e se eu ficar?

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Não sei onde estou, mas tudo me parece tão familiar, é a estrada!!! Porque ela me traz tantas lembranças. Reparo que meu cabelo estava bem liso e estou com um vestido longo branco, tento procurar algo ao redor mas tudo está tão escuro.
- você chegou minha pequena!!! Escuto aquela voz carinhosa... mamãe?!
- minha princesa não imagina a nossa ansiedade.
- papai?! Eles me abraçam, pareceu tão real, não senti ser uma ilusão. Olho para cima e vejo o único poste de iluminação que desviava aquela escuridão.
- como você está linda!!! Minha mãe diz.
- senti tanto a falta de vocês. Eu os Abraço novamente com medo que tudo não passasse de um sonho.
- oh Hannah, você é tão nova, porque isso foi te acontecer? Meu pai diz, olho para eles preocupada e me afasto, as lembranças invadem minha mente e... o tiro!!!
- eu estou morta, não estou? Eles permanecem em silêncio - falem de uma vez, eu estou morta?. Eu repito.
- venha com a agente. Sou levada até um enorme espelho em meio a estrada e posso ver através dele, é um hospital e na cama sou eu e ao lado são Vic, Alice, Annie, Jonh, Susie e... Michael. Ele segura minha mão, eu posso sentir seu toque.
- o que é isso? Eu pergunto
- é você, e está tão perto de partir. Mas você tem a escolha de mudar isso. Minha mãe diz, e eu a olho confusa.
- se você ainda continua viva é porque tem a chance de voltar. Mas tudo isso é uma escolha sua, de partir ou de ficar.
- eu posso voltar?
- você tem que estar certa disso.
- vocês também tiveram essa escolha?
- não, meu amor. Mas você tem, por alguma razão você não partiu. Mas você precisa ser rápida, se demorar na sua decisão a chance do seu corpo aceitar sua alma será difícil...O que você vai fazer?
- tudo o que mais quero é ficar com vocês, não quero perde-los novamente.
- meu amor sempre estaremos aqui pra você. Mas eles - ela aponta para o espelho - eles são a sua família e te amam muito. Eu volto o olhar para Mike chorando sobre meu corpo.
- o que adianta viver, se você sofre?
- você tem razão, mas toda a dor vem recompensada com alegrias. Você não pode simplesmente abandonar tudo isso, você é jovem filha, ainda não é sua hora.
- é minha escolha certo? Eu decido!!!
- vá até lá, e observe o quanto eles sofrem por você.
- eu posso atravessar o espelho?
- sim meu bem, não ficarei zangada seja qual for sua decisão, apenas quero que você pense bem. Dou passos lentos até o espelho e o toco, minha mão o atravessa, eu me assusto e me afasto, olho para os meus pais logo atrás de mim, respiro fundo, fecho os olhos e vou. Assim que os abro me vejo no quarto e Annie conversava com o Michael, estava apenas os dois.

- como aquela mulher maluca foi capaz de fazer isso? Não entendo o porque que ela queria te matar e... porque Hannah te defendeu daquela maneira.

- acredite, eu também não sei.

- eu preciso ir, o médico quer falar comigo. Você vai ficar bem?

- sim, pode ir. Nós ficaremos bem.

Assim que Annie sai, com muita dificuldade já que ela não tem habilidade pra usar cadeira de rodas, sentei ao lado de Mike, enquanto ele olhava para a pessoa que também era eu, mas parecia... morta. Ele chorava e beijava a mão, e em seguida a passava pelos meus cabelos, e eu consegui sentir cada toque de tudo.
-isso é um bom sinal. Escuto a voz da minha mãe.
- você também pode atravessar o espelho?
- sim, somente como espírito, e assim eu fico te observado. Hannah, você precisa continuar sentido os toques que Michael faz em você. Porque quando você não sentir nada, aí será tarde demais.
- não sei o que fazer, parte de mim quer voltar. Fazer uma faculdade e curtir mais com as meninas. Mas a outra parte quer partir com você e o papai, não me importaria de ficar com vocês. Estou tão confusa!!!!
- lembre-se Hannah, você não tem muito tempo. Mamãe logo desapareceu e eu voltei a olhar para Mike e observei ele conversar comigo.

- sabe, as vezes me pergunto quando percebi que te amava. Eu acho que foi quando eu comecei a me sentir mais eu, do que qualquer outra coisa. Você me mostrou o melhor de mim, e eu acho... que se eu te perder não sei o que vou fazer, quero viver com suas manias, suas alegrias, suas birras, e suas raivas e angústias. E perceber que faço parte da sua vida, eu... quero você aqui comigo, como eu queria ter levado aquele tiro no seu lugar, apenas me prometa que você vai tentar. Sua voz estava trêmula e triste, eu me aproximei dele, e vi que ele sentiu minha presença, eu não podia senti-lo, nem ele a mim, mas mesmo assim eu o abracei e ele ficou mais aliviado com aquela sensação. Eu não sabia o que fazer naquela hora, poder realizar meu desejo de ter meus pais tão juntos de mim me consumia, mas ver o quanto Michael sofria deixava tudo mais difícil, eu me encontro em uma encruzilhada.

Dias depois...

- já decidiu? Meu pai pergunta ao se sentar ao meu lado enquanto eu me observo dormindo.
- não, não sei o que fazer. Os médicos disseram que iram desligar as máquinas amanhã de manhã, e então, meu coração irá parar... e aí já era.
- é isso que você quer?
- é isso que é o certo.
- não quero aceitar que você desista disso... da sua vida. Você tem que viver muito, e aí, quando chegar a hora... estaremos esperando.
- vocês vão?
- sim meu amor. Minha mãe chega e acaricia meu cabelo. Michael entra, estava com um buquê de rosas brancas na mão. Ele sabia que eram as minhas favoritas.

- Olá meu amor, eu disse que viria te ver. Ele da um beijo em minha testa, mas eu não sinto nada, ele acaricia minha mão e não sinto seu toque.

- eu... eu não. Sinto nada. mamãe e papai me olham assustados. meu olhar desvia com os dele assim que escuto o apito que a máquina fazia... meu coração estava desacelerando, Mike ficou em choque e chamou pelo meu nome, e correu para fora do quarto chamar ajuda.
- Hannah, se você não entrar no corpo será tarde demais. Você precisa fazer isso.
- me prometam que estarão aqui quando eu voltar.
- iremos te esperar meu amor. Eles disseram juntos.
Eu suspiro e fico parada em frente aquele corpo praticamente sem vida, toco na mão e fecho os olhos e meu espírito deita sobre o corpo.

" Michael "

Hannah estava morrendo, então sai daquele quarto apressado a procura de ajuda e encontrei uma enfermeira e voltamos para o quarto com os paramédicos, mas ao chegar me deparei com o inesperado.

FOR ALL TIMEOnde histórias criam vida. Descubra agora