FOR ALL TIME

uma babá quase imperfeita

"Hannah"

Claro que eu amo minha sobrinha, mas ela não me suporta, nenhum pouquinho. Mas tudo bem, eu respiro fundo, sorrio e digo:

- o que você quer comer?

- creme de amendoim!! Ela diz com aquele olhar típico de tédio.

- tudo bem, mas vou precisar de sua ajuda na cozinha.

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Minha relação com Susie nunca foi das melhores, ela detesta que eu fale mal do pai dela, como pode ficar chateada? Ele que abandonou ela.
Eu acho que sua inocência a proibi de enxergar a realidade.

- o que você fez no seu último dia de aula? Pergunto enquanto pego o creme de amendoim da geladeira.

- nada demais. Ela me responde enquanto coloca o pacote de pão na mesa.

- aquelas meninas ainda implicam com você?

- como sempre!! Ela me responde tristonha.

- falou com sua mãe sobre isso?

- ela disse que não devo me importar com isso, que elas vão parar.

- e elas pararam? Pergunto virando a cabeça para encarar garantindo que terei uma verdade, e ela nega com a cabeça.

Ponho o pote na mesa e pego o creme com a faca e começo a passar no pão, eu faço dois, um pra mim e outro pra ela e coloco no prato.

- quer da um passeio? Pergunto antes de dar uma mordida no meu lanche.

- pra onde?

Ela questiona enquanto passa o dedo no creme de amendoim e eleva até a boca. eu começo a perceber um ânimo na sua voz, e fico empolgada com minha propria idéia.

- não sei, só andar por aí. Acho que Annie vai demorar bastante.

- podemos visitar a mamãe no trabalho? Susie desce da cadeira e corre até o criado mudo e volta mais rápida do que eu podia acompanhar e me entrega um papel.

- a mamãe deixou o endereço de onde ela está trabalhando se caso houver alguma urgência. Podemos ir?

Irritar minha irmã no seu local de trabalho? Que idéia fantástica, mas ela não podia perder esse emprego.

- não, ela pode se meter em encrenca por nossa causa se formos.

Eu coloco o papel na mesa e volto a dar outra mordida no pão enquanto Susie me encara com seus enormes olhos azuis, ela começa a fazer bico, tenho impressão de que vai chorar, mas na verdade ela faz o que está sempre acostumada, ser irritante ao extremo.

- eu quero ver a mamãe, eu quero ver a mamãe, eu quero ver a mamãe.

Ela grita com sua voz fina, me deixando louca, e fica repetindo a mesma coisa várias vezes sem pausa, mas ela vai precisar parar para poder respirar. Mas ela não parou, NÃO. PAROU!!

- está bem!!! Eu grito de volta - você venceu, eu vou tomar um banho aí nós vamos.

- obrigada!!. Ela sorri e sai da cozinha saltitante com seu sanduíche.