O nó na garganta

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Ele passou o braço a minha volta e pegou a calcinha na arara.

- Você deveria ter uma dessas. - ele esticou a peça com as duas mãos - acho que essa cabe em você, Jornalista Jo.

- Mingyu! - eu sussurrei em tom crítico, o fazendo abaixar as mãos com a calcinha. - O que voce está fazendo? As pessoas vão ver!

- O que tem, Hee Ji? - questionou por baixo da máscara - Um casal está escolhendo lingeries. Nada de mais.

- Não somos um casal, Mingyu. Me dá isso! - tomei a peça e guardei, me virando para sair dali em seguida.

- Você pode dizer isso o quanto quiser - ele sussurrou em meu ouvido - mas eu não vou desistir de você.

- Pra que? - me virei para ele - Pra quê essa insistência toda? Pra dormirmos uma noite, tomarmos café da manhã e nos despedirmos e ficarmos sem contato por um ano? Se ficou tão interessado por quê não pegou meu número ou me procurou esse tempo todo? - disse exaltada.

- Eu te procurei.

Não esperava ouvir aquilo. Fiquei estática o encarando por segundos.

- Eu me arrependi no momento em que te vi virar as costas, Hee Ji. Não deveria ter deixado você ir. Nunca.

- Por está me dizendo isso agora?

- Você tem que saber a verdade. - eu soube que ele sorriu, mesmo com o rosto coberto. - Vem, vamos comer!

Mingyu pegou na minha mão e me levou para fora da loja. Seu toque era quente. Bem como eu me lembrava.

- Está de carro?

- Sim.

- Vamos no seu então. - ele fez sinal para um homem de terno, que se aproximou imediatamente. - Hyung, pode ir para casa. Eu vou jantar com a Jornalista Jo.

- Avise os meninos se for demorar, Mingyu. Vou levar suas coisas.

- Pode deixar.

O homem me lembrou um ator de dorama. Fiquei impressionada o olhando atravessar a rua e entrar no carro.

- Não olhe muito para outro homem, Hee Ji. - Mingyu me tirou do estupor.

- Hum?

- Vamos logo. - ele pegou na minha mão outra vez, mas eu desfiz o contato.

- Mantenha distancia, Kim Mingyu. Não vou entrar nessa outra vez.

Bati meus saltos até o estacionamento e apertei o alarme do meu carro vermelho. Lindo!

- Me deixa dirigir, Hee Ji. - ele pediu quando encostamos no veículo.

- Não mesmo. Meu carro. Eu dirijo.

Entrei e o observei contornar o carro e sentar ao meu lado. Meu coração disparou. Seria mais difícil do que eu pensava para lidar com esses sentimentos.

- Onde vamos jantar?

- Vamos para Jongno-gu. Vamos comer tteokbokki.

Senti a boca salivar. Era simplesmente minha comida preferida no mundo. O difícil seria controlar a imensa vontade de beber soju. Eu teria que resistir a muitas coisas nessa noite.

Um silêncio se instalou. Eu fiquei nervosa e evitei falar para não demonstrar nada a ele.
Percebi que Mingyu me encarava sem parar. Ele olhava minhas mãos no volante, minhas pernas expostas pela saia curta... Quando chegou no meu rosto, eu o encarei de volta.
O idol disfarçou desviando o olhar e abrindo a janela do carro.

Without You (Kim Mingyu)Onde histórias criam vida. Descubra agora