XXXI - A teoria dos problemas

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N/a: Oie, o capitulo está sem revisão. Caso tiver alguma coisinha errada, relevem. Estou com muita dor e sem paciência para ficar relendo. 



-Minha mãe surtou com o acidente, ficou me encarando dormir à noite inteira. - Eu disse rindo. Billie comia um burrito enquanto eu contava. Estávamos na hora do almoço. Teríamos mais uma aula juntas e finalmente eu poderia voltar para casa.

Quando eu era pequena achava que as coisas combinavam entre si para dar errado ao mesmo tempo. E tem sido isso em minha vida, coisas dando errado uma após a outra. Sophie se aproximou, parecia incerta do que estava fazendo. Respirei fundo e levantei meu olhar, observando-a. Ela pareceu mudar de ideia e saiu às pressas.

-Vocês ainda não conversaram? - Billie ainda mastigava, a encarei.

-Não. - Soei desanimada. - Tive que contar a verdade para minha mãe, então ela está uma fera com Sophie...

-Eu também estou. - Billie confessou. - Eu adoro a Sophie, mas... Eu não poderia te perder.

-Não vai... - Selei nossos lábios. - Vai ter que me aguentar por muito tempo Eilish.

-Assim espero. - Ela fez o mesmo, selando nossos lábios por frações de segundos.

-A senhorita Jones não vai poder vir hoje...

Uma voz familiar soou da frente. Eu estava virada para trás, conversando com Billie. Me virei para encarar a pessoa à frente. Meu coração se disparou. Fechei os olhos brevemente e flashes vieram em minha mente. Balancei a cabeça discretamente, em uma tentativa falha de tirar aquelas visões da minha cabeça. Ela usava uma calça, bem larguinha, xadrez alfaiataria e uma camisa social. Seu cabelo estava preso em um penteado romântico. Ela colocou o dedo indicador no meio dos óculos e o empurrou para trás. Jess estava arrumando seu material sobre a mesa.

-Sou Jessica – Ela levantou o olhar e percorreu a sala. Seus olhos encontraram os meus. Ela abriu a boca algumas vezes, sem dizer nada. Pude vê-la engolir em seco, eu também o fiz. Pude ouvir Billie se inclinar para dizer algo em meu ouvido, mas eu não ouvi. - Vamos começar...

Fiquei inerte a aula inteira, mal conseguia respirar. Assim que o sinal tocou eu me levantei de uma vez, enfiando as coisas em minha mochila.

-Samanta. - Aparentemente eu não fui rápida o suficiente. Pisquei algumas vezes, incrédula de que aquilo estava acontecendo, e levantei meu olhar lançando um sorriso discreto, porém forçado. Billie saiu na frente, parando na porta assim que me viu ficando para trás.

-Não sabia que você dava aulas...

-Sou sobrinha da Jones, faço faculdade... - Ela suspirou.

-Achei que não morasse aqui. - Cocei a cabeça, por conta do nervosismo.

-Não moro, faço faculdade fora. - Mordiscou o lábio inferior. Ela apoiou-se em meu ombro. - Senti sua falta, você não me ligou depois...

-Eu sei, me desculpe... - Senti o olhar de Billie pesar sobre meus ombros. Aquilo era a última coisa que eu precisava. Estávamos tão bem, eu não precisaria de mais uma crise. - Meu pai precisava de mim.

-Eu sei, como ele está? Queria ir vê-lo. - Ela deu um passo para frente me fazendo dar uma para trás.

-Eu falo que você mandou lembranças, tenho que ir busca-lo agora... - Passei por ela rapidamente puxando Billie, quando passei pela porta. Ela parou abruptamente no corredor.

O azul dos teus olhos  (Billie Eilish)Onde histórias criam vida. Descubra agora