Conforme Alberto ia cumprindo sua rotina, sua mente inquietava-se. Era muito novo, mas queria se destacar. Queria fazer mais e não conseguia. O grupo se destacava nas escolas e praças. O jovem se dedicava aos livros querendo ao máximo se concentrar, mas sua rotina era desgastante. Aos fins de semana ele dava um gás e aos poucos Luciana sentiu que seria difícil continuar com o jovem altruísta.
As brigas vieram e Alberto entendia ela; ela queria mais atenção e ele, mais espaço. Por vezes ele deixou ela sair sozinha com as amigas e ela também foi ganhando popularidade por todos seus contos e poemas publicados.
Alberto tinha ciúme, mas seu desejo por querer fazer mais e se doar totalmente era maior e continuou dando—lhe a liberdade.
Percebeu que ela mesma foi ficando sem ciúmes, ela, que era super ciumenta, havia mudado e começou a largar de mão o menino e até seus projetos que, por vezes, ela ajudava.
O clima piorou quando mais uma vez ele disse querer ir para o Rio. O motivo dessa vez era pegar um documento na faculdade, algo que faltava em sua transferência e agora estava sendo exigido.
— Mas, Luciana, não podem me mandar por email.
— Por que não mandam por correio o documento assinado?
— Eu preciso pegar pessoalmente. Além do mais, eu não confio e também quero visitar o pessoal. Júlio César me ligou e quer conversar comigo sobre o projeto que está fazendo com Jason.
Ela não conhecia nenhum dos dois e achou aquilo sem fundamento. No fundo ela queria mesmo é brigar, descontar toda sua frustração com o relacionamento.
— História! Não sei o que tanto faz nesse Rio de Janeiro. Olha, Hugo, desconfio que você tem alguma coisa com essa Luiza.
Ele ficou nervoso.
— Está brincando? Eu amo você. Sei que não estou muito presente, mas não dá. Olha o tanto de coisa que estou fazendo, Luciana. Eu amo você.
Ela refletiu e sentenciou:
— Você é bom demais para mim. Eu não quero acompanhar isso.
Ele não acreditava. Gostava de Luciana, apesar de olhar para outras garotas, como Isabel. Mas gostava do namoro. Ela era bonita, inteligente e um conforto para ele.
— Não fale isso, Luciana. Eu amo você. Por que diz que não é boa o suficiente? Então seja.
— Você se dedica demais a outras pessoas e não tem tempo para mim.
— Você que é cheia de compromissos. Toda hora uma visita a alguém de sua família; eu não tenho mesmo tempo.
— Está certo. Então chegou o fim de nosso namoro.
E era mesmo. Foi o fim.
O recém solteiro foi ao Rio de Janeiro meio desconsolado.
Resolvida a questão da documentação, foi encontrar—se com Júlio César .
— Que saudades! Preciso te mostrar o que estamos fazendo. Trabalho bom, você vai gostar...
Foram para a casa dele e Júlio César encontrou—se com Jason Franco, o repórter. Atualmente Jason trabalha independente, fazendo artigos e publicando colunas em revistas especializadas.
— Bom te ver. Queremos sua ajuda aqui. Meu plano é grande, mas preciso de gente determinada. — falou Jason.
— Como é o projeto de vocês? Olha, eu não sei se poderia ajudar lá de Brasília. Não posso firmar nenhum compromisso agora.
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A HISTÓRIA DE UM OUTRO ALGUÉM
SpiritualQuantos de nós não chegamos ao ponto de sentirmo-nos cheios? Isso mesmo, cheios, saturados, cansados, sem tempo, dinheiro ou ideias? Existe um momento em nossas vidas que estamos buscando nossa base, nossa estrutura e é exatamente neste momento que...