Estávamos em volta de uma grande fogueira no quintal de Sophie. Eu havia relutado em ir, mas acabei cedendo. Meus pais e o grupo não me deixaram em paz.
Billie segurava um ukulele e cantava sua música. Todos balançavam de um lado para o outro e cantavam junto, até mesmo eu. Era impossível não ficar encantada por sua voz. Eu havia deixado me levar por suas palavras na biblioteca, eu a amava e estava começando a ficar impossível simplesmente ignorar... Soltei um longo suspiro e encostei minha cabeça no ombro de Sophie, que me abraçou de lado e beijou o topo da minha cabeça.
-Quer uma cerveja? - Sophie me soltou e se levantou. Balancei a cabeça negativamente.
-Eu quero. - Noah e Thomas soaram juntos, me fazendo rir. Me levantei do tronco frente à fogueira e caminhei até a fonte nos fundos, eu adorava ver a vista dali para um lago. Abracei meu próprio corpo. Os dias não estavam sendo fáceis, longe disso. Cada dia era um passo lento e curto.
-Você está bem? - Noah se aproximou, ficando ao meu lado.
-Tentando ficar... - Me virei para encara-lo. - E você? Parece cansado...
-Estou treinando dia e noite, preciso de uma bolsa de estudos...
-Não sei se vou para a faculdade ano que vem... Não posso só ir embora e fingir que nada está acontecendo. - Confessei. - Minha mãe precisa trabalhar...
-Até o final do ano seu pai está bem. - Ele colocou a mão em meu ombro. Vaguei meu olhar pelo quintal, parando em Billie. A observei por cima do ombro de Noah. Ela tocava algo engraçado e brincava com Thomas. Billie fez uma careta e soltou um "fuck". Não consegui conter meu sorriso, ela sempre o fazia quando errava ou aleatoriamente. - Ainda gosta dela? - Noah havia seguido meu olhar, me fazendo encara-lo assustada.
-Não. - Menti descaradamente, o fazendo rolar os olhos.
-Não minta para mim. - Encarei o chão.
-Não estou mentindo Noah. - Eu estava.
-Samanta, larga de ser otaria. - O encarei, rindo. - Vou te fazer a pergunta mais uma vez...
- Eu a odeio, por me fazer ama-la tanto assim... - Confessei, sem que ele perguntasse de novo. - Eu não consigo só superar. Sei que ela vai me magoar, mas eu não consigo superar... - Eu sentia um peso enorme sair de meus ombros. Eu não havia falado isso nenhuma vez em voz alta. - Eu sou masoquista.
-Acho que é reciproco... - Desviei o olhar novamente para Billie, que nos olhava ternamente, ela sustentou meu olhar por algum tempo. - Vamos voltar para lá.
Noah foi primeiro e sentou-se no tronco que eu estava sentada, antes. Sophie sentou-se ao lado dele. Me sobrou um lugar ao lado de Thomas. Me sentei, sentindo o calor agradável da fogueira. Thomas estava no meio, Billie estava do seu outro lado. Em quase uma sintonia Noah e Sophie se levantaram e saíram. Thomas continuou conversando com Billie. Resgatei meu celular do bolso e mandei mensagens para Tereza, queria saber como meu pai estava. Levantei o olhar e percebi a ausência de Thomas, restando somente eu e Billie... Noah... Rolei os olhos e pude ouvi-la dedilhas o instrumento e depois parar. Passamos um tempo em silencio, tempo esse, necessário, para que eu juntasse toda a minha coragem. Billie se levantou, colocando o ukulele onde estava sentada. Me levantei de uma vez, atraindo sua atenção, assustada.
-Podemos...
-O que você quer? - Ela soou triste, não havia rispidez em seu tom de voz, cruzou os braços e se virou para mim. Eu podia ver seu rosto perfeitamente. Ela estava com um rabo de cavalo bagunçado. Fechei as mãos em punhos.
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O azul dos teus olhos (Billie Eilish)
FanfictionSe uma noite fosse o suficiente para simplesmente mudar sua vida por completo? Samanta teve sua vida virada de cabeça para baixo em uma única noite. Depois de um ano dessa noite em especial sua vida estava começando a voltar ao normal, até um belo p...