escolher o lugar que iremos lanchar. — disse amigavelmente Raphael. Ela ficou ainda pensativa e relutante, mas acabou cedendo e foi se arrumar.

Já lá dentro, Raphael agia como se fossem um par. Comprou pipoca, fez questão de pagar a entrada de Luiza, era um verdadeiro romântico.

No meio do filme, um romance dramático, Raphael foi aos poucos encostando seu braço direito em Luiza, meio recostando-se nela. Ela não falou nada. Mais um tempo passou, ele foi pegando na mão dela. Segurou sua mão esquerda e ela sentiu que devia falar algo. Tirando a mão de cima do braço da poltrona e debaixo da mão dele, Luiza disse:

— O que está fazendo, Raphael?

Raphael ficou desconcertado e, tirando a mão dali num gesto rápido, pedia desculpas.

— Sinto muito, Luiza — ele olhou—a nos olhos e disse — temo estar me apaixonando por você.

Ela sentiu um calafrio. Eu estava perto dela e contive meus ânimos.

— Raphael, somos amigos. Você era o melhor amigo de Hugo. Não podemos fazer nada. — ela falava calmamente e Raphael sentiu uma ponta de ciúmes e raiva quando ela falou meu nome.

— Eu entendo, Luiza, queria me desculpar. Deixei-me levar por meus sentimentos, sou um tolo — falou fingidamente arrependido.

— Não fique assim — cochichou ela para não atrapalhar o filme que ainda passava na grande tela do cinema do New York, ao lado do BarraShopping — acho que devemos ir embora.

— Não, por favor, não quero estragar nossa, quer dizer, sua noite. — corrigiu—se ele.

— Não tem problema, só que...

— Por favor, deixe-nos terminarmos esta noite. Eu errei, mas ainda posso fazer sua noite especial sem nenhum clima chato.

— Tudo bem.

Continuaram o filme, lancharam numa temakeria e foram para casa. Ninguém mencionou mais o assunto naquela noite. 

A HISTÓRIA DE UM OUTRO ALGUÉMOnde histórias criam vida. Descubra agora