Prólogo

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POV Anastácia. 

- Parabéns, mocinha. - Saudou a médica, voltando com meus exames para pequena sala de atendimento, onde eu estava aguardando os resultados.

- Oh, me desculpe, mas não é meu aniversário. - Esclareci diante da sua estranha saudação.

A médica sorriu, apesar da minha confusão. Ela vestia um jaleco branco como algodão, e não tinha muitos detalhes, apenas num dos bolsos estava o logotipo da clínica junto com seu nome escrito com letras douradas e cursivas: Dr. Grenne Rays. Seu rosto era marcado pelas rugas, mas tinha um leve toque jovial que a deixava curiosamente bela.

- Não é por isso que estou felicitando você, querida. – ela deslizou o papel sobre a mesa, até que ele ficasse na minha frente.

Bem abaixo dos meus olhos.

- Pelo que é então? - Indaguei, enquanto ela sentava de volta na sua cadeira.

Seu indicador desenhou um círculo em cima da folha. 

- De acordo com os exames, você está grávida. - Meu coração perdeu algumas batidas.

- Como assim?

Baixei meus olhos para acompanhar a indicação que o dedo dela fazia sobre as letras minuciosas que formavam a palavra positivo escrita no exame de sangue que eu havia feito pensando que estava com alguma outra coisa. Mas acabei sido pega de surpresa por essa inesperada e assustadora informação.

- Senhor! - Cobri meu rosto com as mãos. - Grávida? Eu?

- Aproximadamente de três semanas e meia. – Acrescentou ela, prendendo uma mechado seu cabelo loiro dourado atrás da orelha.

Descansei minhas costas no encosto da cadeira, enquanto minha mente processava duramente o que eu havia acabado de saber. Minhas mãos estavam tremendo sobre meu rosto. Deus, como eu deixei isso acontecer? Estava tudo indo muito bem só eu e Christian, uma gravidez não era o que nós queríamos por agora. Céus. Ele estava crescendo no trabalho, ficando muito tempo ocupado e atarefado. E eu tinha ganhado uma oferta dos sonhos na agência onde eu trabalhava como fotógrafa. Como cuidaríamos de um bebê no meio desse transtorno? Puxei uma respiração profunda, antes de revelar meu rosto envergonhado.

- Desculpe, pela minha reação. - Lamentei, sentindo um pouco de desconforto diante da situação. - Ela lançou sua mão até a minha, cobrindo-a com seus dedos aconchegantes.

- É normal, mocinha. Fique tranquila. Está bem? - Assenti, e ela continuou - Por acaso, você tem contato com o pai do bebê? - Um suspiro escapou do meu peito.

- Sim. Tenho.

E eu tinha mesmo, Christian e eu estávamos juntos há dois anos. Havíamos nos conhecido numa boate, através de amigos em comum. E desde do nosso primeiro encontro oficial, nunca mais conseguimos deixar de ser um casal. Era tão mágico a forma como lidávamos um com o outro. Como se fizéssemos parte de uma mesma pessoa. Não demorou muito tempo, para mim ficar perdidamente apaixonada. Christian me completava de uma forma, que eu jamais imaginava que alguém fosse fazê-lo. E agora que nós estávamos morando juntos e começando a nossa vida à dois. Tudo estava prestes a mudar sem que nós, ao menos, quisesse. Mas a culpa era fodidamente minha, eu não deveria ter poupado minhas pílulas.

- Não foi planejado? - Interrogou Grenne, percebendo o quanto que meus pensamentos estavam me deixando aterrorizada com minha dura realidade. - Engoli em seco.

- Não pensávamos em ser pais tão cedo. Droga. Tenho apenas vinte e um anos. E muita coisa para viver pela frente. - Desabafei, minhas palavras saíram carregadas de exaustão.

When Love Returns (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora