Capítulo 40

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Raphael voltou a ter contato com Luiza. Fez—se de bonzinho, disse que queria ajudar e a prova é que ia oferecer o emprego na loja para Alberto novamente.

Luiza, de coração mole, foi aceitando e acreditando na falsa mudança dele.

— Não quero o emprego, Luiza. Não sinto mais vontade de trabalhar lá, está tudo diferente.

— Você pode mudar isso. Raphael não conseguirá mudar isso sozinho. O lado criativo, em sua maior parte, vinha de Hugo. Os funcionários que estão lá, a maioria nem conheceu Hugo. Estamos agora só com uma loja ativa, a outra está para fechar. Você o conheceu muito bem, pode fazer voltar a dar certo.

— Eu não confio muito em Raphael, sei lá, Luiza, não me sinto à vontade.

— Raphael tem seus defeitos, mas é um homem muito bom. Ele conversou bastante comigo agora, sei que ele continua com seus defeitos, mas está melhor. Ele tá vendo tudo o que está perdendo por ser tão materialista.

Alberto ficou pensativo. Não gostava de seu trabalho atual, apesar de saber o que fazia. Gostava de trabalhar na loja de doces quando eu estava lá. Ficou pensativo.

— Não vou te dar certeza agora, Luiza. Mas relaxa, eu vou te falando.

— Fale com Raphael. Ele pediu para você contactá—lo.

— Certo.

Enquanto cresciam seus pontos morais, um velho pecado inflamava junto. Alberto sabia que era errado e isso chegou a incomodá-lo.

Sozinho há algum tempo, sua mente pecadora não podia ver uma mulher que logo a desejava. Para muitos, uma atitude normal de um homem que é macho mesmo, para outros, falta de respeito e um pecado forte.

"Não desejarás a mulher do próximo", isso alertava—o toda vez que um amigo o apresentava sua nova e bela namorada. Não adiantava. Sua mente desejava incontroladamente qualquer mulher bonita que aparecia.

Sem tempo para relacionamentos mais longos, limitava—se a algumas noites de sexo, pornografia e masturbação para satisfazer suas "necessidades" carnais.

Isso, que antes era tão normal em sua vida, principalmente nas vidas passadas, mostrava-se como um incômodo nesta nova vida que levava. Queria ser exemplo de moralidade, altruísmo e modos certos de agir, mas esse lado não estava bem trabalhado nele.

Algumas situações poderiam ser desastrosas se não tivesse pelo menos o mínimo de controle:

— Alberto, precisamos enviar esse documento pelos correios, como fazemos?

Quem pedia era Sasha, uma loira de olhos claros, cabelos lisos e volumosos, jogados para trás, escovados e brilhosos. Seu corpo era estilo europeu, com seios grandes e pouca bunda. Um rosto lindo.

Era superior a Alberto no cargo e pedia informação para executar um serviço que a seção de Alberto realizava. O rapaz nem ouviu o que ela dizia, sua mente fantasiava momentos com ela, enquanto olhava sem dizer nada.

— Alberto!? Ouviu o que eu disse?

— Oi, desculpe. Disse correios? Sim, a gente leva lá.

Ela deu um sorriso que fez novamente Alberto viajar.

— Aqui, precisa ir hoje, ok?

— Sim, claro. — ele não prestou atenção e o documento não saiu.

Toda vez que andava na rua olhava para as mulheres e desejava. No ônibus, até em ações sociais, era a mesma coisa. Sentiu medo de repararem nele, de só pensar nisso e realmente se pegava pensando nisso muitas vezes.

Depois do segundo livro ele travara sua mente que antes visualizava diversas histórias e ensinamentos, que mesclava ficção com realidade, agora só pensava em sexo e mulheres que conhecia.

Eu percebi isso e vi que ele precisava de ajuda. Antes que Estéphane usasse essa nova fase, corri para ajudá-lo.

— Alberto, tem uma carta para você. — disse Júlio César.

— Carta? Vou ver.

Era do senhor do centro espírita de Ipanguaçu.

"Alberto, preciso falar com você. Tem uma nova mensagem e é solicitado que venha buscar pessoalmente o quanto antes. Grande abraço."

Ele iria no próximo fim de semana. 

A HISTÓRIA DE UM OUTRO ALGUÉMOnde histórias criam vida. Descubra agora