A HISTÓRIA DE UM OUTRO ALGUÉM

Capítulo 54

— Jason, estamos crescendo nas pesquisas, você acredita?

— Maravilha. Eu já te falei que você vai vencer, Alberto. Você está próximo das pessoas e você é sincero. Você é transparente não tem medo de contar sobre seus defeitos.

— Obrigado, amigo, você tem me ajudado muito. Desde aquela vez lá que nos conhecemos no evento eu vi que você era diferente.

— Só tento fazer meu trabalho. Eu te peço uma coisa: se você realmente entrar na política, não se envolva no sistema. Lute até a morte, se preciso.

— Achei que já me conhecesse, Jason.

Eles riram.

Alberto estava muito confuso com tudo. Sua mente turbilhava emoções jamais vividas. Ter se lembrado de sua outra vida, realmente ter entendido o ódio de Estéphane e ter pedido perdão a ela deu a Alberto uma sensação de liberdade. Ele não falou nada com nenhum repórter até o velório de Luiza, três dias depois, a não ser com Jason. O dia do evento foi marcado como o ápice do amor e uma tragédia no final. Para Isabel, ele disse apenas que precisava cuidar das ideias na cabeça, mas que daria a ela e a todos uma explicação lógica. Só falou para Jason não publicar ainda o que ele falou sobre o prefeito, mas que já podia preparar tudo, porque ele ia falar sim em momento oportuno.

No fim do evento as pessoas ficaram confusas com tudo o que houve, mas Felipe conseguiu contornar bem a situação, controlando o caos que já se imperava. Fez um discurso, depois de levarem Luiza, dizendo que lhes seria dado uma explicação para tudo o que se passara ali, que marcaria um dia depois para fazer outra reunião com todos os presentes para poderem explicar, mas que desde já eles deviam entender que fosse o que fosse o que Alberto já tivera feito, hoje ele estava transformado.

Ouvir isso de um pastor dá muita credibilidade e Felipe já era bem respeitado na sua comunidade, símbolo de integridade e honestidade.

A polícia chegou e Estéphane conseguiu sair com os dois ajudantes dela. A mulher que acusou Alberto ficou.

Raphael foi detido pela morte de Yasmim e minha. Ele explicou e o pessoal viu que a morte de Luiza foi um acidente, mas em seu interior ele sofria como se a tivesse matado.

A morte de Renato ficou clara então que Estéphane mandou matar através de outra mulher, a empregada que o envenenava aos poucos desde que chegou para trabalhar na casa dele. Entenderam que queriam acabar com todos os que estavam próximos de Luiza. Raphael confirmou a história e foi acusado de cúmplice nesta morte também.

A mulher que acusou Alberto confessou que foi a mando de Estéphane, mas que não se lembrava muito bem do que aconteceu. Alberto não tinha nada a declarar no momento e foi para casa.

Raphael estava detido, mas conseguiu, depois de implorar, ir para o funeral de Luiza acompanhado de dois policiais.

Chorou muito e, chamou Alberto para perto.

— Tudo o que fiz, eu me arrependo, Alberto. Vou pagar muito pelos meus pecados, mas eu mereço. Você precisa vencer. Você é muito parecido com Hugo e ele era um vencedor. Conquiste as pessoas. – falava enquanto chorava – Luiza viu em você um filho. Eu te peço perdão – derramou-se em lágrimas – ... eu te peço perdão.

— Eu te perdoo, Raphael. Hugo me ensinou muita coisa e me passou o ensinamento sublime de Cristo que é o perdão. Vejo verdade em você e isso já me deixa feliz. Afinal, todos nós erramos muito em alguns momentos – na hora lembrou-se de sua ordem em outra vida "queime-a" — eu te perdoo. — e abraçou calorosamente Raphael.

Sentado, perto do meu túmulo, depois do funeral de Luiza, Alberto conversava representativamente comigo.

"Cuide de Luiza, Hugo, eu cuidarei das coisas aqui".