Capítulo 57

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O partido que ele se referia tinha acabado de convidá-lo. Era um partido novo, composto de algumas pessoas que ele já conhecia, mas, claro, tinha tantas outras que ele desconfiava.

— Jason, estamos crescendo nas pesquisas, você acredita?

— Maravilha! Eu já te falei que você vai vencer, Alberto. Você está próximo das pessoas e você é sincero. Você é transparente, não tem medo de contar sobre seus defeitos.

— Obrigado.

Ele estava forte, mesmo o partido sendo pequeno. Era bom com as ideias, só precisava aprender mesmo a fazer política.

— Qual seu diferencial? Por que o povo carioca deve votar em você? — foi questionado em um debate com outros candidatos.

— Penso nas pessoas, não na política em si. Vejo a necessidade do povo, Não gosto de burocracia, sabe, para mim temos que meter a mão na massa e ajudar as pessoas.

Participava de outros debates e teve em sua lista de apoiadores grandes nomes.

Teve uma surpresa certa vez, ao sair de uma entrevista. Viu Luciana, sua ex namorada, com uma placa de apoio a ele na mão.

Ela também estava já bem famosa com seus livros e no momento estava casada com um Deputado Federal em Brasília.

— Você aqui? — ele riu.

— Vim apoiar quem merece.

Ela estava linda, com seus óculos de armação vermelha, agora de uma marca mais cara, um blazer preto e branca a calça social.

— Vamos jantar? — perguntou ela.

Alberto viu ela sem nenhuma recaída, mas olhava ela com admiração. Seu corpo lindo e olhar intelectual chamavam sua atenção.

— Vamos, vamos sim.

Eles foram. Alberto avisou a Isabel, que ficou com ciúme, mas confiava nele.

— Você veio a trabalho?

— Já falei — disse rindo — vim te apoiar.

Ele não acreditava.

— Alberto, eu acredito em você. Arrependo-me de ter terminado daquela forma e hoje vejo no que se tornou. Eu estou bem com meu marido, o amo, mas senti que devia ver você. Eu já li os seus três livros. Amei todos.

Ele ficou muito feliz.

— Muito obrigado. Você é muito especial para mim, "Lu".

Acordaram cedo no grande dia. As eleições seriam ali e eles foram cedo votar.

Um dia longo, passou com todos seus amigos mais íntimos aguardando a apuração dos votos.

— Nervoso? — perguntou Júlio César.

— Deus sabe de todas as coisas.

Então, chegou a hora. Viu o anúncio pela televisão.

— Então, com 74% dos votos, Alberto Lopes de 32 anos de idade é eleito o novo Prefeito do Município do Rio de Janeiro.

Todos se abraçaram em festa em comemoração à vitória do jovem sonhador.

Muitos repórteres foram até ele para entrevistá—lo.

— E agora, o que pretende fazer?

— Assim que tomar posse, continuarei com a mão na massa, mas agora como Prefeito.

— E, tão novo já ganhando com folga para Prefeito, qual a sua ambição?

Alberto refletiu. Pensou em toda sua vida quando era um simples alguém ainda, lembrou de mim, de Luiza, Renato e, olhando para o céu e horizonte, disse:

— Quero me tornar Presidente da República.

— O que vai fazer agora? — perguntou Júlio César depois da festa da vitória.

Alberto lembrou—se de Francisco e disse:

— Vou pro Havaí. Tenho um presente a dar pelo reconhecimento de alguémque me salvou uma vez. Lá eu vou pedir Isabel em casamento. Deu um longosorriso.

A HISTÓRIA DE UM OUTRO ALGUÉMOnde histórias criam vida. Descubra agora