Depois de um ano as coisas começaram a melhorar para Alberto. Fora promovido no emprego e seu livro começava a fazer mais sucesso. Já tinha terminado seu segundo e publicado. Fazia grandes avanços com a ajuda de Jason e Júlio César que o ajudou a divulga-lo em suas matérias no jornal. Também teve uma ideia muito boa. Juntou a ideia de levar cultura às praças (coisa que conseguiu levar ao Rio) com a divulgação de seu livro. O que ele fez foi organizar saraus com diversos autores pequenos que estavam começando agora e outros artistas. Se reuniam nas praças, recitavam poesias, cada um falava de seu livro, as bandas, também amadoras, tocavam suas músicas, muitas delas autorais e outros artistas de rua faziam suas apresentações. Era muito parecido com o que acontecia no "Aristólates", mas isso era nas praças que Alberto já reformava. Ele juntou-se a Ricardo e Júlio César principalmente e, com toda a experiência de como falar com os políticos e fazer os pedidos que tinha adquirido em Brasília, começou a reformar as praças, começando com a "saiqui" em Vila Valqueire, fazendo ela voltar a se tornar um ponto de encontro de jovens da região e indo até Marechal e Bento Ribeiro.
Também organizou o projeto nas escolas e, formou um grupo parecido com o de Brasília, buscando as pessoas que seguiam sua antiga página e eram do Rio de Janeiro.
O projeto das escolas foi um sucesso, os adolescentes ficaram bem felizes em conhecerem mais as profissões e os professores viam—nos mais motivados. Muitos professores começaram a fazer parte do "Projeto Somando Alegrias", versão Rio de Janeiro e Alberto crescia em popularidade.
O rapaz dedicava—se firme, fazia mutirões, projetos de plantar e muitas brincadeiras com crianças. Era ativo, tinha iniciativa e boa vontade.
— Alberto, o chefe tá chamando, quer fazer uma reunião. — dizia Gilberto, seu colega de trabalho.
— Sério? — disse revirando os olhos — O que será que ele quer?
— Encher o saco né, como sempre.
— Só pode.
Quando estavam para chegar em sua sala, viram o chefe, Jéferson Antunes, com uma expressão bem mal—humorada. Viu também todos os integrantes de sua seção parados esperando os dois chegarem.
— Pois não, chefe. — falou Gilberto.
— Olha só — disse apontando para a tela do computador — vocês não estão colocando o número do código de arquivo nos documentos. Esse já é o terceiro que fazem errado só essa semana. Não sei o que está acontecendo, é falta de comunicação? Diga-me Alberto, por que seus subordinados não colocaram e passou batido por você?
Alberto agora era encarregado de sua seção. Fora promovido e tinha a responsabilidade de conferir o trabalho de todos que trabalhavam com ele, além de tantas outras funções "sem sentido e nada importantes", como ele dizia.
— Não sei, senhor. Mexemos com muitos documentos todos os dias, esses três passaram batido.
— Não sabe? Não quero ver mais esses erros.
— Sim senhor.
— Podem ir.
Saindo da sala, Alberto mostrava sua indignação.
— Que saco! Porra, sempre passa batido com os outros.
— É foda.
— Ele não reconhece nosso trabalho. Só fala conosco quando erramos. Damos o gás todo dia e nunca fomos elogiados.
— É um babaca. Liga não. Ele não vê o quanto fazemos aqui. — dizia Gilberto.
— Não vejo a hora de sair, cara, namoral.
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A HISTÓRIA DE UM OUTRO ALGUÉM
SpiritualQuantos de nós não chegamos ao ponto de sentirmo-nos cheios? Isso mesmo, cheios, saturados, cansados, sem tempo, dinheiro ou ideias? Existe um momento em nossas vidas que estamos buscando nossa base, nossa estrutura e é exatamente neste momento que...