Minha mãe estava acariciando meu cabelo recém lavado. Estávamos deitadas em sua cama, assistindo alguma coisa passando na tv. Fechei os olhos e me esgueirei até deitar sobre seu peito, ela continuou passando a mão entre as mechas húmidas de meu cabelo.
-Eu sinto tanta falta desse cheirinho. - Ela respirou fundo. - Era o meu preferido, esse de shampoo...
-Mãe... - Eu disse baixo. Sua mão estava em minhas costas, eu a encarei. Seus olhos estavam com um brilho diferente, fazia tanto tempo que não éramos assim, uma com a outra. - Alguma coisa faria você me odiar? - Ela ficou em silencio por alguns segundos.
-Não... Eu nunca te odiaria. - Ela beijou o topo da minha cabeça. - Nunca deixaria de te amar, até mesmo depois de morrer. - Ela me envolveu em um abraço, no qual eu não tive dúvidas em retribuir. Eu estava me sentindo calma e segura, pela primeira vez em todos esses longos e intensos dias. - Você é meu bebê...
Eu estava na porta do meu quarto, que estava entreaberta, observando seu interior. Estava escuro, e diferente. Abri ainda mais a porta o que revelou seu interior. A luz se acendeu e eu pude ver uma silhueta de costas. Um rapaz alto, forte, porém magro. Ele se virou e meu queixo caiu, mas eu estava calma por dentro...
-Sammy. - Ele disse se aproximando. Todos falavam que meus olhos eram idênticos aos dele. Um tom escuro e vibrante de verdade. Ele sorriu, uma luz estava sendo emanada dele. Eu me aproximei, sem acreditar. Toquei em seu rosto, com certa dificuldade por conta da altura.
-Jhon... - Meu sorriso se alargou. O envolvi em um forte e longo abraço. Quando nos soltamos ele me olhava com uma cara de decepção.
-Estou tão decepcionado com você. - Ele disse com pesar, e aquilo me despedaçou por inteiro. - Eu rezei para que me levassem no seu lugar, implorei...
Uma semana havia se passado dês daquele sonho. Eu havia começado na psicóloga, havia retomado todas as rédeas dos clubes e da presidência da escola. Havia me dedicado aos treinos de corrida, já que eu teria uma competição que teria vários olheiros de faculdade, e da que eu estava decidida em ir. Eu havia voltado a mim. Thomas havia me convidado para ir ao baile. Ele e meu irmão eram bem próximos, então eu aceitei. Jhon aprovaria aquilo. Billie não falava muito comigo, apenas o extremamente necessário, mas não havia se afastado do grupo. Nós almoçávamos juntos, íamos no nosso lugar... Mas era como se eu nem existisse.
-Vocês vão me ver correr? - Eu disse animada.
-Claro. - Sophie, Noah e Thomas disseram em unissom. Eu sorri.
-Vou chegar mais cedo e guardar nossos lugares. - Noah disse. - Vamos ficar bem ali.
-Você vai guardar 4 lugares como? Vai deitar na arquibancada? - Sophie disse rindo, sugando ruidosamente seu suco.
-Três. - Billie disse, evitei encontrar meu olhar. Não queria demonstrar que estava chateada. - Vou estar ocupada.
-Vou guardar, se mudar de ideia. - Noah deu de ombros.
-Eu não mudo fácil assim de ideia. - Ela disse séria. Engoli em seco, encarando firmemente meu sanduíche.
Eles engataram em um assunto completamente aleatório, que eu não prestei o mínimo de atenção. Eu estava fazendo tudo certo, mas mesmo assim o vazio que havia dentro de mim... Ele não havia passado, parecia que ele me engoliria. Thomas passou o braço por meu pescoço. Tentei não ficar extremamente desconfortável, pelo menos não demonstrar. Segundos depois ele beijou suavemente meu rosto, forcei um sorriso. Fechei brevemente meus olhos, imaginando que aquilo não era real. Eu estava torcendo para que não reparassem no meu desconforto. O sinal tocou, fazendo com que eu suspirasse aliviada.
-Quer que eu te acompanhe até a sala? - Thomas disse, colocando uma mecha de meu cabelo atrás da orelha. Me inclinei suavemente para trás, negando com a cabeça. Ele beijou suavemente minha testa e se levantou, andando com o bando dele em direção ao corredor. Fechei meus olhos e coloquei a mão no rosto, com os cotovelos apoiados na mesa do refeitório. Você vai se acostumar... Eu repetia várias vezes. Me levantei de uma vez, ninguém mais estava ali. Suspirei aliviada. Eu treinaria agora, já que eu tinha um horário vago. Jones estava doente, então ela deixou um livro pra que fizéssemos um resumo, que por sorte eu já havia lido e tinha algumas anotações.
Já era tarde, a educação física já havia acabado e a maioria das meninas já havia saído do banheiro. E como sempre, eu estava sozinha. Caminhei rapidamente até o box, estava frio, me despi e joguei as roupas sujas em um canto. Fechei meus olhos e aproveitei aquela água bem quente cair sobre meu corpo. Meus pensamentos estavam vagos, pareciam extracorpóreos. Passei a mão por meus seios e os escorreguei até a barriga. Eu senti um arrepio percorrer por meu corpo e sua voz veio em minha mente. Logo em seguida seus lábios... Deus, era impossível tira-la da cabeça... Não tive controle sobre minhas mãos. Fechei ainda mais forte meus olhos e agarrei um de meus seios, seus lábios me faziam simplesmente sobrevoar. Dedilhei meu clitóris suavemente e o massageei, o que já foi o suficiente. Deixei alguns ruídos escaparem por meus lábios. Encostei minha cabeça na parede e deixei que aquela sensação me tomasse por completo, minhas pernas estavam bambas e meus seios sensíveis. Chamei por seu nome algumas vezes, eu não conseguia segurar... Meu coração estava acelerado... Senti toda aquela sensação indescritível dissipar da minha intimidade até percorrer por todo meu corpo. Abri meus olhos, eu estava ofegante. Passei a mão no rosto, o que tirou a água que estava sobre meus olhos. Tentei regular minha respiração. O que estava quase impossível. Desliguei o chuveiro e tateei onde eu costumava colocar a toalha. Meus olhos se arregalaram ao descobrir que ela não estava lá. Engoli em seco, abrindo apenas uma fresta da porta, conferindo se havia alguém. Suspirei aliviada, mas esse alivio não durou muito. Meu coração disparou quando ouvi alguém cantarolar bem atrás da minha porta. Coloquei minha cabeça de fora, por completo. Meu queixo quase caiu. Era Billie, ela me encarava fixamente. Ela estava vestida com os uniformes de educação física. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo desarrumado. Pisquei algumas vezes. Ela não devia ter ouvido...Bom, eu estava rezando para que não tivesse ouvido.
-Billie, pode pegar minha toalha? - Eu comecei, ela ficou sem silencio. - Billie... - Eu disse mais alto, ela sorriu de lado. - Billie... - Eu implorei, eu tremia dos pés à cabeça. - Billie, por favor.
-Não acha que já chamou o meu nome o suficiente? - Meu coração parou no exato momento. Talvez ela tenha se referido ao fato deu ter dito seu nome 4 vezes agora. Eu estava quase suspirando aliviada... - Seu namorado não vai gostar de saber que você chama meu nome enquanto se masturba.
-E-Eu não... - Gaguejei. - Não tenho um namorado. - Foi o que eu consegui dizer. Ela estava adorando aquilo, minha humilhação. Abri completamente a porta do box e sai dali. Seu sorriso foi acabando aos poucos. Seus olhos me seguiram até o vestiário. - Não ligo se chamar o meu... - Eu disse irônica, sumindo atrás dos armários.
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O azul dos teus olhos (Billie Eilish)
Fiksi PenggemarSe uma noite fosse o suficiente para simplesmente mudar sua vida por completo? Samanta teve sua vida virada de cabeça para baixo em uma única noite. Depois de um ano dessa noite em especial sua vida estava começando a voltar ao normal, até um belo p...